Warning:
O texto que se segue levou uma imersão de echiiness antes de vir aqui parar, so... Gente com problemas cardíacos (exagero oO’), menores de 18, maiores de 59 ou com menos aptência para temas eróticos, por favor fechem a janela, retrocedam ou prossigam para o fórum sem caírem na tentação do scroll down. A autora agradece a compreensão x)
Para aqueles que vão prosseguir: get ready for some solo action >D
A~hem... TIXA, THIS ONE IS FOR YOU BABEh 8D
Nota: Este texto integra-se na semana de pausa entre a 2ª e 3ª fase do exame.

Yuu sentiu o corpo contrair-se violentamente assim que uma corrente de água gelada escorreu pela sua pele, invadindo-lhe cada junta com uma intensidade impiedosa. Num espaço de 3 segundos (que a ela lhe pareceram uma eternidade), o jacto de água que caía sobre os seus longos cabelos começou lentamente a aquecer, tornando-se mais suportável. Passou a mão pelo rosto num movimento descendente, procurando livrar-se do excesso de líquido gélido que ainda lá se encontrava. Não conseguiu evitar um suspiro de alívio à medida que se via livre da sujidade e cansaço deixados pela Floresta da Morte no seu corpo dorido. Passou a mão pelo espaço compreendido entre o seu ombro e cotovelo direitos, sentindo com as pontas dos seus dedos um alto que por lá se encontrava na forma de uma linha ligeiramente curvada. A primeira memória física do Exame Chuunin que iria levar consigo para casa: um ferimento causado pelo rapaz que defrontara na 2ª fase, Hanamaru. Por um lado teve pena por não o ter conhecido noutras circunstâncias. Ter-lhe-ia dado muito jeito treinar com alguém como ele, tendo em conta que o rapaz usava uma modalidade de genjutsu muito próxima à que ela começava a desenvolver...
Passou os dedos por entre os cabelos lentamente, permitindo assim à água penetrar por entre eles mais facilmente. Inspirou profundamente, afogando os alvéolos dos seus pulmões com o vapor quente que pairava pelo ar. Massajou a cabeça por momentos, fechando os olhos com deleite enquanto o fazia. Sentia que o seu corpo estava imerso numa enorme quantidade de tensão, e aquele simples gesto aliviava-a ligeiramente. Pelo menos a leve pressão que sentira na parte frontal do crânio começava a diminuir aos poucos. Deixou as suas mãos moverem-se delicadamente para perto da nuca, atrás das orelhas, e por fim deixou-as cair para a base do pescoço, sempre com movimentos calmos, serenos e incalculados. Ao tocar o pescoço, por alguma razão que lhe era perfeitamente alheia, acabou por lhe vir parar à primeira linha de pensamentos o cachecol do seu avô. Relembrou-se do que havia feito com ele, e não conseguia ainda perceber porque o fizera.
Havia-se desprendido de um objecto que lhe era tão querido com uma facilidade que ainda agora lhe parecia ridícula. Se era verdade que, enquanto Tenjouno, não se deveria apegar demasiado aos bens físicos, também era verdade o quanto aquele cachecol representava para ela. Não era um mero acessório ou um objecto sem qualquer valor. Era o último objecto que pertencera ao seu avô, praticamente a única pessoa que realmente a tratara como ela merecia, como a simples humana que era. Era a última memória que possuía dele, o último pedaço de vida morta que restava dele. E desfazer-se assim de tal valor foi algo que ela nunca antes havia considerado, nem nos seus momentos mais insanos.
Porque é que o fiz? O seu subconsciente não pudera evitá-lo. Ao ver aquele rapaz tão abatido, tão frágil como ele se mostrara enquanto sentado no chão... Ela simplesmente não teria conseguido suportar tal visão sem intervir nela. E a ferida que lhe fora perpetuada no braço... Provavelmente nunca mais se esqueceria dela. Até para ela, que estava habituada a analisar as enormes feridas saradas do seu avô, tal marca havia sido algo chocante. Parecera-lhe resultado de um golpe demasiado profundo, e tinha um aspecto bastante doloroso. As terminações daquela marca relembravam-na de uma Primavera há vários anos atrás, em que se atrevera a arrancar algumas plantas desconhecidas do jardim das traseiras da casa onde costumava viver. As raízes dessas plantas pareciam ter sido estampadas no braço daquele rapaz. Provavelmente havia sido isso que a levara a tomar a decisão de se desfazer do seu bem mais precioso. Uma tentativa frustrada de tentar aliviar a dor que trespassava o rosto dele, por muito infortuita que fosse essa mesma tentativa.
A jovem kunoichi tinha um dos seus braços esticados, apoiando a mão desse mesmo membro contra a parede enquanto a água continuava a escorrer pelo seu corpo exausto. Aos poucos apoiou a sua cabeça no braço, semicerrando os olhos com deleite enquanto a àgua aquecia o seu corpo lentamente. Deu por si a pensar ainda nele. Apesar de toda a compaixão que a percorrera assim que o vira, houve também algo que a intrigou profundamente. Havia algo nele, algo que ela não conseguia discernir com clareza ou compreender. Apenas tivera tal sensação uma vez na vida, e tal acontecera quando se havia deparado com a velha de Kumogakure que ainda hoje a assombrava ocasionalmente. Lembrava-se do quanto a arrepiara a presença daquela mulher no escritório do Raikage, aquela mulher que apenas ela conseguira ver... E a aura (se é que lhe podia chamar tal coisa) que tal velha lhe transmitira era a exacta aura que sentira naquele rapaz. De forma ligeiramente diferente, um pouco mais ténue e algo disfarçada, mas estava lá.
Enquanto tentava encontrar algum sentido de tudo aquilo, uma nova dúvida assaltou-lhe os pensamentos. Voltou a assombrá-la a ferida no braço daquele rapaz de cabelos negros despenteados, e assaltou-a a certeza de que uma marca daquelas não poderia ser uma lesão isolada: o que quer que tivesse feito tal dano teria, certamente, danificado também outros locais do corpo dele. Tentou imaginar o modo como ele arranjara tal marca. Pensou numa katana a abrir caminho entre o braço e peito do rapaz, e imediatamente sentiu um arrepio percorrer a sua espinha ao pensar em tal coisa. Que sadista que esta cabeça se está a tornar...
Aos poucos arrependia-se por não ter prolongado um pouco mais a conversa entre eles, amaldiçoando silenciosa e inconscientemente os exames que a haviam feito apressar o curto contacto de ambos. A curiosidade amontoava-se na sua mente, tão persistente como camadas de tinta seca amontoadas no tampo velho de uma mesa. Gostaria de lhe ter perguntado onde arranjara tal ferimento, como o obtivera... Mas talvez ele tomasse isso como abelhice a mais? Ou se sentisse mesmo insultado pela curiosidade dela? Yuu deixou um suspiro frustrado soltar-se-lhe dos lábios entreabertos. O líquido quente que ainda escorria sobre si tivera o efeito desejado, e a jovem encontrava-se já tão mole que sentia que, se não estivesse em pé, já teria adormecido.
Em tais condições era-lhe mais fácil deixar os seus pensamentos fluir: mas era também mais complicado controlar aquilo que lhe vinha à cabeça.
Já ligeiramente cansada permitiu que o seu braço se dobrasse, deixando-se encostar parcialmente contra a parede. Já sentia as pálpebras ganharem vida própria, tentando aprisionar o seu olhar no interior e imergi-la no sono. A sua imaginação continuava a prender-se ao mesmo, ainda que, se estivesse no seu ‘estado normal’, provavelmente não se tivesse dado ao luxo de dedicar tanta da sua massa cerebral a uma só pessoa e durante tanto tempo. Recordando a conversa que tivera com ele, havia tanta coisa que ficara por dizer, e tanto que se arrependera de ter dito... Provavelmente nunca se teria rendido à ousadia de lhe levantar os panejamentos que encobriam a enorme cicatriz, para começar. Nunca deveria ter deixado a sua curiosidade falar tão alto e deixado-se levar por uma reacção tão pouco inteligente. Pelo menos era o que lhe ocorria naquele preciso momento de impassividade.
Fechou os olhos por momentos, inspirando e expirando profundamente como se tentasse livrar-se de um qualquer demónio interior. No entanto, não era um demónio que agora a prendia nas suas garras: pelo menos, a sensação que borbulhava no seu interior não era, de todo, desagradável. Deixou as suas costas colarem-se à parede com um movimento fraco e pouco audacioso. A água, que continuava a fluir sem contenções, parecia ficar ligeiramente mais fria que antes. Ou seria o seu corpo que estava a ficar mais quente? De uma coisa só ela tinha a certeza: a atmosfera estava definitivamente mais pesada. E os seus músculos, aos poucos, pareciam acordar da dormência em que se haviam emergido até ali.
Já completamente impotente em relação ao que se passeava na sua cabeça, os pensamentos de Yuu ficavam mais e mais ousados. Inquirira-se anteriormente sobre a possibilidade de aquele rapaz possuir uma cicatriz no peito, e imaginava agora um cenário em que, mimicando a audácia que tivera com as mangas durante a sua breve conversação, lhe levantava lentamente o tecido que lhe cobria o tronco de modo a verificar a existência de eventuais marcas. Imaginou-se a percorrer o peito dele com as pontas dos dedos de modo suave e cauteloso, analisando cada centímetro de pele, absorvendo cada forma que tocava, e enquanto o imaginava deixou a sua mão pousar-se no seu ombro numa carícia despropositada. Tentava imaginar os sons, os suspiros que se libertariam dos lábios dele. Sentiu o seu corpo arrepiar-se numa onda de calor assim que imaginou as mãos dele a treparem-lhe pelos braços, acariciando-a de forma intensa e algo provocadora, puxando-a para mais perto de um tronco agora desnudo…
Yuu já podia sentir as suas pernas tremerem ligeiramente, provavelmente derivado às novas sensações que a invadiam sem pudores. Farta de tentar manter-se em pé deixou as suas costas caírem pela parede, acabando por ficar sentada enquanto as milhentas gotas de água morna provenientes do chuveiro continuavam a embater-se violentamente contra a sua cabeça. Já embebida numa onda de pensamentos que nunca antes havia tido e sensações que nunca antes a haviam invadido, a jovem kunoichi deixou uma das suas mãos cair sobre uma das suas pernas, enquanto a outra, que até então se encontrara no seu pescoço, começava a escorregar num movimento descendente pelo tronco. Conseguia já sentir que a água se encontrava um pouco mais fria que antes.
Deixou a sua cabeça pressionar-se mais contra a parede, levantando os olhos para o tecto e mantendo-os fechados. Tocou-se delicadamente e a medo, com a mesma hesitação de um caminhante que se aventura por terras desconhecidas e experimenta os terrenos cautelosamente antes de os percorrer. Sentiu um som leve e suave formar-se no fundo da sua garganta, uma espécie de gemido mudo, enquanto todo o seu corpo se concentrava no início de uma qualquer espécie de êxtase. Foi quando um gemido autêntico se soltou da sua boa (e quando a água a assaltou com uma gelidez próxima da inicial) que Yuu se deu conta daquilo que estava a fazer. Comprimiu as costas com força contra a parede, não sabendo bem o que fazer ou como reagir.
-Gah... - O ruído de frustração que se soltou do fundo da garganta da rapariga foi expressado numa espécie de reflexo enraivecido, em que Yuu cravou o seu punho fechado com bastante força contra os azulejos da parede.
Estava furiosa consigo própria por não ter conseguido controlar os seus instintos, desapontada por se ter submetido a uma vontade tão irracional sem conseguir agir contra ela. Deixou a sua mão descolar-se da parede sem sequer olhar para ela, nem sequer reparando nos danos que causara ao delicado azulejo. Em menos de 5 minutos terminou o banho e despachou-se para fora da banheira, como se fugisse de um local assombrado.
De volta à divisão que lhe estava reservada, Yuu abriu um pouco mais a janela e sentou-se no parapeito da mesma. Ainda sentia o rosto quente e o corpo trémulo, resultados da sua ‘terrível’ experiência no chuveiro. Enquanto a brisa amena de Konoha invadia as suas narinas com uma frescura argilosa, Yuu sentiu os olhos semicerrarem-se com cansaço. A noite estava bastante agradável e, não fosse a proximidade da 3ª fase dos exames, a jovem kunoichi ter-se-ia dado ao luxo de divagar pelos recantos da vila noite adentro. Aconchegou o seu peito agora gélido com o tecido do kimono simples que usava para encobrir o corpo, chegando as sobras do tecido para perto do pescoço.
Enquanto fixava a lua, quase indistinta no firmamento, não conseguia evitar uma nova torrente de pensamentos. Itari Gasaka... Havia definitivamente algo nele que mexia com ela de modo muito profundo. Faltava apenas descobrir o quê. Enquanto enrolava pequenas madeixas de cabelo húmido nos seus dedos, Yuu tentava tirar algum sentido de tudo aquilo. No todo, e pensando bem no assunto, era insano e não fazia sentido nenhum. Apenas o vira uma vez caramba! Uma única e mísera vez, em que nem uma conversa decente conseguiram estruturar! Para ele a afectar daquele modo... Tinha de haver algo mais.
Já com os neurónios embalados numa massa sonolenta, Yuu considerou hipóteses como tóxinas, algum tipo de hormona, ou algo que ele pudesse ter utilizado para desregular o seu organismo. O cachecol, o banho... Era a única explicação lógica. Voltou a fixar a lua mais uma vez, mal se dando conta de que o fazia: ou do que dizia.
-Itari... Que andará ele a fazer?