Alguém bate a porta de uma grande mansão localizada na área nobre da vila de Iwagakure, uma senhora aparentando ter perto dos seus cinqüentas anos desce a escada com a mão pelo corrimão para lhe ajudar no trajeto. Chegando a porta olha através do olho mágico para vê um homem de farda militar shinobi no lado de fora, ela abre um sorriso como se já o conhecesse há muito tempo e logo abre a porta ao o saldar com um feliz _ Bom dia! _ o qual é correspondido pelo outro dizendo a mesma coisa. A conversa é bem curta e ele logo entrega uma carta à senhora e com uma reverencia se despede dela, a mulher olha para carta e se mostra bem interessada no conteúdo da mesma, mesmo assim não tem a ousadia de abrir já que estava endereçada para uma pessoa o qual não era ela, mesmo que a noticia era muito importante para si também.  A senhora corre para entregar o comunicado a pessoa correspondente, com suas mãos ela levanta um pouco seu vestido para facilitar os movimentos das pernas e sobe as escadas indo até o terceiro quarto a sua direita. Ela não entra logo no recinto e sim bate de forma leve duas vezes a porta, não demorou muito para uma voz feminina se pronunciar e dizer _ Pode entrar, a porta está aberta. _ a senhora sabia muito bem que estava aberta, afinal trabalhava naquela casa há muitos anos e já era praticamente da família, mesmo assim como foi educada para servir nobres desde pequena não achava prudente agir realmente como da família, mas ao ouvir a permissão de sua patroa entra no quarto segurando firme o comunicado.
 
- Desculpe-me atrapalhar seu descanso Kyoko-sama, mas tenho uma carta direcionada a sua pessoa. _ respondeu a mulher a abaixar a cabeça, dobrando os joelhos e esticar um pouco a saia de seu vestido em sinal de reverência, em seguida entrega o comunicado a mulher de cabelos castanhos e olhos verdes que estava sentada em sua cama a ler um livro. A tal mulher que era a Senhora da mansão não devia ter mais que trinta e poucos anos, estava a usar óculos de leitura e trajava um kimono verde claro com detalhes dourados nas bordas bem confortável com uma faixa branca a cintura. Ao se levantar conseguiu se vê que nas costas tinha um símbolo do Sol Dourado mostrando ser do nobre clã Kusanagi, já que eram os únicos que tinha aquele símbolo em Iwa. A mulher de olhos verdes abre um grande sorriso e estica a mão a mostrar que aceita a carta, ela tinha um sorriso sincero no rosto e transmitia paz.
 
- Já desisti de tentar fazer você parar com essas cordialidades Mama, você praticamente me criou e não precisa mais fazer esse tipo de reverência. Pois bem, vamos vê que noticia a Tsuchikage tem para mim agora. _ era fácil saber que era um recado da líder da vila já que seu selo estava marcado na carta, depois de o quebrar e abrir o envelope pega o bilhete e começa a ler. Pelo jeito eram boas noticiais já que ela abriu um grande sorriso, a empregada estava a se mostrar ansiosa para saber do que se tratava e esperava ouvir a noticia da boca de sua patroa _ Pode ficar feliz Mama, pois nossos filhos já estão a retornar da missão do País do Jardim. Eles devem chegar cair da tarde de hoje e saiu tudo bem sem grandes problemas. Vamos preparar algo de bom para recepcionar meu filho, sua filha e meu tio, creio que eles mereçam ótimas boas vindas. _ as duas logo partiram para cozinha para preparar um belo jantar para os viajantes quando finalmente voltarem para casa.
 
 
Uma carruagem se aproxima lentamente do portão oeste de Iwagakure o sol estava a se por no horizonte, era uma vista de se vê o sol tomar um tom laranja começando a se esconder por de trás das montanhas ao longe. Havia dois guardas a vigiar o portão ao solo e mais dois os quais se encontravam em um plano mais alto, o qual dava uma visão mais privilegiada. Quando a carruagem chegou os guardas abaixo logo pediram para ela parar e seu pedido foi aceito na hora, se aproximando do veiculo o guarda logo reconhece as pessoas que estavam a viajar nele. Mesmo sendo conhecidos a carruagem não pode seguir em frente sem ter a especificação feita pelo guardas como estava nas regras, era algo bom e justo e que ninguém poderia fugir dessa inspeção, até mesmo o Senhor Feudal do País tinha que passar por ela. Com todo procedimento feito o veiculo seguiu viagem e seus três tripulantes agradeceram ao guardas e adentrando na vila, o mais velho deles era que estava a guiar os cavalos enquanto um casal de jovens estavam na parte interior a conversarem. Havia se passado alguns meses desde a viajem até o País do Jardim devido à escolta da grande família nobre do País, foi uma viajem tranqüila com poucos problemas, pelo menos para dois deles. Um deles a viagem foi bem impactante, pois as descobertas acabaram por afetar a sua ideologia e modo de vê os acontecimentos ao seu redor. O homem que voltou já não era o mesmo que havia saído, já que de certa forma ele se perdeu pelo caminho e foi colocado outro em seu lugar. O corpo e a voz ainda eram os mesmos, mas sua alma havia sido tirada e outra ocupava seu lugar, uma alma corrompida pelo ódio e pela vingança e a qual queria se chegar ao poder para destruir os alicerces que suportavam o sistema que fez a sua vida mudar por completo.
 
- Como é bom voltar para casa, realmente não tem lugar melhor que o nosso lar. Não acha Kyo? _ dizia uma jovem de cabelos castanhos longos e de olhos da mesma cor, ela se mostrava bem bonita e sua roupa colada no corpo realçava as suas curvas e seu decote era de chamar a atenção de qualquer homem. Só que o homem a sua frente não estava a prestar atenção nela, apenas olhava para fora com um olhar vazio como se estivesse perdido em seus pensamentos. A jovem percebeu isso e se sentiu bem ignorada, já estava a ficar acostumada com isso já que seu companheiro ficou calado como foi de costume durante toda a viagem de volta. Chegou a perguntar algumas vezes se havia acontecido algo, mas ele sempre desconversava dava um sorriso dizendo que estava tudo bem e dizia apenas que não olhava para ela para resistir à tentação. Ela aceitava a desculpe e ficava feliz por ele ainda fazer suas cantadas mostrando está bem, só que ela não sabia que era tudo uma encenação _ Você está me ouvindo? Por acaso está com saudade de algo ou alguém que deixou em Lótus? Você pode ter tentado ser sutil o que não é de seu feitio, mas eu vi muito bem Elinor a entrar em seu quarto durante a noite no palácio. _ essas palavras conseguiram chamar a atenção do jovem que olhou para a mulher em sua frente, ao vê como ele reagiu ela abre um sorriso malicioso no rosto _ Então realmente teve algo, mas não estou surpresa já que você é bem assim. Pelo visto dispensou a nobreza para ficar com os menos desfavorecidos, você sempre odiou os nobres apesar de ser um.
 
- Megga e Alla eram realmente bem bonitas e em outro tempo creio que não hesitaria em cortejá-las, mas não queria me aproveitar da situação. Realmente a bastarda chegou a entrar no meu quarto, mas o que aconteceu lá... é algo que só interessa a mim ou realmente quer saber as propostas de posições que foram feitas ali. _ falou o shinobi com um sorriso maroto no rosto. Ela viu Elinor entrar no quarto dele e isso o preocupava muito, só esperava que ela imaginasse apenas que dois jovens estavam a curtir os prazeres da juventude no local, por esse motivo preferiu responder daquele jeito dando a entender que algo aconteceu só que tirando o foco de assuntos importantes, dando apenas a entender ser atos carnais o ocorrido no local.
 
- Poupe-me dos detalhes, por favor, não é algo que desejo saber. _ dizia a balançar as mãos e a cabeça de forma negativa _ Mas digo que você perdeu uma bela oportunidade de conseguir algo com gêmeas, as quais estavam até dispostas a dividir. Você realmente conseguiu atiçar elas, principalmente depois que lutou de forma tão vigorosa contra Loras do jeito que veio ao mundo. Admito que foi algo que conseguiu mexer até comigo, mesmo eu ter visto algo que já me acostumei a vê. _ a garota faz um olhar penetrante a morder os lábios a dizer, os dois sempre fizeram esse tipo de brincadeira um com outro chegando a ser algo mais quente por muitas vezes.
 
- Talvez tenho perdido uma boa oportunidade, mas pelo menos estou com a mente tranqüila. O que quero agora é apenas chegar a nossa casa. _ Era bom voltar para casa realmente, já não suportava mais aqueles cheiros de flores que sentia no período que estava naquele país, sem contar que sabia que apesar de seu cheiro agradável as flores tinham bastante veneno nelas. Pena que sua estadia não seria apenas curtir a família que ama, afinal ele voltou para encarar seu clã e tomar seu lugar como líder do mesmo. Os regentes não iriam ceder o poder de forma tão fácil e por isso teria que caminhar com cuidado, já que sabe muito bem que tipo de pessoas que iria enfrentar _ Mai posso te fazer uma pergunta? _ o olhar do rapaz continuava fixo para o lado de fora como se estava a tentar achar algo, esse algo era a coragem para confiar nas pessoas mais próxima de si e contar realmente tudo o que havia acontecido. Poderia dizer que era um ato de covardia não contar para ninguém e guarda tudo sempre para si, pensar que esse fardo era só seu é ter medo de pedir ajuda.
 
- Claro que você pode me perguntar algo, estou até feliz por estarmos a ter uma conversa decente mesmo que tenha sido agora no final da viagem. _ ela realmente estava preocupada com o “irmão” e por várias vezes tentou puxar assunto só que sempre recebia respostas vazias e depois vinha aquele silêncio.
 
- Você me protegeria de qualquer coisa não importa quem fosse? Pois creio que vou fazer algo que vai abalar bastante com nosso clã. Se algo acontecesse você ficaria no meu lado? _ só na hora da pergunta Kyo olhou de forma fixa para os olhos da Yabuki, se via claramente que não era uma brincadeira e ele estava a falar bem sério. Não era do feitio dele ser tão sério dessa maneira, ela suspeitou que algo houvesse acontecido com ele na viagem só que nunca imaginou o que realmente foi. Aquele que saiu de Iwa há uns meses atrás não era mais o mesmo que retornou e isso estava a preocupar.
 
- Não se preocupe que vou está aqui para te proteger, nem que tenha que o proteger de si mesmo. Afinal somos irmãos praticamente já que fomos criados juntos, como dizia seu avô: “Nunca se abandona àqueles que amamos”. _ aquelas últimas palavras fizeram o jovem ri, pois ele sabia muito bem que seu Avô os abandonou. No caso aquelas palavras eram da boca para fora ou ele realmente amou mais aquela mulher que seu próprio sangue. Ela não sabia dessa historia e então a memória do ancião para ela era a mesma que ele tinha até um tempo atrás, um homem bom e honesto que zela por sua família.
 
- Vamos garotada! Temos que prestar nosso relatório logo a Kage, depois vocês podem fazer o que quiserem. _ essa era a voz de Sayshu chamando os dois. Eles finalmente tinham chegado ao prédio da líder. Todos os shinobis tinham por obrigação deixar seu relatório assim que terminassem suas missões e eles não seriam uma exceção.
 
- OK! Já estamos indo. _ gritou Kyo para seu Sensei. Depois se levanta e deixa seu rosto a poucos centímetros do rosto dela _ Depois vá ao meu quarto para conversarmos, melhor seria se ninguém soubesse que você foi até lá. _ o modo serio de falar e o olhar fixo em seus olhos deixou a Mai apreensiva, realmente ele estava diferente ao ponto de assustá-la e a deixar muito preocupada. Ela apenas acena com a cabeça e assim que obteve a respostas o Jounin saiu da carruagem indo junto com seu Sensei para o escritório da Kage apresentar seu relatório da missão, a Yabuki fica um tempo a observar seu amigo. Não sabia direito o que havia acontecido com ele, mas não conseguia vê mais aquela luz alegre que normalmente emanava dele. Ele está cada vez mais frio e sombrio, até seu sorriso que era sua marca registrada estava a desaparecer ficando um riso frio e forçado como um sorriso de uma máscara sem sentimentos.
 
- O que será que aconteceu com você Kyo? _ perguntava para si a jovem querendo saber o que fez seu companheiro mudar tanto.
 

Achei a relação entre o Kyo e a Mai bastante querida. Acredita que eu não fazia ideia que a relação entre os dois era assim tão próxima . Gostei. É bom ver que nem toda a mulher para o Kyo é uma potencial diversão entre os lençóis ahah.

Parece que agora irá começar a luta pela conquista total do seu clã. Não é algo que exiga necessariamente uma atitude fria e calculista, o Kyo está a adotá-la por escolha dele (é o que e acho). Espero que a Mai o desvie disso.

Continua ^^

Estou com o Tsu. Espero sinceramente que a Mai o tire desse caminho das sombras. Não vejo como errado assumir a liderança do clã, mas talvez as escolhas que ele tomou e tomará para isso. Não haverá outra solução? Não gosto de ver o Kyo perdido.

Agora as flores vão trazer más recordações para ele. Não gosto disso também. E a Ayame? Agora ele vai lembrar-se disso sempre que estiver com ela... Pensar que ela vai lembrá-lo disso (ainda que não tenha qualquer culpa nisso e seja algo involuntário)... D:

Vá, vou ler o filler seguinte. Continue o/

Bem, eu chego a este filler um tanto perdido mas já vi pelos fillers mais recentes que o Kyo está a tomar um rumo mais "obscuro" e sério, dando mais profundidade à própria história. Estou a gostar de ver esta faceta dele.
Não reconheço a Mai da sua história, mas como foi notado por quem já comentou, demonstraram uma relação bem próxima.
Gostei e vou tentar seguir daqui em frente e as restantes sagas em que estás metido, por isso, continua ^^