No filler anterior:
- Eu sei onde ‘tá a Rima.- O quê?! Onde? Diz-me! - Pediu Sasame num laivo de desespero agarrando Spra pelos ombros minúsculos.
- Tens menos de um minuto. - Declarou a pequena num tom decisivo antes dos seus olhos se tornarem dourados e perder os sentidos.
- So-sora?! - Chamou a kunouchi deitando a pequena na cama e tentando despertá-la.
- Sasame... - A voz que ela conhecia tão bem chamou o seu nome. - Eu sabia que estarias à minha procura.
- Ri... Rima... - Murmurou num fio de voz, a figura de Rima tal como ela se lembrava erguia-se parecendo emitir uma áurea dourada, Sasame avançou para ela numa tentativa de a abraçar, mas ela não passava de uma miragem que se desfez em milhares de pontilhos luminosos quando Sasame a tentou tocar.
- Onde estou não me consegues alcançar. - Declarou quando retornou à sua forma de sempre. - Eu não sei se consigo voltar...
- O que estás a dizer?
- Eu não se quero voltar. - Declarou com um sorriso triste.
- N-não queres voltar?! Como podes não querer voltar? - Perguntou Sasame.
Rima fechou os olhos e inspirou fundo, olhou Sasame nos olhos com uma profundidade que a arrepiou. - Adeus Sasame. - E antes que a kunoichi de cabelos lilases pudesse fazer algo para o impedir a imagem de Rima desfez-se numa explosão de luz que encheu todo o quarto obrigando Sasame afechar os olhos.
Quando os abriu Sora olhava-a com um sorriso tímido, a kunoichi estava de joelhos, a fitar o tecto, com o rasto de uma lágrima na cara. Sem que nada o fizesse prever a pequena abraçou-a.
...
O vento gélido fazia com que o cabelo de Mo esvoaçasse ligeiramente deixando à vista de todos os seus olhos vermelhos brilhantes como safiras, de súbito estaca no meio da multidão. Um sibilo misturado no sussurar agradável do vento fez Mo olhar em volta, mais ninguém ouviu, mais ninguém reparou, só Mo. Só Mo sentiu o sangue gelar e um arrepio percorrer-lhe a espinha. As suas pupilas dilataram-se, a frequência cardíaca disparou e os nervos começaram a tomar conta do seu corpo. Ela estava ali.
Ela. Que ninguém via, a culpada de tudo, mas ninguém a via. Apenas Mo. O medo personificado. Era
ela.
Só ela tinha o cheiro a morte agarrado à pele. Só
ela.
...
Dois olhos amarelos com pupilas semelhantes às de uma cobra brilhavam de prazer, um sorriso de orelha a orelha deixava antever dentes semelhantes a pequenas presas, a língua bifurcada de serpente saboreou o ar e lambeu os lábios ao sentir o cheiro da sua presa. Os longos cabelos negros lisos caiam-lhe sobre os ombros cobertos de escamas verdes reluzentes que se estendiam até às coxas. Não usava qualquer tipo de vestuário ou calçado. Desceu da árvore num salto ágil e sem fazer qualquer ruído.
- Não devias estar aqui. - Declarou uma voz forte e segura. A mulher endireitou-se e olhou-o com os seus olhos de serpente.
- Ekel. Amor. - Murmurou com os olhos a brilharem de maneira sobrenatural.
...
- Mo! - Chamou Sasame ao ver a criatura a poucos metros de distância, colocou-lhe a mão no ombro. Mo assustou-se e deu um pequeno salto, afastando-se. - Ei! Está tudo bem?
- Ah. - Murmurou olhando a sensei com ar de pânico.
- Olha, é só para te avisar que tens de ir para Iwagakure, os WarGames estão a começar. - Declarou Sasame meio confusa.
- Tenho?
- Sim. Inscreveste-te neles...
- Inscrevi?
- Não te lembras? - Perguntou de sobrancelha arqueada.
- Devia?
- Jesus! Que mal fiz eu para merecer isto?! Eu depois levo-te, trata de treinar ou falar com os teus amigos imaginários ou o raio que te parta. Mas vais à porra dos WarGames nem que te tenha de te arrasta pelas unhas dos pés até Iwa. Percebeste?! - Mas Mo já não a ouvia, parecia estar a olhar para além dela. Limitou-se a suspirar e a levantar as mãos em sinal de desistência, não estava em condições de se irritar com Mo. Na altura da partida trataria do assunto, por enquanto que ficasse com os seus devaneios.
- Nadja. - Murmurou Mo engolindo em seco, quando Sasame já estava longe.
Continua...
Desculpem lá qualquer coisinha, mas isto não foi escrito em word, e provavelmente deve ter alguns erros estúpidos pelo meio. Enjoy