Após o discurso assustador, Sayuri deu-nos um papel para cada um. Observámos o papel que nos é dado e vemos um desenho da região bem ilustrado com uma cruz numas coordenadas específicas.
-Vamos brincar ao caça-tesouros, Sayuri-sensei? – Pergunto dando voltas com o papel para tentar entender o mapa.
-Hai! – Afirma a sensei fazendo uma pose superior enquanto continua a andar em círculos visionando-nos – O objectivo é encontrar o tesouro, tem até ao pôr-do-sol para encontrá-lo. Hajime!
Todos começam a correr à procura do tesouro, ainda fico um pouco no local a dar umas olhadas no papel tão estranho, Sayuri atira um pergaminho para os meus pés o qual me capta a atenção.
-Tsutao-san, volta a usar o pergaminho, creio que és mais forte com ele na tua mão… - ordena a sensei dando-me algo que eu sentia falta há muito tempo.
-Que saudades! – Digo enquanto pego no pergaminho e o coloco às costas preso por um sistema de fios – Finalmente devolveu-mo!
A sensei sorri para mim e entra numa tenda deixando-me a sós. Dou uma última olhada para o pergaminho e decido começar a procura ao tesouro. O primeiro passo era dirigir-me ao rio. Começo a correr entrando na floresta.
-Já nem me lembrava como era pesado… - penso enquanto corria com o peso do pergaminho às costas. Tinha que habituar-me ao peso do pergaminho de novo visto que não usava-o há mais de três anos, e assim ao inicio ia custar-me a correr.
No rio eu via um tronco em pé, não estava preso ao chão, atrás corria a água, a corrente estava forte o suficiente para eu não poder atravessá-la. Preso ao tronco estava um papel com uma notificação: “A força da água pode ser derrotada pela travessia da floresta”.
-Isto é muito bonito… - pensei enquanto arranco a notificação presa ao tronco e guardo no bolso, depois fico a olhar para o tronco e para a água - … “(…) pela travessia da floresta”, hmm…
Ocorre-me uma ideia, aproximo-me e começo a empurrá-lo, ele não estava preso ao chão então não exigiu muito da minha força para que caísse. Incrivelmente o comprimento do tronco ia de margem a margem dando-me a possibilidade de passar para o outro lado sem problemas.
-Mas primeiro… - para ter a certeza que era seguro concentro chakra por todo o corpo e faço um par de selos, depois uso o Karasu Bunshin no Jutsu criando uma réplica igualzinha a mim – Ali!
Aponto para o tronco e o KB sobe para o mesmo começando a atravessá-lo, era seguro pois o KB passou para o outro lado sem grandes problemas. Quando eu subo e começo a atravessá-lo uma rajada de vento bate no tronco e começa a fazê-lo rodar rio abaixo. Pressionado pelo avanço do tronco começo a correr com as pernas para a frente para tentar acompanhar o avanço, apesar de eu estar meio atrapalhado.
-Ao KB isto não aconteceu… - penso vendo à minha frente uma falésia para onde eu me dirigia – Merda…
Chegando a descida caio em conjunto com o tronco, à medida que eu caia gritava “AAAAAAA” até cair dentro de água. Emerjo e vou para a superfície onde paro para descansar. Depois de descansar um pouco ando para a frente, pego no mapa, estava molhado mas ainda legível. De acordo com as coordenadas eu estava perto do próximo desafio. Vejo uma montanha mesmo à minha frente e ao alto uma caverna. Concentro chakra na sola dos meus pés e uso o Kinobiri para escalar a montanha com sucesso parando mesmo à frente da caverna.
-OLÁ! – Gritava para dentro da caverna sendo respondido pelo eco do meu “Olá”, dentro era tudo muito escuro então olho para um pau perto de mim, que por acaso tinha um formato muito parecido a de uma tocha, concentro chakra nos meus pulmões e faço uns selos, depois expiro uma pequena bola de fogo (Katon. Endan), muito pequena porque não concentrei tanto chakra como o habitual, a bola de fogo atinge a ponta da tocha que começa a arder.
Pego na tocha e entro na caverna um pouco com medo do que podia vir. Ouvia-se sons de morcegos que passavam por mim frenéticos, podia ver inúmeras estalagmites e estalactites que davam àquela zona um estilo mesmo cavernoso.
Num passo em falso piso uma espécie de botão no chão, o botão desce e oiço algo a vir na minha direcção, sem oportunidade de escapar quatro paus de bambu espetam-se nas minhas nádegas causando-me um enorme desconforto, mas mais um pau de bambu é disparado e acerta em cheio no meio do rabo. Aguento o grito e ajoelho-me no chão a bater com o punho fechado enquanto solto lágrimas, arranco os cinco paus de bambu e atiro para o chão enquanto tento aliviar as dores.
-Maldita Sayuri-sensei – sussurro enquanto massajo a zona dorida, concentro chakra por todo o corpo e crio duas réplicas iguais a mim usando o Karasu Bunshin – Ponham-se à minha frente e atrás de mim - uSo esta táctica para que eles fizessem de meus guarda-costas.
Os clones assim o fazem e continuamos a andar em frente, passado algum tempo o KB da frente pisa outro botão de sem querer, eu recuo para não ser atingido para nada e o KB é esmagado por duas paredes quase instantaneamente, um dos corvos que é desfeito por ele apoia-se sobre o meu ombro calado enquanto os outros apressam-se a sair da caverna. Respiro um pouco e começo a correr, quando piso o botão a armadilha reage, depressa atiro-me para a frente e as paredes fecham-se atrás de mim esmagando o ar, o KB que vinha atrás de mim faz o mesmo e resume a viagem comigo. Desta vez eu acciono outra armadilha e oiço algo a vir na minha direcção, eu e o KB desembainhamos as nossas katanas e fazemos múltiplas defesas de kunais e shuriken atiradas de nenhures.
Depois de tantas armadilhas vemos uma luz ao fundo do túnel, corremos até chegarmos a uma pedra em cima de um rochedo. A pedra brilhava uma cor roxa que iluminava toda a sala.
-Aproxima-te filho de deus! – fala a pedra enquanto eu me aproximo dela.
-Quanto é um mais um? – Pergunta a pedra enquanto eu faço uma cara estúpida para a mesma.
-É dois. – Respondo à pergunta óbvia.
-Errado! – Grita a pedra mudando de uma cor roxa para uma cor negra – Como castigo vais ver as tuas pessoas mais queridas a morrerem!
Entro num Genjutsu sem perceber, vejo Dan Dan a surgir de uma parede a sangrar por todo o corpo, estava bastante fraca quase a morrer.
-Tsu-kun, ajuda-me, Tsu-kun! – Gritava a rapariga desesperada.
Concentro chakra na cabeça e faço um selo seguido por um grito – Kai!
A Dan Dan começa a desaparecer em conjunto com a pedra e voltámos a sala da caverna. Eu olho à minha volta, foi como se isto nunca tivesse acontecido. Atrás de mim estava o KB a olhar para mim calado, sem percebermos porque a chama da tocha extingue-se, sendo-me inútil atiro a tocha para dentro de um buraco, não consigo ouvi-la a bater no fundo.
-Vamos continuar… - Ordeno continuando a explorar a caverna.
Caminhamos por mais passagens estreitas, tivemos que nos encostar a uma parede e andar com cautela porque houve um momento em que o espaço para andar era mínimo. Mais tarde o meu KB activou outra armadilha, kunais e shuriken eram atiradas de todos os lados, eu saltava para os lados, evitava uma, lá vinha outra e eu abaixo-me, vejo outra na minha direcção e consigo atirar-me para a frente evitando-a. O meu KB não era tão ágil como eu e depressa rendeu-se. Depois de a armadilha ter finalmente desactivado tento recompor-me e seguir em frente. O corvo voltou a pousar sob o meu ombro à procura de almoço enquanto grasnava ecoando port toda a caverna.
Continua….
Assunto: Treino 13 - À moda antiga 
Sex 9 Set 2011 - 11:49
