Ouvia-se um ruído que flutuava em redor de Vitan.
- Mas que barulheira é esta? – Pensava Vitan, ainda incapaz de abrir os olhos. Vozes de gritos, soluços e choros preenchiam a cabeça de Vitan, havia morrido e ouvia agora os lamentos de todos aqueles que haviam aparecido no seu funeral? Pensava Vitan. Uma voz distinguiu-se das demais, era uma voz grossa e intensa, Vitan não teve dificuldades em reconhecer Hiagushi no meio da multidão de berros.
- Hiagushi? – Tentou Vitan.
- Vitan? Estás acordado? – Vitan abriu lentamente os olhos, a luz que vinha de uma janela à sua esquerda encadeou-o um pouco, e com os olhos semi-cerrados reconheceu a Hiagushi.
- Onde estou? – Perguntou Vitan, sentando-se na cama, ainda com os olhos debilitados devido à luminosidade.
- No hospital.
- De Kirigakure?
- Não… de Kumogakure.
- O que? – Vitan abriu tão repentinamente os olhos, que até Hiagushi recuou assustado. – Em Kumo? Já, mas como, se ainda à pouco estávamos em Kirgakure?
- À pouco? Estás a dormir à 2 dias. – Respondeu Sophia encostada à janela, com o tronco coberto de ligaduras, tal como a perna esquerda, e parte da cara a cobrir o olho esquerdo.
- À dois dias? Bolas, tanto tempo. Mas que raio aconteceu?
- Não te lembras de nada?
- Só de recuperar a alma, etc.
- Bem, após atacares Ace, o ataque provocou o desmoronamento da caverna, e tivemos de sair à pressa, perdemos pista dos demais, e após sairmos da gruta, só nós os quatro nos encontrávamos à superfície do mar, e em terra também não vi ninguém.
- Espera ai! Quarto? Mas nós não éramos só três?
- Eram, mas eu decidi acompanhar-vos. - Ankuko saia da casa de banho do quarto de Vitan, deixando Vitan espantado pela presença de um inimigo.
- Mas o que é que este faz aqui? – Perguntou Vitan, tentando alcançar a inexistente bolsa de Kunais da sua perna.
- Tem calma Vitan, ele está aqui por bons motivos. – Respondeu Hiagushi.
- Bons motivos? Como?
- Eu explico:
Flashback!
Quando no torneio Gennin eu lutei contra Kiba, arriscando a minha própria vida, todos deram a minha vida como acabada, devido ás enormes quantidades de sangue perdidas no último ataque que desferi. Mas não havia morrido, simplesmente um meu corpo entrou num processo de auto-sustentação, ou seja, diminui os meus batimentos cardíacos e reservei o meu sangue apenas aos órgãos vitais, para assim me manter vivo. O meu tio, desconfiado que eu não havia morrido, enviou alguém para me raptar.
Após me ter no seu poder, ele aplicou-me um Jutsu de substituição de memória, apagando assim todo o meu passado, e substituindo-o com memória falsas. Foi então que um dia, enquanto andava por Konohagakure, cruzei-me com uma rapariga que me parecia familiar, era Yuki, a minha antiga colega de equipa, havia partido para Konohagakure à minha procura, foi então que Yuki confirmou as minhas suspeitas, eu havia sofrido de dores de cabeça intensas, e nos meus sonhos vários momentos da minha vida revelavam-se cada vez com maior intensidade, Yuki explicou-me o que havia acontecido, e quem eu realmente era. Após Yuki me confirmar que as minhas visões eram verdadeiras, decidi investigar por mim próprio se era verdade o que ela dizia. Foi então, que numa conversa entre Antetsu e Kuja, descobri que Yuki falava verdade, eles falavam que, o efeito do Jutsu começava a enfraquecer, e que teriam de repetir o Jutsu. Foi então que percebei que as visões eram mesmo verdade, e que aqueles que se faziam passar por meus amigos, apenas me estavam a usar.
- E o que é que isso tem a ver com, teres vindo connosco? – Perguntou Vitan, ainda desconfiado.
- Eu apenas comecei a recordar o passado quando te enfrentei em Tanigakure, a tua maneira de viver, de ver as coisas pelo lado positivo, fizeste-me lembrar como eu era, fizeste-me lembrar de quem eu sou, e por isso estou-te grato. Mas não estou aqui por causa disso, simplesmente, não é seguro para mim continuar em Konohagakure, e por outro lado, não quero enfrentar as pessoas de Suna de novo, este é um novo começo para mim, e o senhor Hiagushi aceitou-me com o seu aluno, então é por isso que me juntei a vocês.
- Percebo, estão tu não és aqueles pessoa fria e insensível que aparentavas ser?
- Não, muito pelo contrário, sou uma pessoa bastante bem humorada. – Respondeu Vitan, sorrindo.
- Então, bem-vindo a Kumogakure. – Respondeu Vitan, esticando a mão a Ankuko, que retribuiu o gesto.
I´m back!