Primeiro capítulo: aqui!
Segundo capítulo: aqui!
Terceiro capítulo: aqui!
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Quando recuperou por completo os sentidos, William via-se numa sala diferente e cheia de pessoas. Percebeu que estava na mesma cave por sentir o mesmo ar rarefeito, o cheiro a pó e a própria forma da sala. Esta estava vazia com excepção do tapete circular que estava no centro e no qual William estava deitado.
Havia um total de oito pessoas na sala, contando com o membro em treino. William apercebeu-se que toda a companhia estava presente e ficou chocado pelas diferenças entre os membros.
Sentou-se e o rapaz que estava a usar técnicas médicas nas suas feridas afastou-se e juntou-se aos outros membros. Havia algumas pessoas que se vestiam de forma diferente, outros com olhares suspeitos e outros que simplesmente pareciam sombrios.
- Caro William, neste momento, toda a Red Raven Company está na tua presença. – Disse Laura. – A mim, a segunda chefe, já conheces. Peço que cada um se apresente. Tem cuidado na forma como ages, afinal, somos todos nós que vamos decidir entre a tua permanência efectiva na nossa companhia e a tua morte imediata.
- Eu sou o primeiro carrasco, primeiro corvo e o teu chefe. O meu nome é Calogero Caccini, Augustus Rose em frente de estranhos. – Disse um homem alto e loiro. Usava um fato preto elegante, assim como o resto da sua roupa e sapatos clássicos. Tinha um olhar frio e austero e fazia com que a expressão de Laura fosse alegre, por comparação. – Sou o irmão mais velho da segunda chefe. Sou bastante protectivo em relação a ela e a todos os membros da companhia que fundei. Sou especializado em assassinatos e estou a treinar para ser tão bom a espiar como sou a matar pessoas. – William olhou-o em respeito; um olhar nos olhos que transparece uma cabeça virada para baixo.
- O meu nome é Basil Schorpioen, conhecido no exterior por Gustaf Vanderwood. – Afirmou um rapaz, ao dar um passo em frente. Tinha um olhar sádico e o seu sorriso era algo maléfico. Vestia um fato branco e completava a indumentária com um chapéu da mesma cor. Era tão loiro quanto Laura ou Calogero, um tom mais claro que o de William. – Sou o quinto carrasco desta companhia, assim como o primeiro escorpião. Decidi juntar-me a uma companhia de assassinos porque gosto de ver sangue. Estou a trabalhar para dominar a arte de mestre de armas. – William não gostou dele e, por isso, evitou um pouco o contacto visual enquanto Basil falava.
- O meu nome é Shao Lei, Liang Armenia nos registos. Sou o sexto carrasco da companhia e o primeiro tigre. Os meus trabalhos são antagónicos, pelo que sou tanto assassino como médico. – Disse um rapaz com roupa típica chinesa em tons de verde, vermelho e dourado. Apontou para uma rapariga ao lado; era uma rapariga extremamente magra e alta. Era negra e tinha os olhos da cor do breu. Tinha pouco cabelo, em carapinha, em tons de loiro. – Esta é Janaina Loir, sétima na nossa companhia e segundo tigre. O seu nome falso é Janice Barata. É uma assassina perspicaz e está a desenvolver os seus dotes na alquimia, porém não é de falar muito. – William simpatizou com Shao, pareceu ser simpático, mesmo que desajeitado. Janaina, por outro lado, era fria e tinha um olhar de morte.
- Bem, como já conheces o quarto carrasco, Walter, eu vou avançar e dizer quem sou. O meu nome é Alexei Ivanov, mas lá foram chamam-me de Alexander Novaille. Sou o terceiro carrasco e a segunda cobra da companhia. Sou perito em espionagem, mas também gosto de exercer a minha função como assassino. – Disse Alexei, um homem jovem de cabelo preto encaracolado. Não conseguia parar de sorrir e de mostrar a sua dentição perfeita, com pérolas fortes e rijas que não tinham nenhum espaço entre elas. – E eu não confio em ti, moço com uma pala no olho.
William sentiu-se intimidado. Parecia que a morte estava naquela sala e que um movimento brusco podia desenrolar uma cadeia de eventos que levava à sua completa chacina. Ficou descansado quando Laura pediu para que todos os membros mudassem de sala e ponderassem o que haveria de melhor a fazer sobre o jovem rapaz. Deixou a sua opinião aos restantes membros, dizendo que votava na sua sobrevivência e inclusão na companhia. Depois de todos saírem, Laura disfrutou de um tempo mais casual e sentou-se, pedindo a William que a acompanhasse e se sentasse também.
- William. Para tu pertenceres à companhia, não me podes esconder nada. – Explicou Laura. – Por isso, peço que me contes tudo aquilo que há para saber sobre ti.
- Eu sou oriundo da vila da névoa, nascido e criado. – Começou William, num desabafo. – Os meus pais foram bastante ausentes por serem Oinins da vila, então eu cresci numa rotina bastante leve. Ia, todos os dias, da minha casa ao edifício adjacente, a academia, e fazia o caminho de regresso. Fuji quando tinha doze anos e trouxe apenas alguma roupa e uma guilhotina, arma que foi confiscada pelo Walter. Durante dois anos estudei-vos e encontrei-vos.
- Fala-me da tua pala, William. – Pediu Laura. – Que segredos guarda o teu olho direito?
- É um Dojutsu, acho eu. – Disse, inseguro, William. – Os meus pais disseram-me que algumas pessoas da família nascem com esse dom quando nascem a sangrar do olho direito. No entanto, dizem que eu não estou pronto para tirar a pala do olho e que só a posso tirar quando estiver pronto. Dizem que vou sentir fortes queimaduras na cara e todo o chakra a concentrar-se no olho. Se tirar a pala antes do tempo e forçar a vista posso perder a visão de ambos os olhos. Porém, eu não sei quais são as habilidades desta técnica especial.
Laura ficou bastante interessada. William estava, no entanto, desconfortável. Quem diria que a fraqueza de William não seria o seu corpo nem a sua família mas sim uma das suas mais íntimas essências. Passado alguns momentos, todos os outros membros entraram. O receio voltou a preencher as veias de William, que já suava.
- Chegamos a um veredicto. – Disse Calogero, o chefe. – O rapaz continuará como o oitavo carrasco da companhia. Tenho te a dizer, rapaz, que a tua vida foi salva por Janaina Loir, que votou contra a tua execução por confiar no voto feito pela segunda chefe. Espero que te sintas em dívida.
- Eu própria devo treiná-lo algumas vezes. – Disse Janaina, com uma voz grave. – E, quando chegar a altura certa, também serei eu a matá-lo. Sê bem-vindo, William.