PLANEAMENTO
- ...narokoto. - Disse Oshitake ao ouvir o relatório dos acontecimentos comunicado por Kangeki Yashimiro. Depois ficou em silencio por alguns segundos enquanto todos os restantes que estavam sentados à mesa o olhavam. Tokiyasu abriu a boca preparado para falar, mas Oshitake foi mais rápido. - Temos que agir. Kattomy Mai parece ser alguém com mais capacidades do que alguma vez imaginei que pudesse ter, mas precisa de um treino especial. Nós evidentemente não lhe podemos dar esse treino em Kirigakure no Sato.
- Também não convém muito que nos ausentemos deste local. - Interveio então Wohatsuse Tokiyasu.
- Eu sei...
- Tenho uma ideia! - Exclamou Yashimiro. Mai ficou olhando para ele. Continuava a achar um pouco inconfortável a forma como eles diziam o que ela tinha que fazer, mas até que os compreendia de certa forma. De facto não estava ao nível deles. - Supostamente Kattomy Mai esteve hoje em minha casa. Então, tivemos hoje uma conversa sobre uma viagem, umas férias, férias que há muito confesso desejar pedir ao Mizukage como jogada para ter algum tempo extra, e dessa forma, convidava-a a vir!
Kattomy Mai arregalou os olhos e os restantes ficaram pensativos. Parecia ser a ideia ideal. Sem sombra de dúvidas, os restantes mostraram-se em concordância.
- Ok. - Dizia-lhe Oshitake. - Tu que tens o previlégio de te encontrar nessa situação, trata disso.
- Tratarei pois!
- E já agora lembro o que supostamente já sabes e não deves esquecer... - Kangeki yashimiro sorriu como que adivinhando o que ele iria dizer, - assim que tiveres uma oportunidade...
- Eh, eu sei, não me esqueço e estou sempre atento. No entanto Okashii é um géneo e só tenho conseguido estar com ele frente-a-frente. Dessa forma nunca teria qualquer hipótese. Ele é bem mais poderoso que eu.
- Eu sei. Não faz mal, um dia eu mesmo irei poder tratar disso. Ele a mim não me consegue matar...
Logo depois todos se levantaram em simultâneo.
- Ore!? - Interrogou-se a Mai lembrando-se. - Kamu-san, onde estão as minhas outras roupas?
Como resposta ele apontou para uma divisória escura do outro lado de uma entrada que mais parecia um grande buraco de topo circular, aparentemente criado por força bruta, talvez com um golpe ou jutsu na parede. Mai entrou. Estava escuro, mas olhando em volta viu uma vela apagada à sua direita juntamente com alguns fósferos. Acendeu um e levou-o à vela. A sala iluminou-se com a pouca mas suficiente luz. Seis camas simples, três de cada lado, só com o colchão e alguns lençóis. Em cima de uma delas, Kattomy Mai viu o seu robe azulado. Olhou para a entrada, não viu ninguém, concerteza iriam respeitar a sua privacidade. Começou-se a despir. Já com o robe branco que Kamu ofereceu caído pela cintura, nua daí para cima, ela deu um salto quando uma voz falou atrás de si.
- Que estás a fazer? - Era Yashimiro Kangeki. Corada com vergonha, puxou o robe para os seus ombros e tapou o peito.
- Hã!? Como assim!? - Perguntou ela coçando a cabeça, vermelha como um pimento.
- Porque trocas de roupa?
- Então, para que os meus pais não desconfiem...
- Bah! Mas agora não te posso oferecer uma prenda é!?
Mai ficou ainda mais embaraçada por não ter pensado nisso antes. De facto, não tinha mal nenhum se ela fosse vestida com aquela roupa.
- Verdade, gomenasai.
- Vah, arranja-te lá, pega nas tuas vestes e vamos embora, tenho que te levar a casa.
- Wakarimashta...
- Já agora...
- Huh!?
- Não tenhas problemas em despir-te. Masako faz o mesmo à nossa frente sem qualquer problema. Sei que supostamente ainda és uma miúda, mas convém que deixes de o ser... Temos problemas sérios que devem ser lidados com maturidade, não precisamos minimamente de atitudes infantis.
Kattomy Mai engoliu em seco. Não sabia ao certo o que pensar de tudo aquilo, mas não podia dizer que se sentia muito confortável...
Uma vez pronta, afastou-se do local com Kangeki Yashimiro. Agradeceu novamente a Narihime Kamu pelas novas roupas, mas sempre lembrando-se que supostamente seria um presente de Yashimiro.
- Mai. - Chamou ele enquanto caminhavam.
- Sim?
- Agora sabes a nossa localização. Se a divulgas, morres. - Ela engoliu novamente em seco. - Nunca venhas cá sem ordem para tal. Se acontecer teres que vir até cá sozinha, deves ter a certeza que não és seguida, caso contrário terás que matar quem te segue, seja ele teu sensei, ou até mesmo o teu pai ou a tua mãe... Ninguém, repito, ninguém pode saber desta localização ou as nossas tentativas de renovar o sistema de Kirigakure irão por água abaixo.
Um pouco arrepiada, a rapariga agitou afirmativamente com a cabeça:
- Sim... entendi... - depois tentou recompor-se. Pensou em todos os motivos porque ali estava. Concordava com tudo. Tinha que se manter firme e séria. Este era o caminho que ela escolhera. A sua expressão mudou e isso aliviou um pouco Yashimiro Kangeki que a observava com o olho fransido enquanto lhe falava.
- Estamos então entendidos. Assim que resolver a situação com Okashii-sama, irei a tua casa para te fazer o convite. Por agora tudo se mantem normal e nada do que aconteceu... aconteceu. Não sabes nada da Chirudoren e, mesmo se Mitsuo Kosuke falar da vingança relativa ao seu ex-companheiro Katsuya, controla-te e não faças qualquer revelação ou estará tudo estragado. É essa a enorme responsabilidade de se ser um shinobi de Kirigakure envolvido num manto Nukenin. E eu sei isso melhor que ninguém...
Ela olhou-o e voltou a olhar em frente. Cada vez melhor compreendia a situação. Ela hoje, ainda genin, era já membro dos famosos 7 Espadachins da Névoa, conhecidos em todos os cantos do mundo shinobi. Apesar de ser pensado que a união de shinobis que formou os 7 originais ter definitivamente terminado, ela mantém-se e agora Kattomy Mai faz parte dela. Além disso, tal como Kangei Yashimiro mencionou, a maior parte dos espadachins actuais são Nukenins, ninjas que fujiram ou foram expulsos de suas vilas e, estando com eles, corria assim o risco de que lhe acontecesse o mesmo.