Tempos atrás quando eu tinha apenas 08 anos e estava estudando em um academia nos arredores de Konoha pouco conhecida.
Mais uma vez aquela cena se repetia, o professor de física me entregando uma prova, a nota era baixa e ele me olhava com uma cara de desprezo, se achando melhor do que eu. Mas dessa vez foi diferente, pois Haruna, aquela de quem eu gosto e uma das mais inteligentes da sala, também foi com nota baixa.
Fora isso, esse era mais um dia normal de tédio, onde não se tem nada a fazer a não ser ir para a escola, como eu odeio essa cidade. Chegando em casa La estava a minha irmã mais nova, segurando seu ursinho favorito e com um sorriso estampado no rosto, minha mãe estava preparando o jantar e meu pai não havia chegado. Fui para o meu quarto, quando olhei em cima da cama, havia uma caixa com um bilhete junto. Dentro da caixa havia um relógio de bolso, daqueles bem antigos, mas ele não funcionava. No bilhete estava escrito o seguinte:
“Este é Chrono, o Relógio do Tempo
Este relógio lhe guiará para os confins do tempo, você poderá ir a qualquer parte do seu passado usando ele. Abaixo esta o modo como deve ser usado:
*Gire os ponteiros de hora e minuto, e coloque-os de acordo com a hora do dia que você quer voltar.
*No canto direito, a uma roleta que indica A.M e P.M, gire-a e deixe de acordo com o horário do dia que você quer voltar.
*No canto esquerdo há outra roleta, nela indica dia, mês e ano, é só você girar e deixar de acordo com o tempo que você quer voltar.
*Depois de todos os procedimentos, basta apertar o botão que fica em cima, e você será levado para o passado, para voltar é só desapertar o botão.
Mas, como nada é perfeito, este relógio possui regras, elas estão listadas abaixo:
1-Todos nós possuímos uma corrente invisível ao redor do nosso corpo, cada elo dessa corrente representa uma mês de vida, a cada vez que você usar o relógio, um elo será rompido.
2-Você não poderá voltar mais do que 50 anos no passado.
3- Você não pode voltar duas vezes no mesmo momento. Ex: Não da para voltar duas vezes no dia 17/05/94 as 05h32min AM
Se quer saber mais detalhes venha ao terraço da escola as 14h00min em ponto”
- Que besteira será essa? Eu me perguntei. Desci as escadas e fui á cozinha, perguntei a minha mãe se alguém entrou no meu quarto hoje, ela respondeu que não. Passou uns minutos e meu pai chegou, nós quatro jantamos, como sempre meus pais comentaram sobre meu desempenho na escola, e eu só respondia que ia melhorar. Depois que eu terminei de jantar eu subi para o meu quarto novamente, sai na janela e vi o vulto de um homem que me pareceu familiar, eu não dei bola e fui dormir. Mas nessa noite eu tive um sonho estranho, as pessoas ao meu redor estavam estranhas, pessoas que eram para ser amigas estavam agindo como se fossem estranhas, a Haruna estava me pedindo ajuda, minha família estava triste... Depois disso eu acordei com o som do despertador, eram 6:30 da manhã.
Tirei o meu pijama, vesti o uniforme escolar, escovei os dentes, desci as escadas para tomar o café da manhã, mas uma coisa estava diferente. Minha irmã ainda não tinha acordado, estranhei isso porque ela sempre acorda antes de mim.
Subi as escadas e fui em direção ao quarto dela, mas o quarto não estava lá, não havia porta para entrar nele. Fui á cozinha e perguntei a minha mãe o que aconteceu com o quarto da minha irmã. Ela fez uma cara de quem não entendeu, perguntei a ela o que aconteceu com a minha Irma, e ela continuou com a mesma cara. Ela respondeu;
- Mas do que você esta falando, eu nunca tive uma filha, você foi o meu único filho... A mas tinha também aquele bebê que eu perdi no terceiro mês de gravidez.
Aquelas palavras ecoaram na minha cabeça. Como é possível que ela não se lembre da minha irmã? No desespero, eu corri para o quarto da minha mãe, abri o armário, e peguei os álbuns de fotos da família... Não havia nenhuma foto da minha irmã...Quer dizer então que aquele tempo em que nós passamos juntos foi tudo um sonho?
A campainha tocou. Eram meus dois amigos, Kenichi e Atoro, que vieram me chamar para irmos á escola. Mesmo com a minha mente confusa eu resolvi ir á escola.
No caminho, eu perguntei para os dois se eles se lembravam da minha irmã, já que teve vezes em que eles foram la em casa. A resposta dos dois foi á mesma, nenhum deles se lembrava da minha irmã. Quando cheguei á escola, a Haruna estava no portão esperando a sua amiga chegar, ela me disse “Bom dia, Nygan”, eu respondi o seu cumprimento “Bom dia Haruna”. Apesar de eu ser apaixonado por ela, eu nem reparei nela direto. Minha mente estava muito confusa.
No primeiro período, era a tediosa aula de física, se em um dia normal eu já não prestava atenção nessa droga de aula, imagina em um dia em que eu acordo e ninguém se lembra da minha irmã. Foi quando que veio na minha mente uma coisa: Será que o desaparecimento da minha não tem relação com o relógio? Na carta dizia se eu quisesse saber mais sobre o relógio, era para eu estar no terraço as 14:00min. em ponto. Mas as 14:00min. eu estarei em aula, fora que eu esqueci o relógio em casa.
Der repente, alguma coisa bateu fortemente em minha mesa. Era maldito professor reclamando de novo comigo, ele disse que eu terei que ficar depois da aula como castigo por não prestar atenção na aula. Eu continuei com a mesma cara de desinteressado. As horas foram passando e eu não deixei de pensar na minha irmã. Quando eu olho no meu relógio e já são 14:38min. Eu falei para a professora de matemática que estava me sentindo mal e precisava sair da sala. Ela me olhou com uma cara de que sabia que eu estava mentindo, mas assim mesmo ela me deixou sair. Eu corri para o terraço, no meio do caminho vi três alunos, aqueles tipos de “delinqüentes” que ficam cabulando as aulas, eu escutei um deles falando que achou uma carta no terraço. Eu pensei: “Será que não tem a ver com o relógio?” mas quando eu me dei conto eu já tinha perdido eles de vista.
Quando cheguei em casa, minha mãe me perguntou o porque do meu comportamento estranho de manhã, e eu disse que não foi nada, eu estava meio “cabulado” com um sonho ruim. Logo depois o meu pai chegou e nós três jantamos juntos. E eu pensei: “como que eles não se lembram da Nagisa, a filha de cinco anos, que eles adoravam tanto?”. Depois que eu terminei de jantar, eu subi para o meu quarto, sentei na cama, e vi o relógio em cima da escrivaninha. Foi quando me passou uma idéia na minha cabeça. Eu peguei o relógio e sai correndo, minha mãe perguntou aonde eu ia, eu disse que ia na casa de um amigo, ela falou para eu voltar logo que já eram 9:30. Corri feito um louco, pulei o muro da escola, e fui até o terraço. Chegando la eu tirei o relógio do bolso, e fiz os procedimentos necessários.
Coloquei o ponteiro pequeno em cima do número II, o grande em cima do número XII, na roleta do canto direito eu girei e coloquei P.M e na roleta do canto direito eu coloquei a data de hoje: E apertei o botão que fica em cima do relógio. Quando eu fiz isso, eu vi o tempo retrocedendo, e la estava no chão do terraço, uma caixa...
Eu me aproximei dela e a abri, dentro dela havia mais uma carta, não era como a anterior, essa era diferente, dizia o seguinte:
“Este relógio é um presente meu a você, use-o com cautela, tente não criar paradoxos, como por exemplo, voltar no tempo e matar sua mãe ou seu pai. Tente não usá-lo demais, pois sua vida correrá risco. Lembre-se do seu objetivo principal, que é salvar a sua irmã. Aquele precioso tempo que você passou com ela não foi um simples sonho.