“ Por vezes um acto tão inocente e simples traz consequências perigosas, algo que parece tão normal torna-se em algo perigoso e complicado. As coisas por vezes tem muito mais valor que aquele que lhe damos, por vezes até demais… por vezes é tarde de mais quando nos apercebemos disso…”
Após receber a merecida recompensa da missão sai do gabinete do Raikage satisfeito pela minha primeira renumeração. Guardei o dinheiro dentro do casaco e dirigi-me para o exterior. Estava um dia agradável, as nuvens criavam uma ligeira neblina que envolvia a cidade e a temperatura amena criava uma atmosfera excepcional. Mal cheguei a casa anunciei a minha chegada vitoriosa da missão para alegria dos meus pais.
- Finalmente voltaste, estávamos aterrados, devias ter avisado que ias em missão! – A minha mão saltou na minha direcção abraçando-me, lágrimas começaram a cair-lhe pelos olhos. Sempre me perguntei como é que era possível a minha mãe ter sido uma máquina assassina e sedenta de guerra e luta… um coração mole como era… impossível.
- Mãe já chega, eu estou bem, nem sequer estou ferido nem nada. – Tentava eu acalma-la e tentando fugir ás mandíbulas de um abraço apertado.
- Foste irresponsável Kosshi, devias ter-nos avisado. – Ralhou o meu pai.
- Nada de mal se passou, era uma missão de Rank D, eu não andei propriamente a perseguir e assassinar Nukennins. – O meu pai fez uma breve pausa.
- Talvez tenhas razão… mas par a próxima avisa-nos, ok?
- Ok pai, fica descansado. – Dito isto, retirei-me para o meu quarto, sentei-me na cama e peguei no Crânio que tinha escondido dentro do casaco.
- De onde é que apareces-te? Ou melhor, de quem é que pertences… pergunta estranha, eu estou praticamente a perguntar a quem pertences, a quem tu pertences, um paradoxo interessante… e confuso, mas acho que é esse o objectivo de um paradoxo, pois tu és tu, o teu Crânio pertence-te a ti, logo tu és o Crânio, logo tu pertences a ti próprio… afff… esquece. Mas diz-me lá porque andavas ali enterrado no meio do nada? Será que és algum tipo de ninja ancestral que caiu em combate e foi corroído e esquecido à medida que afundava pelas entranhas da terra? Ou será que és um ancestral milenar? Ou simplesmente alguém completamente normal que… não fala com Crânios… eu sou esquisito… porque raio estou aqui a falar contigo?... Com um Crânio, quero dizer com um Crânio. – Comecei a duvidar da minha sanidade mental naquele momento, eu estava a falar com um Crânio… coloquei o Crânio em cima da mesa de cabeceira, mas escorregou-me da mão e acabou por bater no bico da cabeceira e cair no chão, mal bateu no chão vários pedaços do Crânio espalharam-se pelo chão.
- Não, não, não, pera ai… - Peguei no Crânio mas reparei que este estava completo, mas que parecia coberto por uma espécie de pó de osso. – Pera ai… este Crânio não é feito de osso. – Fui buscar uma faca à cozinha e lentamente, quase como se fosse um ovo, comecei a dar pequenos toques no Crânio e este começou a desfazer-se, pequenos fragmentos de osso soltavam-se do Crânio revelando o verdadeiro material do Crânio. – Parece feito de gesso, ou algum material parecido… mas porque raio estava coberto em osso? Parecia que estavam a querer esconder a verdadeira origem do Crânio…
- Porque raio cobriram o Crânio com osso verdadeiro? E que material é este? É praticamente igual ao osso, mas parece ter uma espécie de brilho metálico… mas também não parece metal… provavelmente algum tipo de bijutaria gótica ou algo de género, talvez um candeeiro ou uma caneca… não, não fazia grande sentido ser uma caneca… diz-me lá, o que és tu feito? Lá tou eu a falar com um Crânio… dou comigo em doido.
Voltei para o quarto e coloquei o Crânio dentro de uma gaveta da secretária, fechei à chave não fosse a minha mãe dar volta às gavetas e encontrar um Crânio e pensar que era alguma espécie de Serial Killer. Dei um salto ao ouvir alguém a bater à minha porta.
- Sim? – Perguntei em sobressalto.
- Kosshi queres ir treinar? – Perguntou o meu pai do outro lado.
- Pode ser, vou já. – Fechei a gaveta e sai ao encontro do meu pai.
[Depois do Treino]
Já era tarde e o sol já se punha quando chegamos a casa.
- Chegámos, mãe o que é o jantar? – Não houve resposta. – Mãe, que é o jantar? Tás ai?
Entrei na cozinha esperando encontrar a minha mãe a fazer o jantar mas deparei-me com ela caída no chão da cozinha com um golpe na nuca.
- Mãe, mãe, que aconteceu, estás bem? – Mal me aproximei dela reparei que estava inconsciente. – Mas que se passou aqui? – As gavetas estavam todas semi aberta e completamente reviradas do avesso, lembrei-me de imediato de ir ao quarto. Mal entrei no quarto vi a janela aberta e o quarto todo desarrumado.
- Raios, será que… - Corri para a gaveta fechada, era a única que não estava aberta, provavelmente não lhe havia dado tempo de revistar tudo… abri a gaveta e respirei de alívio ao ver que o Crânio ainda ali estava, será que tudo isto havia sido por causa do Crânio…