No meio de uma floresta húmida dois vultos moviam-se sorrateiramente por entre as árvores não querendo chamar muito as atenções. Um deles era um homem alto com o cabelo cortado como no militar e uma expressão de total "asshole" na cara. O outro nada se podia dizer, estava todo coberto por um estranho manto negro que ocultava qualquer traço do humano, era apenas um vulto alto, de porte atlético e com olhos brancos vazios ali a caminhar na floresta. Ao fundo deles uma grande nuvem de fumo subia em direção à estratosfera devido ao incêndio que tinha havido num edifício ali perto. Restos de cinza húmida caíam do ar como se de neve se tratasse dando à paisagem um ar muito invernal, apesar do calor que envolvia o lugar.
- Não devemos estar muito longe, ahahha - anunciava o homem alto com uma risada trocista e malévolo. - Já consigo cheirar o seu sangue ridículo e nojento.
O homem de negro nada disse perante aquele comentário limitando-se a caminhar para onde o seu objectivo se localizava. Já quem o acompanhava não se calava troçando com desprezo de quem se estavam a aproximar. As evidências da aproximação tornavam-se bastante mais comuns havendo cortes profundos nas árvores e líquidos negros com um cheiro putrefacto que saíam dessas mesmas incisões. As árvores atingidas estavam condenadas à morte, aquele líquido era a prova, eram células apodrecidas com um tipo de veneno e contaminavam toda a planta que havia sido cortada. Quanto mais perto estavam começavam a surgir cada vez mais crateras no chão, o local estava um campo de batalha autentico, cheio de depressões cortes e destruição em todo o seu sitio. No centro da cratera jaziam dois corpos imóveis. À direita um homem todo encoberto com o seu manto negro não demonstrando qualquer traço da sua identidade e à esquerda uma mulher com as roupas praticamente desfeitas mostrando os traços femininos cobertos apenas com um pequenos farrapos de panos que não foram arrancados. Onde antes a pele dela era branca tornara-se vermelha devido aos cortes profundos e à hemorragia, estava morta sem dúvida, pouca pele lhe restara.
Com um movimento rápido o homem alto de cabelo curto desembainhou um ninjato preparando-se para disferir um golpe mortal no homem estendido no chão. Mas foi parado por uma mão negra que o agarrou impedindo a conclusão do seu movimento.
- Não foi para isso que aqui viemos Marcus. - falou a voz grossa e agressiva um pouco distorcida que saiu de dentro do manto negro e ondulante do misterioso humano.
- Sim líder... - falou o súbdito franzindo o sobrolho esforçando-se por não se opor à vontade do seu líder, ele sabia que era melhor não o enfrentar.
- Viemos apenas reduzir os possíveis danos à hantã no me, agora faz o teu trabalho. - ordenou o líder coberto pelo manto negro.
Aproximando-se da mulher dizimada, Marcus baixou o seu corpo fazendo uma sequência de selos enquanto convergia uma grande quantidade de chakra. Havia muito "lixo" que tinham de apanhar pelo que iria requerer um pouco mais de concentração da parte do homem.
- Shobun Mukuro. - proferiu Marcus fazendo o corpo da mulher irromper numa chama azul de chakra em combustão.
Ao mesmo tempo o líder da Hantã no me movia-se de um lado para o outro da cratera limpando o sangue da oponente com extremo cuidado. Era a 4ª general que estava estendida no chão, uma mulher perita em venenos e que de certeza o seu sangue também possuiria qualquer tipo de substância que causaria um envenenamento, era assim que a mulher trabalhava e o vulto negro sabia-o. Por essa razão era importante recolher tudo o que se ligava a ela, para não surgirem antídotos desnecessários.
A general era totalmente desintegrada restando apenas ali na cratera o corpo de Mizaki, tombado e aparentemente inconsciente, também num estado grave e com alguns cortes, porém ainda conservava vida no seu corpo.
- Que fazemos com ele? - questionava Marcus ao líder da organização tentando perceber o que fazer com o homem.
- Ele derrotou-a, deixa-o estar, terás uma oportunidade de o matar... Já que está tão desejoso de o fazer. - declarou o vulto negro virando as costas deixando a cratera.
Expirando com desdém Marcos continha o seu impulso de eliminar ali naquele momento o inimigo. Ele achava o seu superior bastante compassivo, talvez demais para estar na cadeira do poder.
- Tens problemas com isso? - falou ele sem se virar para trás. - Estás à vontade para tentar a tua sorte no lugar de poder. Isto, claro, se me conseguires enfrentar. - o líder ameaçava o seu súbito sabendo que ele não arriscaria tal acto.
Marcus sabia muito bem que aquela compaixão era apenas pois o líder sabia reconhecer um guerreiro e preservava em muito a honra de uma pessoa que lutava até ao fim e sacrificava ao máximo o seu corpo.
- Ainda não acabamos os nossos assuntos. - afirmava ele para o seu súbito.
- Como não? Destruímos o centro de arquivos, queimamos o corpo da Dana e recolhemos todo o sangue envenenado espalhado. Que mais à que fazer? - perguntava revoltado o 2º general já farto de precisar de limpar a trampa dos outros.
- Outro de nós deixou o barco... - falou o vulto negro sem qualquer problema na sua voz. Ele já previa que tal aconteceria, desde que Nemuri lhes virara costas era só uma questão de tempo até que "ele" abandonasse a organização também. Era a abertura que "ele" procurava. O líder sabia de tal facto, mas mesmo assim foi algo que não se esforçou por evitar.
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- Senhor! - correu um homem vestido com uma cota de malha coberta por um pano vermelho cobrindo o metal prateado que constituía a sua armadura. - O general desapareceu, esta manhã quando o soldado despertador o foi acordar deu com o fuuton arrumado e sem nenhum sinal do general.
O homem falava muito depressa quase sem fôlego suficiente para aguentar a velocidade das suas palavras. Parecia estar extremamente stressado com a situação e nervoso pelo sucedido, não sabia o que fazer, não tinha sido um soldado a desertar mas sim um general...
- Sargento... - começou a falar a voz grossa do líder. - Está na altura de nos juntarmos todos, envia um homem a todos os pelotões precisamos reagrupar e preparar-nos.
A ordem do vulto negro fazia logo o homem sair disparado pelo corredor para transmitir as novas ordens aos seus soldados.
- "A altura está quase ai, o "acordar" não deve estar longe de acontecer. Está na hora de aplicarmos toda a nossa força para que tudo corra como planeado." - pensava o homem trajado com um manto negro e místico que ocultava os seus traços. - "O que estarás tu a planear Joshua..."
O líder da Hantã no me questionava-se acerca das ações do 3º general, ele era conhecido pela sua excelente capacidade em estratégias e era ele quem fazia os planos de ataque da Hantã no me. Porém nada queria dizer pois o vulto de negro também não ficava muito atrás em termos de estratégia, ou pelo menos pensava ele.
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Algures num sitio bastante afastado da sede da Hantã no me uma cascata caía para um rio calmo e tranquilo. Na encosta da cascata uma casa fora construída na rocha tendo uma janela que dava vista para o esplendor da queda de água e do curso do rio, o céu azul contrastava com o verde vivo das árvores que preenchiam as margens por completo. Era um local completamente paradisíaco.
- Vai desejar mais alguma coisa? - perguntava uma empregada com uma bandeja na mão.
- Não Beatrix, o chá está perfeito como sempre. - falava um homem vestido de encarnado sentado de joelhos em cima de uma almofada fofa.
A mulher deixava a divisão que continha a vista da paisagem divinal deixando o homem sozinho. As paredes brancas do quarto aumentava a luminosidade que entrava no local dando um brilho bastante superior à tela de cores do exterior. Em frente ao homem existia em cima de uma mesa uns paus de incenso que brilhavam a espalhar o seu cheiro, uma chávena e bule de chá e ainda um tabuleiro de xadrez montado. O homem repousava na calmaria da divisão apreciando os inúmeros aromas que lhe chegavam ao nariz debatendo-se com uma questão.
- Qual será o teu próximo movimento líder? - sussurrava sozinho na sala olhando para o tabuleiro onde ocorria um jogo e as diversas peças espalhavam-se pelas quadriculas que haviam na madeira.
Continua