Treino 1
Um Falso Inimigo
O dia estava nublado e entrava pouca claridade no quarto. Abri os olhos e quando olhei para o despertador este marcava as onze horas certas. Tinha decidido no dia anterior com o meu pai que nos íamos levantar cedo para ir treinar e já atrasado, dei um pulo da cama e comecei-me a aprontar rapidamente. Fui até à cozinha e apenas estava lá a minha mãe.
- Bom dia mãe! O pai? - Perguntei.- Olá Akai! O teu pai não está... - Respondeu.- Não está? Mas ele ficou de ir treinar comigo... - Disse desmotivado.- Sim e ele pediu desculpa. Ele foi chamado para ir numa missão filho. - Acrescentou.- Ah, pelo menos tem uma desculpa plausível. - Respondi sorrindo. - Então irei sozinho!- Tem cuidado! Preparei-te a mochila, vou ter de sair e não venho almoçar a casa por isso pus-te lá algum dinheiro. - Exclamou.- Obrigado mãe! Agora tenho de ir, adeus! - Disse saindo de casa. O céu estava cinzento e por isso era um ótimo dia para treinar pois não havia calor. Fui então em direção à floresta até chegar à zona onde eu e o meu pai costumamos treinar. Por fim cheguei e então pousei a mochila ao fundo de uma árvore e pus-me a alongar um pouco.
Comecei por fazer dez flexões e depois destas tentei fazer quinze abdominais. Não estava habituado a este tipo de treinamento e por isso já começava a ficar um pouco cansado mas mesmo assim ainda tentei fazer vinte agachamentos. Era difícil para mim e mesmo fazendo alguns mal no décimo sétimo o meu corpo deixou-se cair para trás. Não podia desistir ali… Tinha que ficar mais forte para que o meu clã tivesse orgulho em mim. Deixei-me estar no chão por mais algum tempo para descansar e respirar fundo. Virei o meu corpo de barriga para baixo e esforcei-me ao máximo para fazer vinte dorsais.
Levantei-me e dei três pulos no ar. Estava pronto para passar para outra etapa. Peguei na katana e espetei-a no tronco da árvore, pendurando a minha mochila de modo que ficasse ao nível do meu peito. Ia-lhe inferindo murros cada vez com mais força mas já não aguentando dos braços tentava então acertar-lhe com os pés.
Já era o suficiente. Este não era o meu estilo de combate e já estava a ficar cansado apenas com o aquecimento. Tentei então aperfeiçoar o meu Kinobiri e fui subindo a várias árvores marcando sempre com a katana até onde tinha alcançado. Concentrei o meu chakra nos pés e ficava o máximo de tempo possível preso do tronco da árvore. Caía e voltava a tentar manter uma grande quantidade de chakra na planta do pé para que não voltasse a cair. Repeti sempre até ficar exausto.
Já passavam algumas horas e a minha barriga começava a rosnar. Enquanto aproveitava para descansar decidi ir num passo lento até ao restaurante da vila para fazer uma pausa e comer. Enchi até não entrar mais nada, paguei e saí. Já com as energias recarregadas vou ao encontro do meu local de treino mas desta vez rapidamente. Saltando agilmente de árvore em árvore, desaparecendo numa e aparecendo noutra. Finalmente cheguei.
Pousei novamente a minha mochila no mesmo local e nisto ouvi um barulho por entre as árvores. Parei e tentei escutar. Ouvi mas passos a pisar nas folhas caídas no solo.
- Quem está ai? – Perguntei. Virei o meu corpo e lá estava. Era um ninja, não sabia se era homem ou mulher. Isso também não interessava. Usava um manto azul escuro a tapar-lhe todo o corpo, incluindo a cabeça. Nisto ele vem a correr na minha direção com atirando-me quatro shurikens que perfuraram o meu Kawarimi no Jutsu. Se ele queria uma luta era isso que iria ter. Segurando na minha katana e desaparecendo num local e aparecendo nas costas dele, tentei inferir-lhe um golpe mas apenas cortei um pouco do seu fato. Distraí-me um pouco e quando me apercebi uma kunai vinha ao meu encontro. Tentei-me desviar mas esta ainda me acertou no ombro, do qual escorreu um pouco do meu líquido venenoso. Notava-se pelos seus movimentos que ele não me queria fazer dano, mas então porque me atacava? Era estranho mas continuei a lutar. Pensei e assim fiz. Atirei com a minha katana para perto dele e como pensei ele desviou o seu olhar. Nisto juntei as mãos e realizando alguns selos nasceram serpentes de terra que se agarraram às suas pernas. Ele foi capaz de se soltar, então isso apenas significava que ele era um ninja de nível mais elevado do que eu. A única hipótese seria despertar o poder do meu clã. Mordendo o meu polegar, passando-o na palma da outra mão e bater com a mesma no solo invoquei Tokara que apenas a tinha visto uma única vez. Ela estava um pouco maior desde o Ritual e já era quase da minha altura. Voltei a fazer os selos e nasceram três cobras que se ligaram a uma perna do ninja e fazendo outra vez o mesmo ele ficou com as duas pernas presas. Isso iria atrasá-lo. De seguida concentrei chakra nos pés e saltava verticalmente de árvore em árvore até chegar perto dele para apanhar a minha katana. Segurando nela, ele ainda continuava preso e, aproveitando o momento, inferi-lhe um golpe com a minha arma que apenas com um tanto ele conseguiu defender e com um Sunshin no Jutsu saí de perto dele. Tokara, enquanto isso soltou uma gargalhada. Porque é que ela o teria feito? Era suposto ela me ajudar.
- Chega Akai! Consigo sentir o seu veneno… Esse ninja é o seu pai! – Exclamou Tokara. Fiquei perplexo e não acreditava no que ela tinha dito. Será mesmo ele? Nisto o ninja desapertou o seu manto e tirou o capuz para trás. Era realmente o meu pai.
- Porque fizeste isto? Sabes que nunca tinha lutado com alguém! – Perguntei.- Cheguei mais cedo da missão e resolvi vir ver como anda a tua força… Para dizer a verdade até fiquei impressionado não sabia que eras capaz de tanto. Agora que já lutaste com um ANBU já podes ter a cabeça limpa quando enfrentares um ninja do teu nível. – Respondeu.- Fosses tu do mesmo nível que eu queria ver o que te acontecia! – Exclamou soltando uma gargalhada.- Anda, vamos para casa. A mãe já deve estar a fazer o jantar e já está a ficar tarde… - Propôs.- Vamos então! – Disse pegando na minha mochila. Pusemo-nos então a caminho enquanto íamos falando do meu treino. Chegados a casa comemos todos juntos e já cansado, fui para o quarto e acabei por adormecer. Nunca me passaria pela cabeça que aquele ninja que me enfrentava era o meu próprio pai…