Acordamos relativamente cedo, ou melhor, acordaram-nos. Indicaram-nos as casas de banho e, depois dum banho refrescantes, pegamos nas roupas e fomos comer alguma coisa. Eu enchi-me de energia com uma papa qualquer que me deram e com uma barra de chocolate, hidratos de carbono naquela altura era o que eu precisava para ter um treino em condições.
- Venham - disse-nos um monge que nem reparamos que tinha entrado. Segui-mos o homem até ao dojo que tínhamos visto ontem. Lá, estavam três monges - Hayato, ficas com o primeiro, o Ichiro, Akane com o Jiro e Harumi com o Sabuto.
- Hai! - dissemos os três em uníssono. A sala era maior do que parecia à primeira vista, dava pra ter três lutas sem interferência em simultâneo.
- Primeiro vou testar a tua capacidade de reacção, está bem Hayato? - disse ele. Eu sorri, e activei o meu Doujutsu.
- Claro, fácil! - disse eu. Pensei eu que era fácil, mas antes de levar uma forte cotovelada que me fez ir contra a parede, criando uma pequena cratera. Caí no chão e todos os pedaços da parede se uniam novamente, reconstruindo aquela parte da sala - Wow... o que f- fui interrompido por outra pancada forte no estômago que me fez voar mais alguns metros - "já percebi a mensagem" - o homem voltou a desaparecer e aparecer perante mim, mas desta vez eu consegui, com a ajuda do meu Doujutsu, interceptar o ataque dele com os meus braços. Ainda assim, fui arrastado por ele, que ainda mantinha o punho nos meus membros. Dei um impulso com o pé e chutei o monge no estômago, lançando a ele para a frente e a mim para trás. Dei um ágil mortal para ficar numa posição que não fosse vulnerável a ataques. Ele avançou para mim e pelo caminho lançou duas shurikens, das quais me consegui defender agilmente com uma kunai de três pontas. Quando reparei, ele já estava ao pé de mim, pronto para me dar um pontapé rotativo no maxilar, mas eu baixei-me a tempo, graças ao Sharingan e ainda lhe apliquei o potente soco no estômago, que pouco efeito teve, aquilo parecia pedra. Olhei para cima e vi o cotovelo do monge vir na minha direcção. Tentei-me desviar, mas mesmo assim ainda levei com aquilo, não sei como.
- Estás a ver Hayato? - disse ele com um sorriso na cara - Ainda tens muito que aprender! Bem... vamos passar ao próximo exercício - disse ele fazendo uns selos. Eu meti-me em posição de defesa, mas inutilmente. Um grande buraco se abriu debaixo dos meus pés e eu via-me agora a cair em direcção a um poço de lava. Tentei-me agarrar às paredes, mas quando lhes tocava, parecia que elas não existiam. Olhei em volta e vi que tudo aquilo era constituído por chakra, ou seja, um Genjutsu. Concentrei o meu chakra e parei-o, com a ajuda do Doujutsu. Vi novamente o monge, ainda estava à minha frente. Decidi que não iria ser um saco de boxe e rapidamente comecei a concentrar chakra a nível cerebral, o que fez brotar, aos olhos de Ichiro, grandes raízes que se começaram a enrolar à sua volta. Ele não se mexeu e quando eu reparei, as raízes já não existiam.
- "Porra!" - não me conformei com aquilo e voltei a repetir o processo de concentrar chakra para projectar uma ilusão. Depois, fiz alguns selos e uma enorme bola de fogo começava a dirigir-se ao monge, vinda directamente do tecto. Este colocou as mãos à frente de tão forte que a luz que emanava era. Eu tinha-me esmerado naquele, mas não tinha ficado por ali. Enquanto ele desfazia o Genjutsu, já eu me tinha desfeito em corvos (gen) e apareci em frente dele, concentrando mais uma vez chakra e espelhando-lhe a visão. Ele afastou-se para trás enquanto eu corria na direcção dele. Lancei uma corrente para o seu pé e ele desviou-se, para sua infelicidade, para o lado errado. Puxei a corrente e deitei-o ao chão, mas ele desfez-se numa pasta gelatinosa, aparecendo a seguir à minha frente... aliás, ele e mais umas cinco cópias. Peguei numa kunai com Kibaku Fuuda, já previamente preparada e espetei-a no chão, desaparecendo em corvos (genj) de seguida.
- Isso não chega! - disse um dos clones que se ia reconstruindo. Ele ia na minha direcção, mas um vulto apareceu entre ele e mim.
- Já chega por agora destas brincadeiras - disse o monge que nos tinha aberto a porta, o primeiro que tínhamos encontrado naquela interessante jornada - ensina-lhe aquilo Ichiro e depois vamos almoçar!
- Hai, senpai! - disse ele com alto respeito e fazendo os clones desaparecer - Hayato, chega aqui. Vou-te ensinar uma coisa interessante.
- Isso já gosto! - disse eu soltando uma pequena gargalhada.
- Bem, lembras-te como accionaste os teus Kibaku Fuuda à bocado?
- Sim, lembro Ichiro - disse eu um pouco confuso - porquê?
- Bem, agora faz um clone de corvos - eu assim o fiz, após concentração um pouco de chakra - muito bem, agora tenta desencadear uma reacção semelhante à que desencadeaste com a Kibaku Fuuda - disse ele afastando-me do clone. Eu concentrei algum chakra e o clone parecia que ganhava alguns papos por todo o corpo, pronto a explodir, mas nada aconteceu e o rapaz voltou ao normal.
- Kuso... - disse eu. Já estava cansado, aquela luta tinha sido esgotante.
- Calma. Concentra-te mais - eu acarretei as ordens do monge e voltei a concentrar chakra à medida que fazia um selo com uma mão. Desta vez, fechei os clones e depois ouvi uma forte explosão - isso! Vês?! Conseguiste mais rápido do que eu pensava. Agora... tira o teu leque.
- Hai - disse, sacando o leque com o símbolo do meu clã.
- Agora, lembraste do Kamaitachi?
- Sim, o que tem? - perguntei apoiado no leque.
- E o Daikamaitachi? - ele olhou para a minha face e eu acenei afirmativamente - Bom, agora vais passar para um nível ainda mais superior. Tenta concentrar o máximo de chakra no leque e expandir esse chakra o máximo que puderes. Chama-se Okamaitachi.
- H-hai - afastei-me e concentrei-me. De tal forma que activei o Sharingan inconscientemente. Agarrei no leque e fiz o meu chakra Fuuton "voar" até ele, depois, lancei-me numa investida para a parede e lancei o ataque - Okamaitachi no Jutsu! - bradei. Uns ventos extremamente fortes foram de encontro à parede e fizeram grandes cortes e partiram um pouco da parede.
- Ainda não chega... vais ter que atravessar a parede por completo - disse ele apontando para a parede que já tinha voltado ao estado original. Eu acenei com a cabeça, mas já estava tão cansado. Decidi pôr tudo neste meu último jutsu. Agarrei com as duas mãos no leque e abanei-o fortemente.
- Okamaitachi! - berrei mais uma vez após concentrar muito do meu chakra, quase até aos limites, na arma. Desta vez, os ventos foram tão fortes que me arremessaram para trás e partiram a parede, fazendo um buraco que trespassava para a próxima sala, o que aparentava ser um outro dojo. Por pouco não interferia com as minhas duas colegas de equipa.
- Muito bem Hayato, vamos almoçar! - a minha visão estava turvada e ainda cambaleei um pouco, mas consegui chegar seguro à sala dos almoços.
Assunto: Treino 27 - O templo 
Seg 2 maio 2011 - 21:40
