[OST] - https://www.youtube.com/watch?v=b9bh66UmOik

O homem calvo e robusto agarrava-me impetuosamente pelos cabelos, levantando a minha cabeça para única luz presente naquela sala. Estava perdido no tempo desde que acordei naquele quarto estranho. Na minha cabeça continuava um grande espaço em branco e, à medida que novos eventos se iam sucedendo, mais difícil se tornava assimilar tudo aquilo. As fivelas de couro que me prendiam àquela cadeira já me começavam a causar algum desconforto e alguns ferimentos pelo corpo. O homem robusto começou a falar:

- Estes Nukenins nunca aprendem! – Disse, num tom de falsa compaixão, enquanto continuava a direccionar os meus olhos para a luz ofuscante, fazendo-me ficar zonzo e um pouco sonolento. Aquilo já se fazia durar há pelo menos quatro horas, o meu corpo começara a ceder ao cansaço quando o homem que me interrogava levou violentamente a minha cabeça contra a parede atrás de mim. Soltei um sonoro grunhido de dor e o mundo girou à minha volta, por momentos senti que o meu cérebro se espedaçara. Dirigi involuntariamente o meu olhar para os homens com mascaras da Anbu que se mantinham envoltos na parcial escuridão da sala, estes não se moveram e duvido que tivessem sentido misericórdia do meu estado deplorável: parcialmente nu, tinha sangue no nariz, hematomas na cabeça; os olhos pisados e creio que urinara pelas pernas abaixo. Eles estavam ali apenas para ver tudo acontecer. O inquisidor voltou a falar, desta vez indo directo ao assunto:

- O que queres da nossa vila, cretino? – Perguntou, com uma dureza invulgar na voz. Não sabia do que ele estava a falar e, sinceramente, já nem me importava. A minha capacidade de assimilação era quase inexistente e eu apenas tinha sono e dores terríveis. Já havia dito que não me lembrava de nada, mas isso apenas me valeu dois poderosos socos na cara.  
Os meus olhos começavam a semicerrar-se novamente e a minha cabeça começava a direccionar-se para o peito, estava novamente a cair no sono quando a minha cabeça esmurrou mais uma vez a parede, deixando-me sem ar. A luz lá ao fundo era agora uma neblina amarela, densa e alucinante. A voz do homem à minha frente tornara-se distante, não tomei atenção no que dizia, eram apenas ecos remotos e pouco perspectiveis. Acordei do transe com um soco no estomago, que me fez vomitar violentamente o pouco de alimento que me haviam trazido ali antes, sujei as calças do meu interrogador em tons de amarelo e verde, o homem torceu os lábios entre a raiva e o nojo e atingiu-me com uma cabeçada certeira no nariz. Fiquei às portas de um desmaio, sem ar e provavelmente com a cana o nariz partida.

- Chamem o Tetsuo-san, vamos avançar para a leitura da mente. – Disse o inquisidor para os ninjas da Anbu atras dele, enquanto sacudia enojadamente as calças com restos de um ramen nutricionalmente pobre. Os ninjas assentiram com a cabeça e desapareceram rapidamente na escuridão.

Depois de alguns minutos a ouvir o homem praguejar para si mesmo, os ninjas Anbu voltaram com um terceiro elemento entre eles. Este não era um ninja de operações especiais, ou pelo menos não aparentava ser um. Emergiu das sombras da sala e dirigiu-se objectivamente ao homem que me interrogava.
- Então, o que temos nós aqui? – Perguntou, olhando para mim como se me tentasse estudar. Fitei-o com um olhos entreaberto e em muito mau estado pelo espancamento anterior.   
- Hideki-san encontrou este patife inconsciente aos portões da vila, acreditamos que se dirigia para cá para conseguir uma infiltração, pois tinha um quimono com um símbolo de uma organização Nukenin talhado nas costas do kimono. Pouco fala e, quando o faz, diz não se lembrar de absolutamente nada… - olhou para mim e grunhiu com desdém, fazendo de mim um asno. – Obviamente mente! – Concluiu.   
                                                            ~.~

Tetsuo aproximou-se do rapaz que finalmente dormia, com a cabeça encostada ao peito. Colocou-lhe a mão sobre a testa. Fechou os olhos, num acto de concentração e aprofundou-se no seu trabalho. Um chakra azul fluía da sua mão, e esse era o único som presente na sala. O inquisidor mantinha um ar expectante. “Ainda vai levar o dobro, quando eu tiver a certeza de que está a mentir”. – Riu sarcasticamente para si próprio e os seus olhos começavam a brilhar maliciosamente. Tetsuo abriu os olhos, e à medida que se ia aprofundando na mente do rapaz, adquiria uma face de estranheza, torcendo os lábios. Algo não batia certo.

- Não pode ser! – Hesitou para si mesmo, chamando a atenção do inquisidor.
- Então, aconteceu alguma coisa? – Perguntou o homem robusto. O examinador voltou a hesitar e respondeu quase de forma incrédula:
- É estranho, este rapaz não possui qualquer traço de memória! – Declarou. – Pior, é como se algo lhes barra-se o acesso. O hipocampo está rodeado de esferas de chakra vermelho que lhe consomem todas as memórias mais importantes. – Explicou, céptico com a descoberta. O homem calvo tentava assimilar a informação recebida, na sua cabeça parecia algo inconcebível. Deixou cair as costas sobre a cadeira e cruzou os braços, parecendo exausto.

- Ah, raios! – Praguejou, enquanto esfregava impacientemente o rosto com as mãos. – Então o que sugeres que façamos agora? – Perguntou. Tetsuo suspirou profundamente, não tinha quaisquer alternativas em mente. 
- Levem-no para o quarto, mantenham-no sobre vigilância e chamem algum dos responsáveis pela vila, o Superior está em reunião no Pais do Vento, não voltara tão cedo! – Acabou por dizer. O inquisidor acenou com a cabeça, parecendo-lhe uma boa alternativa, pelo menos o seu trabalho ali estava feito.
                                                          ~.~
 
Abri os olhos e deparei-me novamente com aquele quarto confinado somente a quatro paredes de madeira maciça. Suspirei, sendo para mim cada vez mais difícil assimilar todos os acontecimentos. Sentia-me num mundo à parte, mas agora, estranhamente envolto numa sensação de conforto. Recostei-me na almofada e aconcheguei o meu corpo seminu nos lençóis de seda. Fechei os olhos e deixei-me embalar pelo silêncio quase completo proporcionado pelo quarto.      

[OST] - https://www.youtube.com/watch?v=YpcN0Pa3ffY

Estava quase a voltar a cair no sono quando ouvi a porta do quarto abrir-se e uma pessoa entrou devagar. Continuei deitado, a fingir que dormia. O silêncio permaneceu depois de a porta se fechar atrás de quem entrara.
As palavras que vieram a seguir fizeram o meu coração afundar-se como nunca havia sentido antes:
- Há sempre uma razão para voltar, não é… Kamui-chan?! – Aquela voz familiar fez crescer em mim um nó na garganta. Agora tudo fazia sentido.

Porque uma OST só para o parágrafo final? Essa é que não percebi.

A tua história parece ser muito boa. O mistério de um, provável, ex-Nukkenin que foi parar a um portão de uma vila inconsciente promete muito. Sem esquecer que agora encontrou alguém conhecido hmm.

Continua, espero pelo próximo!

Obrigado!
Apenas achei que o clímax da OST era muito curto porque e pensei naquilo que disseste no outro dia.
Obrigado novamente por acompanhares a minha história,
isso significa muito para mim.

Abraço!  
Saru.

Tsc Tsc ficou muito bem essa linda música no final *O*

Geez que escrita. Estás de parabéns Saru, não só por esta história, mas também pelo teu sucesso. Nuss que violência que o coitado sofre, não podiam ter passado logo para leitura de mente? Enfim, gostei imenso e quero acompanhar a tua história.

Obrigado Rich!
Fico grato por teres gostado.
Abraço!
Saru.

Esse filler só foi para mostrar que realmente Kamui não se lembrava de quem era. Agora é esperar pelo próximo para saber quem é essa pessoa e descobrir um pouco mais desse rapaz sem memoria.

Continua com a historia irmão 

Adorei a maneira como terminas te o filler ahaha, despertou em mim aquele bichinho de estar sempre a ver quando aparece o teu próximo filler, quero saber quem é essa pessoa XP

Kamui perdeu todas as memmórias hein, agora é começar do zero... Tem esferas de chakra a consumir-lhe as memórias mais importantes? that is so sad... isso quererá dizer que ele não se vai conseguir lembrar de nenhuma memória mais querida que vá ter?

Bom trabalho!

P.S: desculpa a demora 'por vir ler, actualmente nao estou no meu pc e estava complicado de não encravar o bicho só para ler o filler, nem me arrisquei a abrir as OST (desculpa) senão nunca mais lia o teu texto

Obrigado aos dois.
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