A mansão enorme e majestosa erguia-se bem acima das árvores mesquinhas. Bem, na realidade os enormes maciços de madeira eram tudo menos pequenas. Talvez apenas a enorme mansão fosse desproporcional ao mundo.
Na varanda soavam doces canções, acompanhadas de melodiosas harpas e ocarinas cuja sonoridade vibrava como cristal fluido. A multidão que povoava este paraíso acima das florestas era composta por vários grupos. Nobres damas e cavalheiros cujo património ascendia às centenas de milhares, músicos e rameiras.
No centro do pátio repousava uma pequena redoma de mármore branco, preenchida até ao topo com o que parecia ser água. Um indivíduo vestido de amarelo berrante aproximou-se da enorme bacia e olhou-a com espanto, mas não foi o seu reflexo que viu.
- Eles chegaram – anunciou calmamente.
Toda a música e gemidos silenciaram pondo fim à orgia de ruído que abalava a mansão, dando lugar a uma correria louca em direcção à bacia de pedra.
- Que comecem os jogos! – ordenou alegre.
Instantaneamente, doze ninjas de negro desapareceram numa sombra.
Alguns quilómetros adiante…
A equipa de Genins movia-se rapidamente pela floresta, lestos como pardais e suaves como sombras. Um sussurro no vento, uma agitação na atmosfera e no momento seguinte a faca esvoaçava pelo ar pesado em direcção ao peito do rapaz de Suna. A areia ergueu-se e afastou a faca facilmente perante um olhar reprovador dele.
Hikaru moveu-se, súbito e imprevisível como uma serpente e com um soco partiu o fino tronco onde o ninja deveria estar escondido. Mas ninguém lá estava.
Os dois Uchiha procuravam em vão perscrutar a floresta em redor com os seus olhos, mas nem o sharingan de Hayato parecia conseguir encontrar quem lançava aqueles covardes ataques. Os seus inimigos ocultavam-se como fantasmas e nenhum dos seus cinco sentidos conseguia detectá-los, nem mesmo os olhos dos Uchiha.
E foi então que tudo aconteceu, à velocidade da luz, ou assim lhes pareceu. Um clarão de luz, perante o qual Datte se posicionou em frente Riri, como se a conseguisse defender. Mas foi em vão. A pancada soou seca e todos os Genin caíram no esquecimento.
Algumas horas mais tarde
Kamui abriu os olhos que luziram vermelhos. O seu akagan conseguiu discernir algumas formas de vida à sua volta. Quando os olhou efectivamente, soltou longos fios azulados dos seus dedos, trazendo de volta o Terceiro Kazekage, ou o que restava dele. Ninjas da Kyodo, nem mais!
A rapariga de Kumo olhava-o e a Hikaru assustada, mas atenta. Apontou para um pequeno pergaminho no chão que Hikaru agarrou sem meias medidas.
“Queridíssimos Genins, esperamos que tenham dormido bem, pois finalmente podemos começar o jogo.
As regras são simples, se algum membro da equipa com quem se encontram morrer, à vossa mão ou de outrem, perdem o jogo.
Se não chegarem à mansão que vêem no horizonte dentro de sete dias, perdem o jogo.
Junto com o esta carta está um mapa da região com um ponto assinalado. Nesse ponto estará um dos ninjas que vos atacou. Vençam-no e tragam-nos o anel que repousa na sua mão esquerda. Se não o fizerem, perdem o jogo. Se encontrarem qualquer outra equipa que já possua um anel, podem roubá-lo e, nesse caso, a outra equipa perderá o jogo.
A equipa que, por alguma razão, perder o jogo será assassinada juntamente com os colegas da sua vila que originalmente vieram consigo.
Entretenham-nos, ou correm o risco de perder!”