Já havia passado 1 ano desde que Rikao Fukeru partira de Kusagakure em busca do seu conhecimento. Foi levado até a fronteira do País da Grama com o País da Terra, em uma pequena cidade chamada Pedra Verde, que tinha este curioso nome por parte do seu território ficar no País da Grama e outra parte no da Terra. A vila era pequena, entretanto bastante movimentada, era um ponto de comercio interessante devido sua localização, mas também era um local de contrabandistas que haviam instaurado um verdadeiro mercado negro na vila. Apesar desta movimentação e aparentes problemas a cidade não costumava ter um grande índice de problemas ocorrendo, o máximo uma briga ou outra por motivos futeis até mesmo uma ou duas mortes a cada semestre, chegava a ser esquisito o quão em paz estava a cidade.
No subterrâneo de Pedra Verde haviam varias coisas, desde o tratamento de esgoto ao mercado negro, porém se descesse mais um nível em uma entrada secreta que fora feira para realmente não ser achada, você seria capaz de adentrar em um local especial. Um laboratório, grande o suficiente para fazer pesquisas de grande porte. Vivendo ali com dois colegas de “equipe”, Yan era um rapaz alto de cabelos loiros e corpo esguio, um ninja médico e cientista que fundara aquele laboratório a alguns anos e desde então vem realizando seus experimentos. Lila era uma jovem uma cabeça menor que os rapazes com longos cabelos loiros com mexas avermelhadas, os seus olhos tem uma coloração diferente o direito é castanho escuro e o outro cor de mel, não tem seios fartos e nem quadris largos, mas sim deixa homens a babar por ela.
A vida ali tinha sido mais pacata lhe dando mais tempo para ler os mais diversos livros que o laboratório tinha em seu acervo. Virara noites inteiras tentando compreender livros antigos com linguagem difícil e até mesmo coisas que não faziam parte de seu contexto histórico ou político-econômico. Ero, o homem a qual levara o Fukeru até ali, dissera que aquilo era uma parcela do que ele teria para estudar trabalhando para a Punho Dourado, que receberia mais outros diversos conhecimentos conforme progredisse em missões que lhe eram passadas. Ero fez de Rikao o líder daquele local, mesmo não sendo tão forte quanto os outros o homem lhe disse que ele tinha potencial e era um líder natural, que deveria treinar para se tornar um líder completo.
Agora sendo um Nukenin realizava pequenas missões para arrecadar algum dinheiro próprio para comprar seus matérias e equipamentos, ainda manteve-se preso a algumas coisas de sua vida antiga como retratos, alguns livros e objetos dos mais variados. Todos trancafiados em um baú em seu quarto para que ninguém visse. Além de que ainda não conseguira ultrapassar algumas barreiras de conduta ninja que havia aprendido na academia, mas lhe foi dito que logo ele se acostumaria com isto e passaria a tratar as coisas de forma diferente. As vezes parecia estar insatisfeito, porém quando isso ocorria enfiava-se a ler livros e pergaminhos antigos ou a treinar na pequena academia que tinha montada no laboratório. Ele saia do local ao menos uma vez no dia para tomar sol e respirar ar puro, até mesmo para encarar a realidade do mundo lá fora e averiguar as novidades do mundo.
Depois de algum tempo naquele local ele havia sentido que olhar para si mesmo todos os dias lhe trazia lembranças, trazia insegurança e medo de nunca conseguir se desvencilhar do passado. Tomou uma decisão arriscada, porém que talvez lhe ajudasse a tomar um novo rumo em sua vida, um rumo diferente, tornar-se uma pessoa diferente.


— Yan, quero que faça algo por mim. — Disse Rikao com sua voz suave adentrando o laboratório do seu companheiro.
Eles costumavam chamar todo o complexo de laboratório, porém o verdadeiro laboratório onde estavam todas as coisas de Yan referentes a medicina e ciências era a maior sala do complexo. Uma sala com varias mesas com diversas coisas esquisitas sobre elas, desde tubos de ensaios, potes com animais em conserva ou até mesmo órgãos humanos, fetos e tubos imensos com um liquido verde estranho que Yan utilizava em suas experiências.
O jovem medico analisava algo através de seu microscópio, então ergueu o rosto para encarar o rapaz que viera lhe incomodar naquele momento. Parou o seu trabalho, retirou o jaleco que utilizava nos momentos que estava ocupado com o trabalho.
— O que você quer? — Perguntou o cientista impaciente.
— Preciso de uma cirurgia plástica. Quero que mude minhas feições, cabelos e se possível até a cor dos olhos. — Respondeu Rikao convencido de que aquilo era sua melhor decisão. — Não posso ser reconhecido e desejo me desligar do passado e não consigo enquanto eu tiver que olhar para o meu rosto no espelho todas as manhãs.
— Por que não compra uma mascara ou quebra os espelhos? É menos trabalhoso. — Comentou Yan organizando as coisas em sua mesa de trabalho.
— Não, eu sei que tem estudado alterações corporais e cirurgias. Então me deixe ser a cobaia. — Rikao sabia como provocar Yan a fazer as coisas, ele era um cientista quase louco, gostava de fazer testes e estudos. Os olhos de Lila estarem daquela forma foram sua culpa e desde então ele vem procurando uma forma de concertar a formula que usara para a troca de cor da íris.
Relutante o médico aceitou realizar a tal cirurgia, advertiu o Fukeru das possíveis sequelas e possíveis erros, como o que ocorreu com Lila. Mesmo com tudo isso Rikao decidiu realizar a cirurgia. Na noite do mesmo dia ele deitou-se sobre uma maca enquanto Yan trabalhava em seu novo rosto por horas afinco.


— Já é hora Rik. Finalmente poderá se livrar destas faixas em seu rosto. — Comentou o jovem loiro de olhos azuis aproximando-se de um rapaz que estava deitado em uma cama com o rosto totalmente enfaixado deixado apenas buracos no nariz e boca para que pudesse respirar e comer.
O rapaz com as faixas remexeu na cama ao ouvir as palavras do médico. Yan aproximou-se com os equipamentos para fazer a retirada de tudo, enquanto Lila permanecia recostada na parede ao lado da porta observando a situação. Logo o cientista maluco voltou a alarmar das possíveis consequências e que não se responsabilizava por os possíveis resultado já que o próprio Fukeru havia decidido realizar a cirurgia.
— Só tire de uma vez! — Exclamou Rikao já impaciente por ter permanecido alguns longos dias com o rosto enfaixado em processo de observação.
Yan realizou o corte das gases que encobriam as novas feições do rapaz. Quando terminou de retirar ficou surpreso com o resultado dando um sorriso de leve vendo que seu trabalho havia funcionado e as horas de pesquisa e testes não foram em vão. A garota trouxe um pequeno espelho para que o Fukeru visse o resultado e quando olhou deu um sorriso de satisfação por não reconhecer a si mesmo. Seus olhos havia mudado de cor, de um azul escuro para um amarelo vivo, as feições mais robustas lhe davam um ar mais másculo, os cabelos agora tinham a coloração de um castanho acinzentado.
— Deem oi para o Rik. — Comentou o Fukeru referindo-se a si mesmo. — É assim que devem me chamar agora.
Os dois companheiros se entre olharam e soltaram um riso baixo. Rik os olhou com a expressão serena de que tudo estava certo agora, até notar que em seu braço havia uma tatuagem que não estava ali antes. Ela percorria toda a extensão de seu braço até a palma de suas mãos, eram listas pretas com alguns inscritos em alguma linguagem que ele não reconhecia. Olhou para Yan esperando uma resposta para o que era aquilo.
— Bem, você disse que queria ser minha cobaia, isto é um experimento um pouco diferente. Tomei a liberdade de tentar realizar um jutsu para lhe ajudar a curar mais rápido e além disso aumentar suas forças. — Explicou o médico com o ar sereno de sempre. — Porém não funcionou, terei que pesquisar mais sobre a utilização desse jutsu quem sabe eu concerto isto daqui a algum tempo.
Rik olhou-o um pouco desconfiado daquela explicação, entretanto não havia muito o que fazer, apenas teria que conviver com aquela tatuagem em seu braço agora e esperar que o médico lhe arranjasse um jeito de concluir o jutsu de forma correta o que lhe daria novas habilidades. Levantou-se da cama para esticar o corpo, já cansado de permanecer deitado. Agradeceu a Yan pelo trabalho e comentou para que ele utilizasse essa nova formula para concertar a coloração dos olhos de Lila se assim ela desejasse, então saiu do quarto para poder tomar um ar e andar um pouco.
Lila verificou o corredor para ter certeza de que ele havia saído e então aproximou-se do cientista que ainda estava sentado na cama, sentou ao seu lado e o olhou com um olhar de quem deseja explicações.
— Aquele era o Kamigami no Keimusho. O Jutsu que o mestre mandou que eu aplicasse nele. — Explicou Yan guardando seus equipamentos de volta em sua maleta.
— O jutsu da Prisão dos Deuses? — Questionou Lila, logo recebendo a resposta em um aceno de cabeça. — Então ele resistiu ao Jutsu, isso quer dizer que ele preenche todas as características necessárias?
— Sim. Ele é um nascido no dia da Lua Azul, também fora o Dia de Amaterasu no qual a Caçada das Tempestades teve inicio além de que é herdeiro do sangue Fukeru, que é o sangue do próprio Deus da Sabedoria. — Falou o rapaz já levantando-se para sair da sala. — Eu diria que é coincidência, mas tantos eventos considerados celestiais em um único dia em união com o sangue desse rapaz com certeza o faz ser diferente. Mas não preocupe-se com isto, ele não tem poder algum é apenas como um catalisador. Não passa de um recipiente para os nossos planos.