- Citação :
- “- A tentativa de assassinato ontem à Daymio não correu como esperavam e para proteger-mos a majestade temos de vos expulsar, seus bandidos.”
“- Dêem-se por sortudos, eu queria-vos estripar mas a Daymio Haruna é muito bondosa.”
Os dois guardas partiram, deixando os quatros shinobis amarrados, deitados no chão. Quando a carroça desapareceu no horizonte envolta pelas árvores da floresta, Taka depressa se libertou das cordas frouxas e começou a desapertar as dos seus alunos.
Seirei - Você conseguia soltar-se? Podíamos ter dado um excerto de pancada naqueles dois, em vez de estarmos a ouvi-los dizer baboseiras enquanto nos traziam para cá! - Taka tirara as cordas que prendiam Miya, passando para Nagatsu.
Taka - Baka Seirei... Se atacássemos os guardas, estaríamos a corresponder às suas suspeitas. Que eu saiba nenhum de nós atacou a Daimyo, ou atacou? - Nenhum dos três respondeu. - Bem me parecia. Ao atacarmos aquele par de parvos, era o mesmo que dizermos que eramos culpados. Não podem pensar apenas em vocês, afinal vocês representam uma vila, que por sua vez representa um país! Só o facto de três gennins de Kumogakure terem tentado matar a Daimyo, pode provocar distúrbios entre o País da Natureza e o País do Trovão. - Os três estavam já soltos, sentados no chão a dar atenção à sua sensei. Pareciam ter voltado ao tempo da Academia e que estavam a levar um raspanete de um dos professores. - A nossa única escolha actual é voltarmos para Kumo o mais rápido possível.
Nagatsu - Mas e o Lord e a nossa missão?
Taka - Não temos outra hipótese... Por enquanto o Lord terá que ficar dentro da capital, sempre é mais seguro do que cá fora. Quando chegarmos a Kumo, avisamos o Raikage para enviar uma equipa nova para terminar a missão. Ou vocês têm alguma ideia para resolver o caso? - Os três gennins olharam-se entre si, a mesma ideia passava pelas suas cabeças...
Na Capital...
Vulto - Fizeram o que vos mandei? - O seu corpo era mascarado pela sombra daquela pequena sala de taberna. Falara para três homens que entravam em fila indiana, através da porta de madeira um pouco já velha e podre para o pequeno cubículo que a sala era. As suas paredes eram todas de pedra, sem qualquer ornamento, sendo a sequência de pedras apenas interrompida por uma janela e sua armação de metal.
Chefe - Tudo como pediu. Agora só falta o pagamento. - O mais carrancudo dos três fechava a porta atrás de si. - Ou isso ou vamos ter problemas...
Vulto - Claro que vos pagarei! Ora, aqui está o vosso dinheiro. - Estendeu a mão mostrando um braço magro, envolto numa manga leve e envolvente, que segurava um grosso saco de pele castanho. Chocalhou o saco à frente dos três homens para fazer soar as moedas e depois lançou-o ao chefe do trio.
Chefe - Eh eh! Hoje comemos e bebemos do bom e do melhor! - Os três reuniram-se em volta do saco e abriram-no. Ao correr das linhas, o saco abriu-se e três pequenas e esguias cobras irrompiam do seu contentor e prendiam-se aos pescoços de cada um deles. Demorou pouco a tanto o veneno das cobras, como a pressão exercida na garganta dos homens os fazer cair com os seus olhos revirados.
Vulto - Só me dá trabalho aquele Aseki... - As três cobras serpentearam pelo chão de pedra até ao seu dono e entraram pelos pés nas calças deste, até desaparecerem de novo. O rapaz baixava-se agora, mostrando o seu cabelo espetado cinza e um lenço escarlate que lhe tapava toda a cara do nariz para baixo. Levou a mão a um bolso das suas calças largas e retirou três pequenos pergaminhos.
O Festival decorria como normalmente, o anoitecer avizinhava-se e as pessoas voltavam a preparar mais uma noite de festa, dança e alegria. Entre toda a multidão que percorria a vila, um homem quase todo careca, à excepção de uma pequena porção de cabelo que mantivera grande para fazer um penteado mais "cool", enfiava-se entre a população. "Está quase na hora!", o homem pensativo olhava para o céu já entre o amarelo e o vermelho. Mal o sol se pôs, dando azo à escuridão da noite, o homem desapareceu num shunshin.
Aseki - Que comece a diversão! - Fazia variadas sequências de selos, nunca parando, mantendo uma concentração impecável e imperturbável. Atrás de si, pequenos gritos de espanto e horror começavam a ecoar, indo contra a alegria da música que se ouvia pela vila. Por toda a vila bolas de fogo e electricidade saíam disparadas do chão, das paredes e até das próprias casas. Ao mesmo tempo, ventos fortes percorriam todas as ruas, como se fossem o resultado da ira de algum Deus caído. Pilares de terra emergiam, destruindo as barracas, impalando algumas das pessoas e até destruindo parcialmente as casas dos habitantes. Para completar o cenário de destruição, dos portões da vila, pequenas fontes de água apareciam nos seus muros supostamente protectores, juntando-se e criando várias enchentes que levavam tanto os vivos como os mortos, inundando aquela, que à dois minutos antes era uma sossegada e alegre vila.
Floresta, onde a Equipa 12 está...
Taka - Então? Já não têm língua? - Os três entreolharam-se uma última vez e Nagatsu engoliu em seco.
Nagatsu - Nós queremos lá voltar! Em jogo está a nossa honra como shinobis e a imagem dos ninjas de Kumo. Além disso, se nos tramaram, não pode ter sido por bons motivos. - A sensei sorriu de leve. - Nós os três estamos preparados para tentar invadir a capital, só queremos saber uma coisa.
Taka - E o que é?
Miya - Você vai avisar Kumo, ou ajudar-nos Taka-sensei? - A mulher fez o sorriso desaparecer da sua cara. Notava-se que estava a pensar sobre o que havia de fazer, indecisa sobre o que dever para a sua vila ou acabar a sua missão como um shinobi. Fez um selo e um clone apareceu a seu lado.
Taka - Tu vais a Kumo, avisas o Raikage sobre o que aconteceu. E nós... Nós vamos acabar o que começámos.
As duas Takas separaram-se, indo em diferentes direcções e com diferentes objectivos. A equipa correu pela floresta que com a noite ganhou uma imagem perturbadora e demente. Ao longe viam o que lhes pareciam ser vários clarões de luz, interrompiam a noite num ciclo interminável faziam os quatro preocupar-se com o que se passava. Ao chegarem aos enormes muros de rocha, repararam na escassa vigilância que estava a ser posta. Ouviam pequenos gritos de socorro vindos do outro lado, sabiam que tinham que se despachar.
Seirei - Ideias para subir? - Estavam escondidos entre as flores daquele enorme campo. No cimo do muro, um guarda mantinha o seu posto de vigilância, alheio ao clima de destruição dentro da vila.
Nagatsu - Eu tenho... Eu vou distraí-lo e tu tratas de o imobilizar. Combinado?
Seirei - Ok, despacha-te. - Nagatsu fez uns selos e assim que se viu preparado lançou a sua ilusão sobre o guarda. Este sentia-se atingido por algo afiado no fundo das costas e virou-se para trás. - Cá vou eu! - O Nara correu pela parede acima, chegando ao topo, acertou com um Konoha Reppu, seguido de um Konoha Shofu mesmo no peito do guarda. A leve armadura ficou amassada da força dos golpes do Nara, que ao deixar o guarda cair no chão, o pôs inconsciente. Chegou-se à berma do muro, dando o sinal para o resto da equipa subir...
Ao chegarem ao topo, os quatro admiraram a vila da qual tinham sido expulsos. A destruição propagava-se por todo o seu território, pequenos incêncios já cobriam alguns dos maiores bairros, tempestades resultantes da combinação do vento e da água atormentavam a população, sem contar com os destroços dos edificios que ruíam a cada minuto.
Miya - O-O que se passa?