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[Filler 5] Jardim de alfazema EJWNGUN
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[Filler 5] Jardim de alfazema EJWNGUN


E o ciclo da vida repete-se! As pacíficas vilas voltam a unir-se para combater um mal em comum. Vem conhecer o melhor e mais antigo role play de Naruto, totalmente em português.
 
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 [Filler 5] Jardim de alfazema

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Brufan

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Brufan

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MensagemAssunto: [Filler 5] Jardim de alfazema   [Filler 5] Jardim de alfazema Icon_minitimeDom 4 Out 2009 - 22:05

Jardim de alfazema

Depois de sair do gabinete do Mizukage e de se separar dos colegas da missão, começou a andar em direcção a casa. A chuva continuava a cair provocando-lhe um mau estar profundo. Alguma coisa se passa. Abanou freneticamente a cabeça. Pára de ser paranóica! Assim que chegou ao seu destino, sentiu o ritmo cardíaco acelarar.
A rapariga empurrou a porta da moradia - Cheguei!
Não obteve qualquer resposta. Franziu a testa antes de fechar a porta. A casa estava morbidamente silenciosa, fazendo com que o som da sua respiração se amplificasse. A loiça ainda não havia sido lavada e não havia panelas a fumegar no fogão. Cruzou a cozinha demoradamente antes de entrar na sala mergulhada na escuridão. Os cortinados estavam corridos, impedindo qualquer brecha de luz de entrar na divisão, e o livro que o seu pai estava a ler, permanecia descuidadamente aberto em cima do tapete.
- Oka-san! Oto-san! – chamou, num tom de voz ansioso. Apanhou o livro de capa clara e pousou-o na mesa.
O som de passos, que não os seus, fez-se finalmente ouvir. Viu a mãe entrar na sala, fazendo com que libertasse o ar que não se lembrava de ter prendido nos pulmões. A expressão cansada da mulher não se alterou com o alívio da filha por a ver. Shinju mordeu o lábio inferior, sinónimo de uma batalha interna, que fez o estômago de Aruko revirar-se. Primeiro o pressentimento agonizante que a perseguira desde o final da missão, depois o estado pouco habitual da casa, e agora a hesitação da mãe.
- Oka-san? – questionou. A sua voz pareceu estridente aos seus ouvidos, tendo em conta o silêncio que as rodeava.
Ao fim de mais uns segundos de silenciosa reflexão, viu a mãe lançar-lhe um fraco sorriso e a estender a mão na sua direcção. – Preciso de falar contigo, Aruko-chan.

***********************

Asu ga kuru hazu no sora wo mite, mayou bakari no kokoro moteamashiteiru!!! O seu olhar permanecia perdido nas nuvens acima dele sentindo as gotas embaterem contra o seu rosto, ignorando as vozes que o rodeavam. Repetia a música vezes sem conta na sua cabeça, preservando o óptimo humor com que acordara. Acabara o treino há minutos atrás, e dirigia-se agora ao restaurante de sushi no centro da vila. A confusão do fim da tarde divertia-o de forma irracional, e Atsuko não fazia qualquer tentativa para o esconder.
O som dos seus passos na calçada de pedra juntou-se à confusa banda sonora que envolvia aquela parte da vila. Todos andavam de um lado para o outro em ritmo apressado, gritando ordens ou despedidas, em que alguns paravam para uma conversa trivial de dois minutos. Estava prestes a entrar no seu destino, quando viu do outro lado da rua, a loira desaparecer num beco formado por outros dois restaurantes, prestes a abrir.
Sem pensar duas vezes, deu meia volta e percorreu o mesmo caminho que ela. Saltou o muro que impedia a continuação do seu caminho, a tempo de vê-la virar à esquerda num ponto mais à frente. Mantendo uma distância segura para não ser visto, seguiu-a para fora da vila, durante o que lhe pareceu ser uns bons vinte minutos, tendo como companheiros o som da sua respiração e o chapinhar nas poças de água, causado pelos seus pés, até que ela parou em frente a uma casa.
A moradia de apenas um andar estava bastante degradada e o musgo já cobria parte da parede da frente. A rapariga entrou, fechando a porta de madeira maciça atrás de si, ao que ele aproveitou para se aproximar. As paredes eram compostas por pedras irregulares empilhadas descuidadamente, e as janelas eram tão escassas e pequenas, que ele tinha sérias dúvidas que ela conseguisse ver o que quer que fosse dentro da casa, utilizando apenas a luz natural. A porta de madeira estava completamente deslocada naquela imagem rústica. A cor escura da madeira estava impecavelmente detalhada com inscrições que ele não conseguia entender, assim como com metal a compor figuras delicadas.
Não queria acreditar que ela vivesse ali. Era demasiado… estranho. Expirou pesadamente, antes de deixar que os seus dedos embatessem com força contra a porta. Nenhum som escapou daquela casa, fazendo com que ele tentasse, de novo, obter a atenção da sua dona. Continuou a bater sem obter qualquer resposta.
- Abre a porta, Emi-chan. Eu sei que estás aí. – pediu, voltando a bater à porta.
Com um clique metálico, viu a porta mexer-se ligeiramente, de forma a deixar apenas uma brecha, que foi de imediato preenchida pelo rosto da loira.
- O que estás aqui a fazer? – perguntou secamente.
- Eu-
- Não devias estar aqui. – interrompeu friamente, fazendo o rapaz dar um passo atrás.
- Não precisas de ficar assim. Só queria saber se precisavas de alguma coisa. – defendeu-se, recebendo um olhar descrente da rapariga.
- Não preciso da tua ajuda nem da tua presença. – concluiu num tom de voz gélido, antes de fechar a porta com um estrondo.
Atsuko permaneceu a fitar a porta, incrédulo, antes de começar, devagar, o percurso de regresso ao centro da cidade. Quando o som distante de vozes o atingiu, deixou-se encostar à parede de uma casa e deslizou até ao chão. Mas o que raio é que acabou de acontecer?!

*******************
Há aqueles momentos em que nós ansiamos que alguém saia de trás de uma árvore com um cartaz a dizer “1º de Abril”. Este é um deles. O silêncio parecia asfixiá-la lentamente. A mãe fitava-a com um ar preocupado, como se esperasse que ela se desfizesse a qualquer momento.
- O pai? – questionou, admirando-se pela força da sua própria voz.
- Está no quarto. – informou, vendo a filha passar por si e entrar no quarto, sem nenhuma outra palavra.
A divisão estava mergulhada na escuridão, permitindo apenas que a morena visse o vulto do homem sentado à beira da cama. Conseguia sentir a onda de tristeza que emanava dele, que a atingiu como um murro no estômago. Isto é uma piada estúpida. Isto é uma piada estúpida.
- Podes adiar o treino de amanhã? – perguntou o homem num tom de voz fraco, deixando transparecer que estava à beira das lágrimas.
- Claro que sim.
- Óptimo.
Vendo que ele não conseguiria dizer mais nada, Aruko atravessou o quarto silenciosamente, sentando-se ao lado dele. Esforçando a sua vista ao máximo, conseguiu enxergar a expressão de dor no seu rosto, que a obrigou a desviar o olhar.
- Ela amava-te. Sabes disso, certo? – questionou ele, fazendo a morena acenar afirmativamente com a cabeça. – Óptimo. A casa fica para ti. É algo- Era algo que ela queria que aceitasses. – emendou, diminuindo o tom de voz a cada palavra.
Ela nada disse, limitando-se a olhar em frente. O braço do pai rodeou-lhe os ombros, numa tentativa de a reconfortar, antes de cair num choro que lhe encheu os ouvidos. Abraçou-o fortemente, sentindo a sua camisola abrigar as lágrimas do homem, cada uma queimando-a por dentro. Quando o choro finalmente cessou, a rapariga levantou-se e caminhou até ao seu próprio quarto. Fechou a porta com um suspiro pesado antes de se estender na cama. Tudo lhe era estranhamente irreal, como se tivesse caído num genjutsu que a mergulhara num pesadelo. Fechou os olhos com força, obrigando-se a adormecer. Talvez quando acordasse, o genjutsu tivesse desaparecido.

*****************************
Escovou o cabelo castanho lentamente, obrigando-o a ficar impecavelmente liso. O vestido negro contrastava de forma berrante com a sua pele alva, fazendo-a parecer um fantasma igual ao do seu livro preferido. Prendeu o cabelo com ganchos, ignorando os fios que teimavam em cair-lhe sobre o rosto e levantou-se, encarando o quarto arrumado sem realmente o ver. Passara as primeiras horas do dia a arrumar os documentos espalhados e a organizar fotografias, agora guardadas nos respectivos lugares.
Entrou na cozinha, vendo a mãe de vestido igualmente negro, limpar a mesa já impecável. Ao ouvi-la, Shinju largou o pano e correu para abraçar a rapariga que não esboçou qualquer reacção.
- Estás bem? – perguntou a mãe, num tom preocupado.
- Estou óptima. – afirmou friamente, saindo de casa, seguida por ela.
Para sua surpresa, Atsuko estava parado ao lado de Takuya, vestido de preto e com os olhos vermelhos pelas lágrimas. Os quatro caminharam lado a lado, sem tecer qualquer comentário. Ao chegarem perto do cemitério, o rapaz envolveu a mão da morena apertando-a ligeiramente, tentando demonstrar o seu apoio. Aruko libertou-se do gesto, surpreendendo-o, e liderou o grupo de quatro pessoas em direcção ao sítio onde três responsáveis pelo cemitério os esperavam.
Passou por vários túmulos, não prestando atenção a nenhum deles, até parar à frente do buraco na terra que esperava o caixão de braços abertos. Assim que os quatro se dispuseram à sua volta, os responsáveis pelo cemitério baixaram lentamente o caixão, pousando-o no fundo da cova.
O mais velho dos três homens pigarreou, atraindo a atenção de todos, excepto de Aruko, que mantinha o olhar fixo no caixão de madeira clara. – Hoje, o mundo perdeu mais do que um dos seus membros; perdeu um pouco da sua alma. Hoje, um anjo que o Senhor enviou, irá regressar aos céus, com o sentimento de dever cumprido.
«Adeus, Yoshikazu. Apesar de desapareceres da nossa vista, nunca desaparecerás dos nossos corações. Os teus ensinamentos e ideais manter-se-ão vivos através das pessoas que te continuarão a amar, até eles mesmos se juntarem a ti. – recitou o homem com uma voz grave, fazendo que Takuya recomeçasse a chorar.
Para estupefacção dos presentes, a morena virou as costas a todos, antes do discurso terminar, e caminhou na direcção da saída do cemitério. Ouviu a sua mãe chamá-la, mas parecia tão distante, que não tinha a certeza se era real. Tudo aquilo parecia tirado da vida de alguém que não era a sua. Era impossível que aquilo estivesse realmente a acontecer. A sua avó estava bem antes dela partir, e agora jazia dentro de um caixão. Era impossível, não fazia qualquer sentido.
Saiu do cemitério e percorreu as ruas da vila, que começavam a preencher-se com gente anónima no auge das suas vidas. À medida que o seu destino se aproximava, os seus passos ficavam cada vez mais rápidos, não se surpreendendo quando começou a correr desenfreadamente. Parou abruptamente, com a sua respiração extremamente ofegante, quando chegou à frente da casa onde passara dias intermináveis da sua vida, entrando nela quase a medo. O cheiro a alfazema não a invadiu como sempre acontecia. Engoliu em seco.
- Baa-chan! – chamou esperançosa.
O silêncio que recebeu como resposta, atingiu-a como um golpe fortíssimo no estômago. Nunca, em circunstância alguma, chamara pela avó e não recebera uma resposta. Com um nó na garganta, descalçou-se e percorreu a sala, abrindo a porta de acesso ao jardim.
A relva permanecia perfeitamente aparada, curvada aos seus pés descalços, desafiando silenciosamente os arbustos que teimavam em crescer em altura, livres de qualquer regra. O grande e velho carvalho, que já presenciava aquela disputa há muito tempo, limitava-se a apaziguar a luta, elevando os seus ramos em direcção ao céu, tendo o cuidado de manter as suas raízes salientes ao nível da relva.
Deixou que os seus pés fossem engolidos ternamente pela relva verde, e inspirou profundamente, fracassando na captação do tradicional cheiro a alfazema. Olhou para o canteiro do jardim, encontrando as flores mortas pela tristeza. A avó não deixaria que chegassem a aquele ponto; dedicava-se a elas, mais do que se dedicava a si mesma. Mas sem a sua presença, as frágeis flores morreram, implorando por uma gota de água que as salvasse. Ou então haviam gasto toda a água que possuíam, nas lágrimas derramadas pelo luto.
Deixou-se cair de joelhos na relva. Num gesto rápido, libertou o seu cabelo castanho dos ganchos, de forma a que formassem uma cortina à frente dos seus olhos, impossibilitando-a de apreciar a árvore que fora uma presença constante na sua vida. Tal como ela fora.
Na sua mente, tentou agarrar a imagem da mulher de cabelo grisalho, que teimava em desaparecer, sem que pudesse impedi-lo. Então, resguardada pelo santuário da avó, Aruko deixou que a sua máscara se quebrasse em milhões de pedaços, limitando-se a chorar desesperadamente, tal como haviam feito as flores de alfazema.



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Nocas


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MensagemAssunto: Re: [Filler 5] Jardim de alfazema   [Filler 5] Jardim de alfazema Icon_minitimeDom 4 Out 2009 - 22:21

T_____________________________________________T
adorei
triste e comovente
muito bem escrito^^
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Brufan

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MensagemAssunto: Re: [Filler 5] Jardim de alfazema   [Filler 5] Jardim de alfazema Icon_minitimeSeg 5 Out 2009 - 15:24

Brigado, Nocas ^^
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RiD3R

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MensagemAssunto: Re: [Filler 5] Jardim de alfazema   [Filler 5] Jardim de alfazema Icon_minitimeSeg 13 Fev 2012 - 19:56

Este é mesmo daqueles fillers que deixa o coração apertado e conseguiste transmitir na perfeição a tristeza de Aruko. Excelente Smile

P.S.: Estou a tentar ler os teus fillers todos até ao momento e, ao contrário dos anteriores, não pude deixar de comentar este ^^
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Brufan

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MensagemAssunto: Re: [Filler 5] Jardim de alfazema   [Filler 5] Jardim de alfazema Icon_minitimeSeg 13 Fev 2012 - 22:07

Wow, estás a ler tudo? Good luck xd
Ainda bem que gostaste :DD
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MensagemAssunto: Re: [Filler 5] Jardim de alfazema   [Filler 5] Jardim de alfazema Icon_minitime

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