Primavera Escarlate
(Haru Sukāretto)
PLAY OST #1
A noite estava iluminada pelas centenas de pontos brilhantes espalhados pelo céu. Todos assumiam uma luz forte, mas as suas formas eram ligeiramente diferentes. As estrelas eram a única companhia de Shinuyan. A lua à muito que decidira esconder-se, adentrando na escuridão imensa do Universo. Uma nuvem perdida vagueou pelo céu quebrando, momentaneamente, o cenário de escuridão angelical. Com ela veio uma brisa gelada que arrepiou os braços descobertos do jovem rapaz. O Hyuuga passou as mãos mornas pelos pêlos gélidos e eriçados, tentando, sem sucesso, aquecer os membros. O loiro "aconchegou" os joelhos junto à cara quando uma nova brisa passou por ele, agitando o seu cabelo já despenteado. Shinuyan deixou escapar um triste e solitário suspiro, enquanto uma lágrima escorreu pela sua fria e pálida pele. O rapaz encontrava-se num telhado alto, um pouco mais alto que o monte onde se encontram as figuras dos antigos e atuais hokages. Ele próprio não sabia bem o que estava ali a fazer, sentando num ponto alto durante uma fria noite, ainda com as roupas que havia usado à saída do hospital:
- Eu não sei o que faço aqui.... Não sei quem sou.... Não sei o que tenho.... Não sei para onde devo ir....
A sua voz tremia pelo frio, mas tremia mais pela dor que sentia no seu Eu interior. A sua alma estava estilhaçada, frágil e não demorará a partir-se por completo. O seu coração já não tem a mesma energia vital que tinha há alguns anos atrás e, também ele, estava fraco. Todo o seu corpo encontra-se num estado de ruptura total e ao mínimo "abano", colapsa. A sua cabeça girava a
mil à hora, talvez pela ligeira falta de oxigénio, pelo gélido tempo ou pelo simples facto das várias perguntas que Shin tem e a raras respostas que encontra:
- Aquela realidade.... As marcas.... Os sonhos..... E-e-era tudo tão real.... tão vivo...
Duas lágrimas correram pela sua face, mas caíram antes de chegar aos agitados cantos dos lábios. Os olhos pálidos do jovem foram substituídos por umas olheiras visíveis, uma irritação em volta dos olhos, pelas lágrimas e ele assumia um semblante triste e desprovido de vida. Colocando a mão no bolso, o Hyuuga retirou um pequeno comprimido redondo achatado e acinzentado, mirando-o durante breves momentos:
- A cura encontra-se numa pequena cápsula...
Abriu a boca e depositou o comprimido sobre a língua, engolindo-o de seguida sem o auxílio de água. Semicerrou os olhos ao sentir o sabor amargo que o comprimido deixava na boca, arfando de seguida. O rapaz respirou fundo e, por fim, expirou. Levantou-se vagarosamente e concentrou uma ligeira camada de chakra na sola dos pés. Seguindo isso, foi descendo pelo edifício até ao chão.
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As ruas estavam desertas, com uma fraca iluminação e as luzes mais "fortes" piscavam de um em um segundo. A poeira assentada nas ruas acastanhadas levantava-se em nuvens densas a cada passo que o Hyuuga dava. As pedras, que anteriormente repousavam junto aos passeios, eram chutadas sempre que os pés do rapaz se aproximavam dos seres inanimados. Ele sentia-se mal com ele próprio e era preciso uma luz, um caminho, uma pista, algo para Shinuyan se agarrar.
STOP OST #1
PLAY OST #2
Peço desculpas pelos pequenos problemas de som que as vezes a música tem
Do nada, naquela escura e turbulenta noite, um longo relâmpago escarlate, perfumado de rosas, amora e morangos atravessa o caminho. Ela parou e olhou para o Hyuuga nos olhos. A sua pele era ebúrnea e delicada, olhos safira, lábios carnudos e rosados. Ela era alta, esguia e ossuda de uma maneira bela, elegante. A rapariga perfeita. Tocou no seu ombro, sorriu e falou:
- Kon'nichiwa Konohanin, o meu nome é Haru Sukāretto. Pode-me dizer onde se encontra a pensão mais perto? Cheguei à pouco à vila, mas não me consegui orientar a esta hora...
A sua voz era doce, parecia uma sinfonia que enfeitiçava o fraco Shinuyan. Uma nova luz crescia dentro do Hyuuga:
- A esta hora será difícil encontrar uma pensão como deve ser. Venha comigo Haru-san. Poderá ficar hospedada num dos quartos de hóspedes da Mansão Secundária, no distrito Hyuuga.
Ela tocou na palma da mão do jovem e fechou o olhos. Foi passando os seus elegantes e delicados dedos pelas linhas da mão do rapaz. Largou a mão e abriu o olhos:
- Venho que és um rapaz bom, com um belo coração, mas tens uma grande escuridão dentro de ti...
A cabeça do rapaz foi bombardeada com mais perguntas às quais não tinha respostas. Finalmente via-se algo novo na expressão do loiro: um sorriso. Um sorriso tolo, talvez de um....apaixonado?
- Citação :
- Um texto pequeno, mas tentei ao máximo descrever como me foi sugerido e acho que encontrei um novo rumo para a história. Obrigado por teres lido Convidado.