Administrador | Kumo
Sexo : Idade : 28 Localização : Nárnia, where unicorns tend to live! Número de Mensagens : 5771
Registo Ninja Nome: Shikaku Kinkotsu Ryo (dinheiro): 0 Total de Habilitações: 24 | Assunto: [Saga "A Lenda de Nai Yama"] Quinta página - Sobressalto (in)esperado Dom 25 Jan 2015 - 21:09 | |
| Sobressalto (in)esperado O jantar oferecido na taberna estava delicioso e foi devorado rapidamente pelas duas adolescentes (considerando que as refeições delas durante a travessia entre o País da Pedra e da Montanha consistiam unicamente em fruta e pequenas rações de comida que quase não alimentavam). Inicialmente havia uma ligeira preocupação sobre o paradeiro de Furu, que foi imediatamente esquecida quando a comida e bebida chegaram. Sokei apenas tinha intenções de comer e divertir-se um pouco antes de ir para o seu quarto e descansar para o dia seguinte, mas Yuumei não a deixou. Ligeiramente bêbada (a ruiva dizia-se resistente à bebida, mas as três canecas de hidromel vazias à sua frente e os comportamentos aleatórios e desajeitados provavam o contrário), a Rinsa arrastou a sua companheira loira para as suas danças desleixadas ou para se juntarem a outros bêbados nas suas cantorias ou brincadeiras. A noite foi-se arrastando entre risadas e canecas e canecas de bebida, só terminando quando adormeciam ou vomitavam e desmaiavam com tanto álcool. Com tanta animação, Sokei divertiu-se como há muito não se havia divertido. Deixou de lado a sua habitual calma e, ao primeiro pingo de hidromel, depressa se juntou às danças e canções sem qualquer pudor. Contudo, duas coisas tiveram sempre presentes na sua mente, por muito distraída que ela estivesse: Nai Yama e Furu. Cansada, a Fukeru sentou-se na cadeira mais próxima que encontrou, à frente de uma mesa repleta de canecas esvaziadas e com alguma bebida derramada pela superfície. Relaxou um pouco e soltou uma risada. Não estava bêbada mas também não estava fresca. Momentos depois surgiu Yuumei a rir-se por tudo e por nada, sentando-se à beira dela. Disparatou alguma coisa, que Sokei nem se esforçou a perceber, e a sua cabeça tombou para cima da mesa, fazendo as canecas saltarem com o solavanco. A loira interrogou-se sobre o que havia acontecido com a sua companheira, constatando imediatamente que apenas adormecera. Revirou os olhos quando chegou à conclusão que a teria de carregar pelos ombros até aos quartos… Quando conseguiu coloca-la sobre as suas costas e puxá-la para fora de mesa, a bêbada acordou e abraçou-se fortemente à volta do seu pescoço e mordiscou-lhe a orelha com ternura. Enquanto Sokei se sobressaltava, a sua companheira soltava gemidos de delícia. - Tens umas orelhas tão deliciosas! – Falou com um tom de voz embriagado e um hálito insuportável a álcool, intensificando a força do seu abraço – És tão fofa! Tão fofa, tão fofa, tão fofa! A quase sóbria teve de aguentar o comportamento, sentindo uma pontada de dor na orelha enquanto esta não era solta. Não sendo a situação má o suficiente, Sokei ainda teve de evitar os encontrões dos bêbados desajeitados, alguns que queriam agarrar nas adolescentes e pô-las a beber ainda mais, ou então as canecas abandonadas que rolavam ao longo do soalho de madeira, prometendo quedas a quem fosse distraído e as pisasse. Ao superar esses obstáculos com tempo e bastante paciência, a loira viu que o próximo desafio seriam as escadas e conseguir colocar a bêbada no seu quarto. Estava cansada, após um dia bastante desgastante, e a Rinsa continuava a apertar o seu abraço e a morder as orelhas com ainda mais carinho doloroso. Uma dor-de-cabeça surgiu devido ao ambiente ruidoso e o desgaste físico, urgindo desesperadamente por uma boa noite de sono. Cada degrau que subia era uma tortura para o seu corpo. Cada degrau que subia dava-lhe vontade de atirar o corpo de Yuumei pelas malditas escadas abaixo e correr para o conforto debaixo dos lençóis. Cada degrau que subia irritava-a mais e intensificava o desejo de mandar um berro que calasse todos aqueles bêbados. Cada degrau que subia fazia-a pensar no mistério de Nai Yama e no nervosismo de Furu. Um suspiro de alívio soltou-se quando chegou ao topo das escadas. Olhou para baixo, como para se vangloriar de ter completado tal exercício, e preparou-se para finalmente dar o tão merecido descanso ao seu corpo. Yuumei acabou por acalmar-se, preferindo dormir ao invés de continuar a morder a orelha da sua companheira.
A porta de entrada da taberna relampejou, saindo das suas dobradiças e estatelando-se caoticamente pelo soalho. Isso foi suficiente para captar a atenção dos agora silenciosos bêbados, que estacaram para olharem para o par de homens responsável por aquela brutalidade. Fardados com vestes de guardas, de bandoletes de Moya à testa e bem armados à cintura, os seus semblantes não representavam qualquer pingo de simpatia. O que estava mais à frente foi quem avançou primeiro, dando uma larga passada para evitar a porta que acabara de arrombar, e a sua expressão carrancuda fitou a maioria dos seus companheiros de vila. O bigode pontiagudo que tinha acima dos lábios contorcia-se tanto quanto os seus olhos em desprezo. As suas mãos foram à cinta e retiraram um pequeno pergaminho, já desenrolado e algo maltratado, que se esticou para os olhos dos alcoolizados, não importando se naquele estado eles conseguiam ler ou não. - Temos um mandado de procura de duas suspeitas por espionagem de assuntos internos, sabotagem e possível traição de outras nações. Elas são ainda jovens; uma é loira e a outra ruiva, facilmente identificáveis. Alguns de vocês, amantes de garrafas, as viu? Informaram-me que as viram a entrar aqui! – Grunhiu o guarda, ignorando alguns dos clientes que se aproximaram para tentarem enxergar melhor as letras inscritas nos papéis. Uma cabeça esgueirou-se por detrás do distante balcão: um homem calvo e com uma grossa barba preta. Estava claramente sóbrio e as suas mãos mantinham-se ocupadas a limparem alguns copos e pratos. Perscrutou o guarda por alguns momentos antes de erguer a sua sonante voz: - Sim, esta tarde duas senhoras registraram-se; uma loira, a outra ruiva e muito, muito belas! Mas estavam acompanhadas por um homem… - Não importa, o assunto com o homem já está tratado. Elas ainda estão por aqui? – Perante o aceno afirmativo do chefe do estabelecimento, o bigode do guarda regozijou-se em triunfo – Ótimo, passa-me para cá as miúdas!
Recuada alguns metros para que os guardas não as vissem mas ainda perto o suficiente para escutar a conversa, o cansaço de Sokei desapareceu com a crescente gravidade da situação. Só podia haver uma razão para que os guardas estivessem à procura delas e Furu avisara-lhe disso: Nai Yama. Mas era mesmo necessário tanto alarido apenas por causa de uma visita à montanha? E por pensar nele, Furu parecia ser o homem citado pelo guarda que já havia sido “tratado”. O que… A loira abanou a cabeça como para enxotar as preocupações e manteve a sua mão firme para tapar a boca de Yuumei (caso não tivesse feito isso, a ruiva teria feito barulho que as denunciariam imediatamente). Tinham de escapar dali. Não estava com a disposição de ser presa e causar problemas para a sua líder em Kusa. - Yuumei, consegues andar? Abana com a cabeça, não te vou deixar falar. – Sussurrou ao ouvido da sua amiga, que apenas fechou os olhos e fez umas caretas estranhas e incompreensíveis. A Fukeru percebeu que naquele estado a sua amiga seria apenas um fardo, pelo que teria de tratar dela – Vou largar-te, então tenta não fazer nenhum barulho! – Não esperando pela reação da bêbada, largou-lhe a boca e, por uns momentos, ela ficou silenciosa, confusa com todo o alarido nas escadas abaixo. Essa hesitação foi suficiente para que Sokei lhe agarrasse nas mãos e efetuasse alguns selos com a ajuda das suas, induzindo chakra no sistema da Chuunin - Tanuki Neiri no Jutsu! – Murmurou, esperando apenas alguns segundos para que o Ninjutsu fizesse efeito e as pálpebras da Rinsa se fechassem num sono profundo. Ouviu o som de passos apressados a pisarem fortemente a madeira das escadas e o seu coração começou a bater desenfreadamente em alarme. Não pensou antes de abrir a porta do primeiro quarto que lhe apareceu à frente e a arrastar a adormecida consigo. Por sorte, a divisão estava vazia, tendo apenas uma cama desfeita e roupa espalhada por todo o lado. O seu hóspede deveria ser um dos que estava nos copos na divisão de baixo. A loira agradeceu-lhe mentalmente por não estar ali naquela altura e encostou o ouvido à porta, ouvindo ordens de urgência e muitas reclamações ao chefe do estabelecimento que, aparentemente, não conseguia encontrar as chaves suplentes dos quartos delas com todo o nervosismo da situação. Perfeito, iria dar-lhe tempo suficiente para planear uma fuga. Afastou-se da porta e olhou à sua volta. Não demoraria até que os guardas comprovassem que as procuradas não estavam nos seus quartos para de seguida ordenarem a revista a todos os outros e Sokei não seria capaz de enfrentar dois Jounin, considerando que a sua última real foi há anos atrás e a única provavelmente habilidosa o suficiente para aguentá-las estava a dormir sobre as roupas de um estranho. O que poderia fazer? Todo o barulho à sua volta, desde os bêbados lá abaixo a reclamarem pela sua noite animada ter sido estragada até às sequentes reclamações dos guardas, a gravidade da situação e a irresponsabilidade de Yuumei estavam a colocar Sokei sobre uma grande pressão, como há muito não lhe acontecia. Estava cansada e sobre um ténue efeito de álcool, não conseguindo concentrar-se propriamente. Uma dor de cabeça consumia-lhe a paciência e sentia o seu corpo demasiado fraco para responder prontamente a estratégias planeadas em apreensão. Uma tontura apanhou-a desprevenida, levando-a a ajoelhar-se no solo em procura de equilíbrio e a levar as mãos para segurar na cabeça. Tossiu, prevendo uma doença, e ainda um pouco fraca viu uma janela na parede atrás da cama. Descansou uns escassos segundos e ergueu-se, aproximando-se da janela. Embora fácil de abrir, era demasiado pequena para que as duas passassem, mas não descartou de imediato a opção. Sorriu quando pensou num plano que as tiraria dali.
Não demorou para que a porta daquele quarto fosse aberta de rompante. Dois guardas, um deles consideravelmente enfurecido, entraram em pesadas passadas, olhando em todo o seu redor à procura das suas presas. Não havia ali nada senão montes de roupas espalhadas no chão, uma cama desfeita e… uma janela aberta! - Não me digas que… - É impossível que elas passassem por ali, meu capitão! Aquilo é demasiado pequeno! – Tentou o guarda que ia atrás, muito mais calmo naquela situação, que tentava meter algum juízo no seu superior. - Yuumei! Magoei-me no calcanhar! Passar por aquela janela não foi fácil… A-ajuda-me a levantar! – Ouviu-se uma voz feminina para lá da janela, captando a atenção dos guardas. O bigode do capitão contorceu-se em raiva enquanto este olhou para trás para confrontar o seu subordinado. - Nunca duvides das capacidades destes pulguentos, meu jovem! – Urrou, abrindo alas para fora do quarto e arrastando consigo o chefe do estabelecimento – Vai levar-me para onde aquela janela vai dar! Uma das fedelhas está magoada, vai ser fácil de capturá-la! No entanto, o subordinado ficou para trás, ainda a fitar a janela. Parecia tão pequena, como é que elas…? - Fugainai, para baixo, JÁ! – Os urros do comandante ouviam-se do piso abaixo, conseguindo sobrepor-se ao das reclamações dos clientes da taberna – Temos de ir atrás delas! Para de vagabundear, caralho! Num lamurio, o subordinado não teve outra escolha senão seguir as passadas do seu capitão, consciente que não tinha autoridade suficiente para tomar rédeas da situação. Quando os seus passos ecoavam a descer as escadas, um dos montes das roupas começou a estrebuchar. Por debaixo dele surgiu Sokei, com Yuumei aos abraços, quase sufocada devido ao mau-cheiro das roupas em que teve de se abrigar. Fora um plano muito básico, mas suficiente para despistar a cabeça-quente daquele capitão. Pousou o corpo da sua amiga no chão e olhou para ela. Tão pacífica a dormir, será que tinha alguma consciência daquilo que se passava à sua volta? Se não tinha, começaria a ter, pois Fukeru não tinha nem a energia nem o humor para andar com um fardo às costas. Uma lambada em cada face foi o suficiente para acordar a Rinsa, que ergueu o tronco em sobressalto. - O que aconteceu?! Porque me dói a cara! – Os seus olhos lacrimejavam e nas bochechas notavam-se as marcas das mãos de Sokei – Dói-me tanto a cara… E a cabeça… Dói-me mais a cabeça… - Não há tempo para explicações. Brincamos com a tua ressaca depois, agora temos de sair daqui! – Respondeu a Genin sucintamente para a ainda confusa Chuunin, que apenas se deixou levar quando Sokei lhe pegou na mão e a arrastou para fora do quarto. CONTINUA... |
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Administrador | Konoha
Sexo : Idade : 33 Localização : Jardim à beira-mar plantado Número de Mensagens : 3508
Registo Ninja Nome: Ayame Midori Ryo (dinheiro): 5470 Total de Habilitações: 228,5 | Assunto: Re: [Saga "A Lenda de Nai Yama"] Quinta página - Sobressalto (in)esperado Ter 27 Jan 2015 - 15:24 | |
| What? As miúdas perguntam por uma montanha e são acusadas de traição, meterem o bedelho em assuntos internos e sabe-se lá que mais? What? Alguém tem a mania da perseguição... õ.o Espero que o Furu não se tenha metido em sarilhos, se bem que assim parece... Ri-me com a bebedeira da Yuumei. Morder as orelhas? What? Oh meu deus Onde foste buscar inspiração (ou experiência) para isso? Ahahahah A ver como é que elas se vão desenvencilhar disso. Está weird para caraças. É a porra de uma montanha, damn Continua o/ |
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Administrador | Kumo
Sexo : Idade : 28 Localização : Nárnia, where unicorns tend to live! Número de Mensagens : 5771
Registo Ninja Nome: Shikaku Kinkotsu Ryo (dinheiro): 0 Total de Habilitações: 24 | Assunto: Re: [Saga "A Lenda de Nai Yama"] Quinta página - Sobressalto (in)esperado Dom 22 Fev 2015 - 22:20 | |
| - Shibiusa escreveu:
- What? As miúdas perguntam por uma montanha e são acusadas de traição, meterem o bedelho em assuntos internos e sabe-se lá que mais? What? Alguém tem a mania da perseguição... õ.o
Espero que o Furu não se tenha metido em sarilhos, se bem que assim parece...
Ri-me com a bebedeira da Yuumei. Morder as orelhas? What? Oh meu deus Onde foste buscar inspiração (ou experiência) para isso? Ahahahah
A ver como é que elas se vão desenvencilhar disso. Está weird para caraças. É a porra de uma montanha, damn Continua o/ Ainda não percebeste que aí é que está a funny part, não é só uma montanha . As coisas irão fazer sentido quando explicadas, paciência, sis! Na verdade, a cena de morder as orelhas veio-me à cabeça na altura em que escrevia. Acho que não tive nenhuma experiência com isso . Obrigado por leres! |
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