O nome dela era Katsume. Uma garota que sentava na fileira da frente na academia ninja. Sempre séria e metida a inteligente, ela encantava todos os alunos da sala. Uma líder nata. Quando falava, todos escutavam. Todos, inclusive os alunos das séries mais velhas admiravam-na ao passar pelo corredor. "Uma deusa entre homens." - Diziam ao vê-la passar. Katsume possuía um corpo não muito magro ou gordo. Começava a desenvolver um corpo de mulher antes mesmo das outras garotas. Possuía grandes e misteriosos olhos azuis, cabelos negros e brilhantes. Sua pele, quente e suave. Seu sorriso e voz eram encantadores. Ela era conhecida como a garota mais bonita da turma. E para variar, não dava a mínima para o pálido e tímido estudante que a admirava tanto. Kimura perdia sua consciência ao ficar olhando aquela garota. Seus olhos o traíam quando ela virava e o encarava com cara de desdém. Ele tremia só de pensar em ir falar com ela. Nas provas e nos trabalhos de classe, sempre queria ficar próximo a ela. Mas sempre que tinha alguma oportunidade em ter alguma amizade, era interrompido por outra pessoa que tomava sua frente, deixando-o de lado.

A cada ano, mais e mais Katsume ficava mais bela e a paixão platônica que Kimura sentia também. O sentimento era sufocante. Queria gritar para o mundo que a amava, que a queria por perto, que tudo que planejava para o futuro ela estava presente. Até que, no meio do terceiro ano, numa noite triste e chuvosa, Kimura começou a escrever sobre ela, olhando pela janela para se inspirar. Dizia no papel que em seu coração, ela havia se instalado com poderoso sentimento. Escrevia que sua beleza não era deste mundo e que, se transformasse as incontáveis gotas de chuva que caíam em palavras, não seriam capazes de descrever o que ele sentia por ela. Dizia que era um sentimento forte e ao mesmo tempo doentio. Que já não brincava ou dormia direito só para não perder um momento em pensar nela. Kimura pôs no caderno tudo o que sentia. Sua intenção era desabafar. Quase não tinha amigos, e não se sentia a vontade em falar com seus irmãos mais velhos. "Eles não entenderiam." - Dizia ele, sorrindo sozinho, com seus devaneios em que Katsume comandava. Acabou escrevendo duas páginas de pensamentos e poesia. Até chegou a rabiscar um desenho do rosto angelical dela, mas não terminou, caiu no sono sem perceber.

Dia seguinte, acordou às pressas. Já estava atrasado para a aula e sua mãe já reclamava por ter de acordá-lo. Kimura não pôde pensar direito. Arrumando os papéis de sua escrivaninha, ele os põe dentro do caderno e em seguida os joga na mochila para só depois tomar um banho gelado e descer as escadas na correria. Já estava atrasado e isso não era um bom começo de semana. Tomou café e pão recheado, pegou a mochila e correu para calçar os pés. Pondo a mochila nas costas, ele sai tropeçando até chegar à academia. Todos já haviam entrado na sala. Kimura bateu à porta da sala e o professor abriu. E com reclamações e sorrisos sarcásticos dos colegas de classe, Kimura entrou de cabeça baixa, envergonhado por ter arrebanhado a atenção de todos, inclusive de Katsume, que se juntava ao murmúrio sorridente dos outros. O garoto sentou-se e pegou o livro. Queria um buraco para se enterrar. Mas este sentimento acabou quando o professor reiniciou a aula. A aula era sobre trajetória de projéteis. Kimura já sabia aquilo de cor e salteado. Como não tinha muitos amigos, os livros eram seus companheiros. Estava bem nas notas e com toda a certeza iria conseguir boas notas.

- Hoje que fazer algo diferente. - disse o professor. - Vou dividir os alunos para fazer um trabalho em grupo.

Kimura gelou. Era tímido demais para conversar, quanto mais fazer um trabalho em equipe. Mas não havia jeito. Um a um, o professor começou a fazer os pares até que chegou ao seu nome. "Kimura formará par com Katsume." - Falou o professor. Katsume olhou para trás com aqueles grandes olhos azuis e esboçou um sorriso. O primeiro que ela havia lhe dado em três anos. Kimura que já era pálido por natureza, agora se tornava transparente. O frio na barriga que sempre o visitara estava tão forte que achava que passaria mal. Principalmente quando Katsume se levantou e foi sentar-se a seu lado. Apressadamente, seu companheiro de mesa levantou-se para dar o lugar. Kimura permaneceu calado. Tremia e suava. Tentava não olhar para ela com receio que seu olhar entregasse seus sentimentos. Até que Katsume abriu seu livro e começou a procurar os assuntos do trabalho. O garoto repetiu de forma exagerada os movimentos da menina, tanto, que ao puxar o livro para fora, ele trouxe consigo aquilo que ela já tinha esquecido: As três páginas que escrevera na noite anterior. E para completar seu azar, as folhas caíram do lado de Katsume.

Olhando para baixo, a garota viu seu rosto rabiscado, além de duas páginas em um texto desesperado de alguém que a amava de tal forma que incomodava o autor. Katsume corou. Tentou desconversar, mas A menina começou a ler todas as duas páginas com ar de surpresa. Kimura ficou parado todo o tempo. Estava paralisado de pavor e milhares de dúvidas circundavam sua cabeça. Qual seria a reação dela? Será que escrevi alguma coisa que ela não gostasse? Será que ela irá rasgar os papéis? Não sabia de nada. Apenas aguardou com um olhar de bobo o resultado da leitura. De repente, o frio da barriga se transformara numa dor de barriga. Kimura levantou-se com rapidez e levantando a mão pede para ir ao banheiro. Vendo o semblante do menino, o professor não teve opção senão autorizar sua ida. Kimura correu até o banheiro, mas percebeu que era apenas um ataque de nervos. Ele lavou as mãos e o rosto, ele vê a porta do banheiro e para. "Não posso voltar agora." - Pensou. Não queria retornar e enfrentar o olhar inquisidor de Katsume, apesar de só pensar em seus olhos azuis. O garoto tímido aguardou até o término da aula. Achava que agora que todos iriam embora, não teria que explicar-se. Engano.

Ao sair do banheiro, ainda molhado, não se sabia se de suor ou água mesmo, Kimura vê Katsume encostada no corredor. Ela o esperava, e ao vê-lo, um sorriso foi tudo que conseguiu enxergar entra a multidão de estudantes que saíam das salas ao mesmo tempo. Kimura queria correr, mas suas pernas não respondiam. Até que a menina se aproximou e lhe entregou os papéis dizendo: - "Temos que conversar. Me encontra no parque mais tarde". Kimura pegou de volta os seus papéis e envergonhado, recebeu um beijo na face. Ao ver a menina seguir caminho, Kimura quase que salta de alegria. Pegou seus livros na sala e correu para casa. Precisava se arrumar para seu primeiro encontro. Estava tão ansioso como num dia de formatura. Não sabia o que lhe esperava, mas não ligava, o mais importante é que Katsume parecia não ter achado ruim o que ele escrevera.

own que fofo
Ótimo filler, Orochi! Super envolvente, a escrita também está maravilhosa, salvo um ou outro erro, nada demais
Super curiosa aqui pra o desfecho desse encontro... que a Katsume não seja uma bad girl hoho... sorte pro Kimura, que ele não fique transparente de novo uahsuahsuahsuhaushaushauhsa

Primeiro two things:

Citação :

Kimura gelou. Era tímido demais para conversar, quanto mais fazer um trabalho em equipe. Mas não havia jeito. Um a um, o professor começou a fazer os pares até que chegou ao seu nome. "Kimura formará par com Katsume." - Falou o professor.

Clichê puro e acho que ela não o vai aceitar, ou vai, seria mais interessante senão aceitasse .

Toda a boa história tem que ter amor mas, pelo que vi no inicio do Filler, Orochi apaixonou-se pela tipica rapariga popular e que todos amam algo que o Tsu não aprecia .

Foi um bom Filler, tens uma boa escrita e tens jeitinho para a poesia. Continua ^^

Tsutao escreveu:

Clichê puro e acho que ela não o vai aceitar, ou vai, seria mais interessante senão aceitasse .

Ambas as formas são clichês '-'
Não faça o Kimura sofrer Tsu. Ele é uma boa pessoa

Tsutao escreveu:

Toda a boa história tem que ter amor mas, pelo que vi no inicio do Filler, Orochi apaixonou-se pela tipica rapariga popular e que todos amam algo que o Tsu não aprecia .

Realmente é a típica rapariga popular que todos amam...
Gosto muito de personagens assim, perfeitinhas, boazinhas, legais, habilidosas, mas que escondem algum problema ou tristeza profunda, algo mais psicológico que trabalhe aparências x realidade.

[Sou fã desse estereótipo para minhas personagens, Hana mesmo é uma garota linda como tudo, bondosa com todos, talentosa e tudo mais de qualidade, mas pretendo sempre incluir algum conflito interno ou algo consequente de toda essa 'perfeição']

Agora largando a garota em si e indo ao filler, hahaha, também queria que ela metesse o pé nele, mas eu acho que a garota vai achar ele interessante e vai querer conhece-lo um pouco, mas só enquanto isso for novidade, é típico dessas garotas se enjoar logo e preferir os homens estereotipados também, e Kimura está longe do padrão masculino, pelo tipo da garota ela está acostumada com jogadores de futebol (também estereótipos) e garotos populares, que é o mundo dela. Mas pode ser que ela queira se refugiar um pouco desse mundo de aparências indo para Kimura... não sei se dará certo ou não, se ela se cansará do jeito tímido dele e prefira um homem com muita atitude e belo corpo ou se ela se apaixonará pelo jeito tímido e amável dele.

Também estou curioso, faça o próximo sff. Parabéns Orochi ^^

Das duas uma: ou a rapariga lhe corresponde aos sentimentos (afinal qual é a rapariga que não gosta de um texto sobre o amor obssessivo que laguém sente por ela. ) ou goza com ele à força toda.

Gostei do teu filler, boa narrativa, de leitura fácil e agradável. Fico à espera do próximo. ^^