“O Flautista era realmente impressionante, mesmo após ter levado tanto ainda conseguia resistir à fúria não explicada do meu professor. Eu estava deveras impressionado, pena é que tinha que enfrentar um adversário tão temível…”
Daisaka respirava ofegante, as pequenas lamparinas que iluminavam aquele local escuro começam a fraquejar dando sinais para serem reabastecidas rapidamente para que não ficássemos completamente às cegas.
-Será que o matei de vez? – Pergunta-se o Nara enquanto fica numa posse mais defensiva estranhando o não movimento do seu inimigo.
Miyuki continuava a abanar com o meu corpo, fraquejando, consigo abrir as pálpebras dos meus olhos, a primeira pessoa que vejo é a pequena Kaguya a mostrar sinais de alivio após me ver a acordar. Esta ajuda-me a sentar, esboçando um sorriso caloroso e refrescante para a minha alma.
-Está tudo bem com você? – Pergunta a rapariga vendo-me a coçar na rapariga…
-Hai… - Respondo friamente levantando-me como se nada me tivesse acontecido – Sinto-me… tão bem…
O meu professor esconde um sorrisinho ao ver que o seu aluno estava a salvo, assim este já podia lutar com mais calma. Mas eis que finalmente ouve uns barulhinhos nos escombros, retira uma kunai do bolso para usá-la como defesa, e quem sabe como contra-ataque.
Ouve-se o murmúrio “Morre”, uma onda violenta de vento percorre toda a sala. Numa fracção de segundos, todas as pedras que se aglomeraram à volta do inimigo, começam a propagar-se em diferentes direcções atingindo inúmeras ramificações da caverna. O Nara é apanhado de surpresa e acaba por ser acertado por um par de calhaus e arrastado pelos mesmo até ser encostado a uma das paredes. Algumas pedras também vinham na minha direcção, eu nem lhes ligava, olho para as minhas duas mãos, sentia algo de diferente nelas, as pedras projectam-se contra a minha cabeça, e eu sem fazer nada. Mas a Kaguya não hesita nem por um milésimo de segundo, coloca-se à minha frente e começa a desfazer as pedras com o seu osso, protegendo-me de qualquer dano. O Flautista revela a sua presença saindo do local onde tinha jazido, sério e um pouco danificado pelo meu professor.
-Agora que já me livrei daquele Jounnin da Folha maldito, és tu que vais sofrer… Tsutao… - Revela o meu adversário enquanto desembainha a sua katana confiante.
Olho para o inimigo à minha frente, a rapariga prepara-se para defender do que vinha, mas coloco-lhe a mão no ombro, esta troca olhares comigo e afasta-se, deixando-me lutar cara a cara com o líder da parcela de Taki. Abaixo-me o máximo que posso até a minha anca ficar ao mesmo nível dos joelhos, a segurar no desembainhe da minha katana, a típica posição de “Lai”. O inimigo sorri sarcasticamente e aponta o metal da sua espada na direcção dos meus olhos, este irrita-se após ver a minha serenidade e calma, eu estava tão confiante que ia ganhar, nem sabia donde arranjara tanta confiança, mas o inimigo não consegue controlar-se.
-MORRE! – Grita correndo na minha direcção pronto para me decapitar.
Nem me movo muito, espero que ele se chegue perto de mim, e quando assim o faz, desembainho a lâmina rapidamente em conjunto com um avanço gracioso exibindo a beleza de “lai”. Acabamos por ficar de costas um para o outro, mas eu não chego a embainhar a lâmina de novo, sinto algo estranho, algo diferente desta vez. O Líder vira-se para trás e tenta golpear-me com a lâmina, prevejo o movimento e faço um rodopio sobre mim bloqueando assim o ataque dele, ficamos cara a cara, eu com o meu Sharingan activo e ele com uma cara extremamente irritada.
-És tão fraco que me metes nojo… - Opina o homem soltando um suave risinho.
Por detrás dele aparece outra versão sua de um salto, apercebo-me daquilo e espeto um pontapé na barriga do que estava à minha frente, este desfaz-se numa rajada de vento que acaba por me afastar uns metros da minha posição. A versão, ainda no ar, dispara uma espécie de projécteis de vento que me atingem no abdómen e no braço direito atirando-me contra uma parede por detrás de mim. O “verdadeiro” aparece ainda por detrás da versão que disparara aqueles projécteis, caminhando lentamente na minha direcção.
-Aquele Jounnin cansou-me bastante, ele sim era um oponente forte. Tu nem sabes o que hás de fazer… - Afirma o homem pegando-me pelo colarinho – Então Tsutao, que vais fazer agora hein? QUE VAIS FAZER AGORA? – Gritava o homem expressando uma cara totalmente insana, nada comparada com as anteriores.
-Vou voar… e ser livre… - Respondo enquanto me deixava ser agredido daquela forma.
- Nani? – O Flautista não percebo o que eu lhe dissera e continua a abanar com o meu corpo, mas este acaba por desaparecer num manto branco que era afastado pelo bater de dois corvos que tentam procurar a saída daquela caverna.
O inimigo vira-se para trás deparando-se com mais três clones criados por mim, estes começam todos a fazerem selos, quando param, gritam em uníssono “Magen: Narakumi no Jutsu”, o Flautista acaba por entrar em três Genjutsus sem se aperceber, e tenta desesperadamente sair das ilusões. Sem lhe dar essa oportunidade, eu já estava a atirar kunais, atadas por fio, que começam a arrastar o corpo dele até um pilar, as kunais dão voltas, e voltas, até o prenderem contra o pequeno poste, mas acabam por se cravar nos braços e pernas paralisando-o por completo.
-ARGH!! – Geme saindo de todos os Genjutsus, olha para as minhas três réplicas a desfazerem-se numa nuvem de fumo, os corvos daí provenientes, apressam-se a obstruir a visão do meu oponente, este que gritava “Xô”, para tentar se livrar dos mesmos.
Quando os corvos finalmente o largam, este só me vê a aproximar e a agarrar o pescoço dele com a minha mão com extrema força. A mão começa a emitir uma aura forte e azulada, esta aura começa a sugar o chakra do meu oponente incrementando as minhas reservas de chakra, que por acaso nem estavam muito gastas.
-Não sabia o que fazer? Isso agora pergunto-te a ti… O que vais fazer agora? – Pergunto-lhe sentindo-me a rejuvenescer, esta era a habilidade foi-me atribuída após aquela tensa dor de cabeça que se debatera sobre mim.
O inimigo já não se aguentava em pé, já não lhe restava muito chakra e o que restava era só meu. Fico uns cinco minutos a sugar-lhe o chakra, quando finalmente encho as minhas reservas, por consequente o oponente acaba por desmaiar totalmente “vazio”.
-O homem! – Grito lembrando-me do homem que tinha sido derrotado pelo Líder, apresso-me a afastar as rochas que o cobriam para ver se estava vivo, ainda.