Filler 23 – As Memórias Voltaram
-----Desde que chegamos à vila com Surumo até o dia actual passou-se uma semana, semana gloriosa para mim. Ganhei um torneio, mas sobretudo a minha vitória frente a um Uchiha, certamente mais fraco que o Dri, mas eu também tinha melhorado imenso. Tinha sido de facto uma boa semana, não só para mim é claro, quando chegamos a casa de Surumo ele saltou-nos para cima aos berros que a memória lhe tinha voltado. Tão feliz que quase chorava, cantava e dançava pela casa. Quem também andava muito contente era o Monda, que tinha junto com Surumo visitado uma casa de meninas e pelos vistos elas eram bem gostosas, e baratas.
-----Num dia de manhã acordávamos prontos para partir, mas Surumo impediu-nos. Foi nos oferecido um pequeno almoço divinal, mas mais surpreendente que isso foi o sujeito que se sentara connosco. Era um vizinho de Surumo e muito amigo.
-----— Como estão? – Perguntou-nos o homem ao levantar-se repentinamente. – O meu nome é Momoki Akuchi, sou um amigo de infância aqui do velho Surumo.
-----— Muito prazer. – Disse-lhe esticando o braço à espera de um aperto de mão. A Taka e o Monda imitaram o meu gesto e palavras. Ai Taka, Taka, quando ela se debruçou sobre a mesa pude ver aquele lindo rabo que muitas vezes metera a mão para acariciar e apertar... O meu momento erótico-mental foi interrompido por Surumo.
-----— O Akuchi é um conhecedor a fundo da vila... – Surumo foi cortado pelo seu amigo.
-----— Como ouvi dizer que vocês ajudaram o meu bom amigo quando ele estava à beira da morte mesmo sem o conhecerem de lugar algum, vou-vos fazer uma visita pela vila... – Pausou como se nos aguardasse algo maior. - ...vão ver sítios divinais... – Acentuou a palavra divinais. - ...sitíos que nunca mostrei ao meu amigo Surumo.
-----— Que óptimo Akuchi-san, obrigado pela sua confiança antes de mais. – Disse o Monda contente, talvez estivesse a pensar em bordeis ou algo do tipo. – Mas nós temos de partir o mais rápido possível...
-----— Prometo que será apenas algumas horinhas, e não se vão arrepender. – Interrompeu Akuchi novamente.
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-----Ao fim da tarde estávamos a percorrer uma estrada de pedra de calçada quando Akuchi parou em frente a uma parede. Defronte havia um aro enorme, dentro do aro, pedra, e apenas pedra que dava seguimento ao muro normal. Quando pensamos que o aro ferrugente apenas emoldurava a fonte pequenina de água transparente e cristalana, Akuchi surpreendeu-nos ao bater com a mão esquerda. Nisto, a água deitada pela fonte voltava para trás entrando pelo canudo de onde saltava. Esse mesmo canudo também rompia a parede e a seguir a ele toda a fonte entrou pela parede, de seguida foram os tijolos cinza-escuros. De boca aberta vimos diante de nós uma passagem secreta abrir-se com as arestas delimitadas pelo aro de ferro envelhecido.
-----— Entrem. – Disse-nos Akuchi com o braço apontado para a entrada num gesto de cavalheirismo.
-----— Desculpe a curiosidade Akuchi-san, mas como como conseguiu abrir este portal?
-----— Sabes Nagatsu, aqui nesta vila nós não somos ninjas, mas somos seres humanos. Quero com isto dizer que tal como tu temos vasos de chakra, apenas não os conseguimos usar para produzir jutsus como vós.
-----— Isso não vos impede então de conseguir concentrar chakra por alguma parte do corpo? – Perguntou-lhe a Taka.
-----— Não impede nada, mesmo nada. Mas para se fazer isso aqui nesta vila sem instrução é meio complicado.
-----— Quer dizer que a parede reconheceu o seu chakra? – Perguntei-lhe enquanto avançávamos pelo túnel guiados por uma tocha quase a apagar-se, porém já era possível ver-se uma luz bem à frente.
-----— Isso mesmo Nagatsu. – Disse Akuchi-san. – Agora preparem-se para o que vão ver, vão ficar maravilhados.
-----Foi mesmo isso que nos aconteceu. Akuchi mostrou-nos um jardim que tratava há bastantes anos, uma beldade perdida naquela vila obscura. Umas escadas em socalcos de relva com pedras lisas acalcadas, como corrimões haviam sardinheiras plantadas delimitando os lados das escadas. Lá em baixo havia uma pequena cascata, toda ela rodeada por eras, as águas desta iam desaguar num pequeno lago cheio de nenunfares, onde havia um sapo a comer moscas. Procurei de onde vinha a agua da cascata e ao percorrer a torrente com a cabeça, olhei para o céu que parecia próprio desta dimensão, deste jardim tão cuidado e bonito. Ao aproximarmos-se do lago vimos que de um dos lados havia uma floresta de buchos altos com árvores de cerejeira.
-----— E é aqui onde muitas vezes medito, ou descanso em busca de paz. – Disse Akuchi, já voltando-se para as escadas. Nesse instante voltei para a Taka e para o espaço que nos rodeava, era lindo.
-----— Apetece-te? – Perguntei-lhe ao ouvido, dando um sopro excitante do seu ouvido. Nisto ela vira-se e dá-me um beijo atirando-me para a floresta de árvores de cerejeira.
-----— Desculpe Akuchi-san, eles são namorados.
-----— Ahahah, eu percebo-os já tive a idade deles.
-----— Que pena eu não ter namorada. – Disse o Monda.
-----— Vem comigo, conheço um bom sitio. – Disso Akuchi, pelos vistos Surumo e Akuchi tinham todos os mesmos desejos por bordeis, festas e orgias.
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-----O Monda desapareceu toda a tarde com Akuchi, eu e a Taka ficamos a... pronto... a fazer aquilo no belo jardim. Estas razões levaram-nos a ficar mais um dia na Vila Natal de Surumo. Acordei com a Taka a meu lado, desde o nosso reencontro que sempre dormia-mos juntos. Gosto tanto dela, se a perder não sei o que pode acontecer, espero que isso nunca aconteça. Enquanto dormia-mos Surumo invadiu-nos o quarto, a suar e alarmado, levantei-me logo, algo de muito mau se passava, ele gritava palavras que não faziam sentido e que eu ainda sonolento não conseguia decifrar. Agarrei-lhe o ombro, fi-lo acalmar-se e sentei-o numa cadeira que convenientemente se encontrava ali.
-----— Acalma-se, Surumo-san. O que se passou? – Ao fim de alguns segundos o homem acalmou-se mas logo desatou em lágrimas.
-----— Foi o Akuchi, desapareceu sem deixar qualquer rasto, ninguém sabe nada dele.
-----— Como assim ninguém sabe nada dele? Mas calma, ele desapareceu à pouco tempo, não deve ser nada de grava. – Disse a Taka para reconfortar Surumo-san.
-----— É grave pois, a acompanhante que seguia com ele pela noite disse que ele se enfiou num beco e depois de ouvir um grito nunca mais o ouviu.