Um ataque à prisão de Konoha?! Quem é que eles quereriam libertar?! Tinhas vária perguntas na minha mente naquele momento mas sabia que eles não me iriam dar as respostas e deixar escapar com vida. Decidi então desatar a correr o mais rápido que consegui até ao escritório do Hokage com o intuito de pedir ajuda. O movimento nas ruas estava caótica e isso dificultava, e muito, a minha passagem. Fui obrigado a dar vários encontrões para abrir caminho pelo meio dos transeuntes e cheguei mesmo a tropeçar sobre um miúdo que brincava na rua, acabando por quase me espatifar contra uma parede. Após longos minutos de correria, avistei finalmente a fachada do imponente edifício que serve de habitação para o líder da vila da folha. Entrei no local de rompante chamando a atenção dos guardas, os quais acabaram por me deter antes de eu conseguir subir ao andar superior.

- Tenho informação urgente para o Hokage! - Gritei, enquanto me tentava libertar do brutamontes que me agarrara.
- Hokage-sama encontra-se ocupado neste momento. - Respondeu o homem, exercendo mais força sobre o meu corpo.
- Um ataque à prisão de Konoha encontra-se eminente, é preciso evitá-lo! - Rapidamente me apercebi de o segurança não me deixaria continuar, por isso decidi gritar a razão que me levara até ali no tom mais alto que consegui.
- O que é que se passa aqui? - Questionou o homem de rabo-de-cavalo e uma capa branca que vinha agora a descer as escadas. Era o Hokage Loki e, acompanhando-o, vinha um ninja de cabelos verdes que eu conhecia bem: tratava-se do meu sensei, Yashamaru Kurai. - Larga-o! - Ordenou o Hokage para o guarda, que obedeceu imediatamente.
- É verdade que o estabelecimento prisional de Konoha vai ser atacado, Kakushi? - Inquiriu Kurai-sensei, fazendo uma cara tão séria que por momentos pensei que aquela fosse outra pessoa à minha frente e não o meu habitual sensei, sempre descontraído e relaxado.
- Sim, talvez o ataque até já esteja a decorrer. -
- Como conseguiste essa informação? - Perguntou Loki. Eu sabia que não tinha muito tempo para grandes explicações mas também não seria capaz de fazer o que quer que fosse se não contasse minimamente o que acontecera. Decidi então explicar resumidamente os últimos acontecimentos e esperar que eles acreditassem em mim.
- Muito bem. - Disse o Hokage após ouvir a minha história. - Neste momento, estámos com falta de pessoal disponível divido à guerra...
- Eu reunirei os meus alunos e iremo-nos dirigir imediatamente ao local para averiguar a situação. - Sugeriu o Jounin de cabelos verdes e olhos encarnados, interrompendo bruscamente o Hokage.
- Parece que não temos outra opção. - Concluiu Loki após reflectir por alguns segundos. - Tenham cuidado e não hesitem em recuar se virem que a situação ultrapassa as vossas capacidades. Vão! - À ordem do Hokage, desaparecemos dali num ápice e voltámos às ruas apinhadas de gente.

- Eu vou buscar o Tekina enquanto tu procuras pela Furinji, encontrámo-nos no portão principal. - Declarou Kurai num tom grave, voltando depois a desaparecer por entre uma nuvem de fumo. Realmente nunca tinha visto o sensei tão sério e ansioso, era assim tão importante para ele impedir o ataque à prisão? O que é que estaria por detrás da sua preocupação? Mais uma vez, uma série de questões invadiam a minha mente e, tal como anteriormente, eu não tinha tempo para reflectir sobre elas. A minha missão agora era encontrar Furinji e, obviamente, decidi começar por procurar na sua casa, a qual por acaso era também uma loja que comercializa adubo e várias ferramentas hortícolas.
Corri novamente pelo meio da multidão até chegar ao meu destino e, qual não foi o meu espanto, quando mesmo em frente à loja da família de Furinji testemunhei uma cena assombrosa: a rapariga de cabelos alaranjados encontrava-se à porta do edifício acompanhada por Chakku Norizu, um rapaz de sobrancelhas enormes que antes me abordara a dizer que queria ser meu rival. Os dois estavam bastante próximos e soltavam sorrisos rasgados de cumplicidade. Tentei fazer um esforço para tentar perceber como eles poderiam ter estabelecido tal elo e, subitamente, lembrei-me que deixara Furinji para trás quando fugi apressadamente dos insistentes pedidos de competição de Norizu e tudo fez sentido na minha cabeça: o rapaz deveria ter abordado Furinji quando eu desapareci da sua vista e, de alguma maneira, haviam desenvolvido uma espécie de amizade. Apercebi-me que a minha mente começara a divagar mais uma vez e tentei focar-me naquilo que era realmente importante.

- Furinji, temos uma missão urgente. - Disse eu, aproximando-me do casal e ignorando a sua estranha cumplicidade. - A prisão de Konoha vai ser atacada e nós temos de impedir os invasores.
- Ah, é o meu rival, Uchiha Kakushi! - Gritou Norizu, apontando para mim com toda a sua energia e excitação habitual. Ao ouvir o rapaz chamar o meu nome, apercebi-me imediatamente que Furinji lhe tinha revelado informação sobre mim, no entanto, não era altura de me preocupar com isso.
- Temos de ir já? - Perguntou a jovem, fechando a porta da loja e colocando um sinal de "Volto já".
- Sim! - Exclamei, agarrando-a pelo pulso e começando a correr em direcção ao portão principal da vila.
- Eu vou com vocês! - Acrescentou o jovem de sobrancelhas farfalhudas, desatando a correr junto a nós. Ambos concordámos com a junção de Norizu e resumimos a nossa corrida até que, após alguns minutos, acabámos por avistar os grandes portões da vila de Konoha.

- Finalmente... - Suspirou Kurai, que já se encontrava no local com Tekina há vários minutos. - Não há tempo a perder, vamos! - Concluiu o Jounin saltando para o tronco de uma árvore, ignorando completamente o facto de Kakushi e Furinji estarem acompanhados de Norizu.