- Eu não vou assaltar esta casa. – declarou Suki.
- Vá lá Suki, não é assaltar a sério, é a fingir! – insistiu Kaito.
- Eu recuso-me a assaltar esta casa. – repetiu ela, olhando para ela mais uma vez. – Corrijo-me: Na verdade, eu recuso-me a morrer por fingir assaltar esta casa.
- Não vais morrer, eu conheço o sistema de segurança e sei como-
- Não.
Kaito suspirou.
Na última meia hora de viagem, tinha convencido Suki a ir com ele e ajudá-lo sobre apenas um pretexto: se ela fosse, ele comprar-lhe-ia um novo Bo de metal (claro que não referiu o facto de esse Bo ser na verdade um tubo da canalização).
Suki até tinha alinhado, mas assim que chegaram ao seu destino tinha-se recusado a assaltar a tão falada casa.
Porquê? Bem... Digamos que a casa era mais um fortaleza impenetrável do que propriamente um sitío onde pessoas viviam.
Uma enorme mansão e um jardim de porpoções ainda mais inacreditáveis erguiam-se á sua frente. Qualquer pessoa que olhasse para aquilo concluiria que era a casa de alguém muito rico e paranóico, que não tinha sitío nenhum onde gastar dinheiro e que tinha feito uma mega mansão para estar de férias eternamente. As primeiras coisas em que se notava eram a estrutura de ferro da mansão, a piscina do tamanho de metade de um campo de futebol, a vegetação um tanto exuberante e o contraste que estes elementos faziam entre eles.
Claro que alguém como Suki, que planeava assaltar aquela casa, olhava para ela de maneira muito diferente.
Em vez de reparar no luxo misturado com estranheza que pairava á volta da infraestrura, essa pessoa repararia nos obstáculos incubidos no seu assalto.
Assaltar Casas para Tótós : 3ª Edição
Capitúlo 2:
Passo 1:Identificar armadilhas e obstáculos:
Redija uma lista ou descrição dos possiveis obstáculos.A casa tem alguma barreira? Desde portas com fechaduras até cercas, tudo conta.
- O ladrão tem uma capacidade mental muito limitada Check
- A mansão e o jardim estão rodeados por um muro de 4 metros, muito provavelmente com selos de protecção. Check
- O jardim/ floresta tropical doméstica é denso e perfeito para hospedar todo o tipo de armadilhas, desde fossos tapados com folhas até macacos com raiva. Check
- A casa é feita de ferro e só pode ser deitada abaixo por um vulcão que derreta toda a sua infra-estrutura. Check
- Camarâs de vídeo Check
- Fechaduras de tecnologia de ponta. Check
- Janelas Inquebravéis Check
- Habitantes são ninjas Check
- Impossivél de penetrar Check
Passo 2: Ultrapassar as armadilhas e óbstáculos.
Faça uma lista do material preciso para assaltar a casa (ex: pé de cabra para arrombar a porta, máscara para se esconder das camaras de video...)
...
Um raio laser gigante que deite lava por tudo quanto é sitio.
- Suki? – chamou Kaito, interrompendo os pensamentos da sua aluna.
- O que foi? – disse ela brusca e irritadamente.
- Vá lá, é só –
- Não. – negou Suki pela enésima vez – Porque tanta determinação e estupidez para pregar uma simples partida? – perguntou ela, realmente espantada que o seu sensei pudesse ter um nivel de idiotice tão alto.
Kaito simplesmente encolheu os ombros.
- Okay, aqui está a minha proposta : tu vais e tentas ultrapassar o muro. Se conseguires, eu sento-me ali em cima – apontou para uma árvore perto da cerca – e vejo enquanto tu és apanhado em flagrante e levado para a prisão. Depois eu vou atrás de ti, pago a fiança e tu compras-me uma arma no mesmo valor, pode ser?
- Ohhhhhh, mas assim não participas quase nada! – bradou Kaito tristemente, desilusão estampada na sua cara - E a acção é a parte mais divertida. Para além disso, eu não vou ser preso.
- Enganas-te, - respondeu Suki, que desde que tinha compreendido que o seu sensei era um completo e total tótó decidira chama-lo pelo nome – a parte mais divertida vai ser tu a caires numa armadilha e vires implorar-me para te ajudar. – e aí, sorriu docemente, entregando-lhe a mala com as armas e saindo da sua frente. – Vamos começar?
- Okay, prontos, ganhaste. – suspirou Kaito, tirando da sua mala um intercomunicador e entregando-o á sua aluna – Mas vais ter de me ajudar na mesma. Usa isto e diz-me se alguém se está a aproximar. – dito isto, fechou a mala e, concentrando chakra nos pés, saltou por cima da cerca.
Suki examinou o aparelho durante alguns segundos antes de encolher os ombros e o deitar no lixo.
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(( Era suposto fazer parte do treino, mas acabei por decidir que estava muito grande e com demasiados elementos inúteis para a avaliação. A seguir é que vem o treino (hopefully).
Ah, e já agora, isto não é para insultar os guias para tótós - aqueles calhamaços salvam-me a vida. x3))