Sua guarda estava baixa quando não notou que dois dos invasores haviam pulado também na viga onde estava, e aproveitando a surpresa de suas presas, retiraram de suas costas uma katana cada e matarão o servo do rei que somente gritou em vão enquanto o sangue de seu servo espirava em seu corpo e as lâminas das armas trespassavam-lhe o rosto e o abdômen.
— Rei Eros... Acho uma grande burrice, um simples mortal se chamar de rei. — Disse um dos executores retirando sua lâmina do corpo do serviçal e a limpando em sua manga lentamente enquanto olhava vidrado para o sangue da arma.
— Vocês são fracos, e imundos. Atacaram minha vila e mataram pessoas inocentes que nunca fizeram mal a ninguém. Não deixarei que vivam depois do que fizeram. — Disse o rei retirando sua capa azul e a lançando no abismo de fogo que se sucedia abaixo de si e queimava tudo que chegava perto de si o transformando em cinzas.
Numa investida veloz e rápida o rei aplicou um poderoso soco contra o primeiro de seus inimigos, mas graças a reflexos inumanos, o executor se defendeu utilizando a base da espada que segurava parando o ataque lançando a mesma quantidade de força que o rei aplicou em seu ataque. A onda de choque quebrou a viga onde os lutadores estavam e a queda se sucedeu a ambos inclusive ao servo do rei que caiu a uma velocidade imparável em direção ao mar de chamas, destino que todos os que sobreviveram a onda de choque estavam compartilhando neste momento.
Com movimentos velozes e precisos com as mãos os executores criavam a sua volta uma bolha de ar que os fazia flutuar enquanto o rei caia em direção ao mar de chamas que abrangia quase um quarteirão inteiro.
Com uma sequência de selos velozes o rei lançou de sua boca uma quantidade gigantesca de água que ao cair e entrar em contato com o fogo criou uma nuvem gigantesca de vapor que cobriu muito mais área que o fogo cobria antes.
O rei adentrou ao vapor como uma bala perfura carne, e seu destino mesmo que agora não fosse morrer no mar de chamas, seria ele morrer num choque estrondoso contra o chão que lhe quebraria provavelmente todos os ossos.
Os executores do rei conscientes disto somente direcionaram suas bolhas de ar com segurança ate o chão quando notaram que o vapor estava menos denso e já se podia ver alguma coisa, o olhar dos executores estava preso a linha de vapor e não notaram a aproximação de Eros que utilizando a furtividade a seu favor mata os dois executores com duas espadas no pescoço.
O sangue lhes chegou a garganta e Eros lhes retirou a espada como um ultimo alivio antes de lhes cortar a cabeça totalmente decapitando ambos os seus inimigos.
A queda de Eros foi premeditada com a criação de uma grande poça de água que diminuiu totalmente o atrito dele com o chão, somente o machucando superficialmente pelo choque com a água criada em seu jutsu.
O rei agora tinha somente mais uma coisa a fazer, salvar sua família que ficava ao longe da aldeia para se caso algum dia eles fossem atacados nada acontecesse a eles, não sabia Eros que fora isto mesmo que aconteceria anos depois da construção da vila e que isto era o que provavelmente salvou sua família da total destruição.
Utilizando sua técnica mais poderosa o rei lança um obelisco titânico feito de água para cima abrindo o céus de sua pequena vila e fazendo cair uma chuva gigantesca momentaneamente para ajudar a apagar o fogo que tomava conta da cidade. Mas seu verdadeiro propósito ainda não havia sido revelado.
Antes que toda a água voltasse ao chão o rei se via cercado por vários soldados que destruirão sua cidade, sua chegada havia sido silenciosa e veloz como verdadeiros predadores que se aproximam de suas vitimas veloz e silenciosamente para mata-lo sem chamar a atenção de mais pessoas, Eros não sabia estimar um número para o quanto de executores estavam ali, mas sabia que era mais de quarenta.
Mas Eros era conhecido como o invencível, nunca havia perecido antes numa batalha, seu corpo e cabeça eram ditos como lendários e seus feitos transcendiam os de um ninja humano. Quem atacasse sua cidade sabia que nunca veria o amanhecer novamente, mas pela primeira vez o Rei Imortal estava em situação totalmente desfavorável, como um enxame persegue alguém que lhe incomoda os executores se lançam em cima do rei para fazer o Imortal provar sua fama, mas para sua infelicidade o rei simplesmente desaparece sem deixar um único rastro ou vestígio para trás como se fosse mágica.
[ Ao Norte da Vila]
— Droga Zerio, o que estamos fazendo aqui? Vamos ajudar nossa vila! — Falava um dos brutamontes a frente de um casebre humilde feito com madeiras da própria região que alcançava no máximo 6 metros de altura e tinha um único andar.
— Nos estamos cumprindo ordens do rei, Caron o que acha que acontecerá se desobedecermos e deixarmos sua família aqui desprotegida neste casebre. — Falava um homem alto e esguio que carregava consigo um livro escrito numa linguagem totalmente estranha e incompreensível para a maioria dos humanos na terra. Suas feições revelavam que tinha em torno dos 50 anos e seu corpo era bem franzino o que lhe contrastava com uma altura bem avantajada.
— Mas a família do rei é mais importante que todas as famílias de nossa vila Zerio?
— Temos de cumprir nossas ordens Caron... Agora volte lá para fora e faça seu trabalho que eu me concentro no meu. — Falou o homem franzino se sentando ao chão e dizendo algumas palavras em um idioma totalmente diferente ao que existe hoje.
Obstante o guarda saiu do quarto onde estava tendo sua prosa com o mago do rei, e foi na direção da porta do local quando vê ao longe uma estaca gigante de água rasgar os céus em direção ao ponto mais alto que podia alcançar, sabia o que aquilo representava e rapidamente correu em direção a uma cabana menor ao lado da casa principal, que tinha somente uma mesa de Madeira apodrecida como mobília e ao seu redor se sentava cinco outros guardas bebendo alguma bebida alcoólica em canecas rústicas de metal.
— Seus vermes nossa aldeia sendo atacada e vocês estão ai sentados bebendo saquê. — Esbravejou o soldado tentando se impor contra seus companheiros mas sua postura não o ajudava em seu discurso.
— Sabe que não podemos ir ajudar Caron, e não conseguimos ficar olhando para nossa aldeia sendo destruída lentamente. Então beber se tornou nossa ultima opção, talvez assim lidaremos melhor com nossas consciências. — Falou um dos soldados com a cabeça baixa enquanto rotacionava sua caneca na mão olhando para o líquido em seu interior antes de lhe virar goela abaixo. Caron sabia que seus companheiros assim como si estavam arrasados pelo que estava acontecendo mas rapidamente se lembrou do que o levará a ter com seus companheiros.
— O sinal do Rei Eros foi dado, o obelisco ainda esta em pé ao lugar onde a cúpula real ficava.— Cuspiu as palavras o soldado deixando os soldados apavorados, sabiam o que tinham de fazer e levantando-se velozmente da mesa correram para frente da casa e se posicionaram em um losango perfeito cruzando as pernas e sentando ao chão enquanto uniam as mãos em oração e falavam palavras especiais que somente eles conheciam.
Suas mãos começaram a brilhar em um tom roxo enquanto uma aura circular foi criado no centro dos soldados e finalmente os preparativos estavam prontos.
— Berserk Ativado — Disse o soldado que outrora estava com a caneca de saquê nas mãos.
— Muito bem... Anskor Uitai. — Disse o comandado mandando sua energia vital para dentro do losango fazendo o mesmo começar a criar uma coloração laranja e após um único instante, a luz fez o losango crescer até a altura de dois metros e meio fazendo-o ser algo perto de um objeto solido e então uma figura foi criada lentamente no losango como se estivesse sendo recriado e num feixe de luz amarelo o rei estava no local do triângulo, totalmente criado como se tivesse utilizado um teleporte.
— Meu senhor, nos desculpe a demora. Estávamos distraídos e não notamos o seu chamado imediatamente. — Responde um dos guardas totalmente prostrado com o rosto no chão perante o rei.
— Não importa agora Doru, a única coisa que me interessa e ver o bem estar de minha família neste momento. — Disse o rei para o servo que se levantou e olhou a figura do homem ao qual se prostrará sair de sua visão, adentrando lentamente o casebre a sua frente.
Passo a passo o rei entrava em casa quando subitamente algo agarrou sua perna, se assustou por um momento mas depois caiu aos prantos abraçando o corpo de sua filha que ainda tinha seis anos de idade. Seus olhos se encheram de água e o mesmo retribuío o carinho que havia recebido devolvendo o abraço a criança. — Ficará tudo bem meu amor, isto é só um sonho seu. Mas papai ta aqui para te proteger. — Disse o homem aconchegando o rosto da filha em seu peito enquanto a balançava de leve tentando a fazer pegar no sono.
— Eros o que ta acontecendo? — Perguntava uma mulher com belas curvas e pele caucasiana, seus cabelos lhe chegavam aos pés e sua franja lhe cobria a testa. Seu semblante era de apreensão e medo enquanto olhava para o rei a sua frente.
— Fomos atacados, pensei que não chegariam ao nosso reino como chegaram aos de nossos companheiros, mas pelo visto eles realmente vieram... — O semblante do rei ficou pesado enquanto sua mão nua acariciava o cabelo fino e sedoso de sua filha ainda em seu colo.
Mas o momento de calma não demorou muito a terminar e uma explosão gigante pode ser ouvida e parecia estar perto de mais.
— O que foi isso? Como eles nos acharam tão rápido? — Disse a mulher olhando pela fresta que havia media janela uma nuvem negra subir sendo alimentada pelos destroços da cidade em pedaços.
— Nos nunca perdemos vocês de vista. — Disse uma voz ecoando do centro da casa. — Nos somente queríamos pega-los desprevinidos. — Disse uma sombra soltando uma tímida gargalhada e se aproximando do casal.