Ventos de Bonança
Chapter IV
O Templo de "Masa"
https://www.youtube.com/watch?v=PqeY2mEfNMk
Um bafo quente tapado por umas mãos frias interrompia o silêncio de um sossegado caminho de terra batida. Susumo Maiko, um jovem Chunnin de Kumogakure atravessara uma pequena porção do País do Fogo para que - e após várias tentativas – finalmente chegar ao seu destino, o Templo do Fogo. Maiko esfregava as suas mãos uma na outra tentando aquece-las. Não era proprieamente Inverno mas o clima ameno do País do Fogo entrava em conflito com a vida mais fria de Maiko em Kumo e parecia que o seu corpo estava numa luta para procurar ainda a melhor temperatura. Caminhava num passo calmo, não apressado. Estava finalmente a caminho do Templo do Fogo e após aquelas ultimas semanas de constantes impedimentos aquilo sabia-lhe muito bem. Muuuuuuuuito bem, pensava Maiko inconscientemente para consigo, fechando os olhos e esboçando um sorriso. Lançou novamente um bafo quente para as suas mãos libertando pequenas chamas que se extinguiam quase de imediato com o ar frio. O Sol já se começava a pôr por detrás da densa floresta que levava ao Templo e ao seu novo destino.
-- “Será desta vez?” – perguntava-se Maiko.
--
“Com a sorte que tens… talvez não” – ria-se Midoro.
Num caso normal uma pergunta retórica pensada não teria resposta, pois, era retórica. Maiko era “um caso especial”, e por especial entenda-se “esquizofrenico”… mas algo mais suave.
-- Vamos ver então. – disse Maiko com um sorriso, quebrando momentaneamente o silêncio da floresta. Já conseguia ver ao longe os grandes portões do Templo e isso animava-o. Começava a andar mais depressa, um pouco influenciado por Akiro que quase de certeza queria alguma luta, mais luta. Maiko tinha estabelicido uma relação peculiar na sua psique. Possui três alter-egos que reconhecia e os três mantinham-se “civilizados” dentro dos possiveis. Maiko era, no sentido lato da palavra, várias personas dentro de uma pessoa, e a cara e corpo de Maiko era simplesmente uma máscara. Akiko, Aoiro e Midori, a força, a calma e a inteligência representadas na vontade de Maiko. A sua sensei, Ino Yamanaka já tivera o “privelégio” de os conhecer, mas mantivera a condição de Maiko escondida, para não preocupar a sua familia e tambem para proteger o seu aluno. Maiko sabia que a ida ao treino não seria só para treinar mas para entrar em contacto mental profundo consigo mesmo. Maiko sabia que poderia lentamente perder controlo sobre o seu corpo, facto que já acontecera algumas vezes.
-- Uhuh!!! Chegamos! – gritou Maiko contente e satisfeito consigo mesmo. Esperava um misto de alegria e exclamações dentro da sua cabeça… algo que não aconteceu. Maiko fechou os olhos para tentar “ver” as suas personalidades mas apenas via a tipica sala branca que era a sua mente. Maiko estranhara mas ao mesmo tempo não. Afinal a sua condição não seria a mais estavel e previsivel de todas.
Maiko encheu os pulmões de ar e colocando dois dedos na sua boca assobiou com toda a sua garra. Dois assobios longos seguidos de três mais curtos terminando com um longo novamente. Quase ficara sem ar ao fazer aquilo e uma leve tontura atingiu-o mal este ergueu a cabeça subitamente. Sorriu, um pouco atrapalhadamente, ao ver uma pequena fenda abrir-se no portão maciço do Templo. Depois uma cabeça rapada observava Maiko de alto a baixo, analisando-o. Olhou para ele e para as informações que tinha num pergaminho. Observou momentanemante a bandana de Kumogakure que Maiko ostentava sem receios.
-- Toriyose Momoko Maiko? – perguntava o Monge. Maiko ria-se um pouco.
-- Susumo Maiko. Deve ter havido algum erro. – Disse o ninja esboçando um ligeiro sorriso.
-- Não houve engano. Era só para ver se era mesmo você. – disse o monge friamente. Parecia levar o seu trabalho de segurança do templo muito a sério. Afinal a qualquer momento alguem poderia entrar no Templo para roubar algum segredo ou pior, raptar algum monge para o Bingo Book Nukenin. Muitos monges fortes estariam alí concerteza. O monge fazia um leve sinal com a mão e os portões abriam-se mais um pouco. Virou costas a Maiko e disse no seu tom frio “Sora-sama deve estar quase a chegar ao Templo. Siga-me por favor.”
https://www.youtube.com/watch?v=SKp-S6Y7CLY
Maiko obedecia ao Monge. Agora que o Chunnin observava atentamente o Monge percebia, principalmente pela diferença entre as tunicas dos demais, que este seria alguem importante no Templo. Tinha uns quarenta-ciquenta anos, tinha o cabelo rapado, como quase todos. Maiko começava a deixar a sua mente navegar livremente por entre os curtos fios de fumo de incenso, o som do vento e dos pequenos sinos, enquanto que os seus olhos saltitavam entre cada pequeno promenor. Começava a escurecer e um pequeno rapaz, não devia ter mais do que catorze anos caminhava num passo apressado, com uma fragil mas longa torcha a acender alguns candeiros a petroleo que iluminavam o caminho. Estranhamente o rapaz não olhava para os outros monges, permanecendo com o olhar no chão. Levantou alguma curiosidade e quando Maiko se preparava para abrir a boca o Monge interrompeu os seus pensamentos.
-- Deixe as suas observações fora do portão. – disse este num tom, novamente, frio. – Este templo é um estado de espirito, um Nirvana. Observações e ideologias devem ser deixadas lá fora para não interromperem o estado de meditação dos outros monges. – concluia.
-- “Yes sir…” – pensava Maiko. - “Sitio estranho este… Tão… cheio de regras e pressupostos…”
-- Sora-sama irá ter á sua presença dentro em breve. Aguarde. – disse o Monge virando costas novamente a Maiko começando a afastar-se. Maiko sentava-se no degrau de madeira que dava entrada a uma longa sala fechada. Ouviam-se vozes lá dentro, meditando, rezando, falando. Alguns vultos viam-se pelas paredes de papel.
Passaram-se mais alguns minutos desde que Maiko foi “abandonado”. Os seus olhos observavam as estrelas a aparecerem lentamente e as chamas intermitentes dos candeiros. O estado de calma era enorme naquele local. Meio “alianado” do mundo Maiko despertou quando uma mão fixou-se no seu ombro. Maiko virou rapidamente a cabeça observando um homem, perto dos seus trinta anos, com um cabelo azul pelo ombro e um rosto forte, marcado por algumas cicatrizes.
-- Susumo Maiko? – perguntava este. Fazia-se um rapido clique na cabeça do Toriyose e este levantava-se apressadamente, recuando três passos fazendo uma curta vénia.
-- Sora-sama, prazer em conhece-lo. Yamanaka Ino-Sama enviou-me aqui para treinar no Templo e para seguir os seus ensinamentos. – disse Maiko nunca erguendo a cabeça. Sora sorria.
-- Rapaz, não precisas de tanto formalismo. – disse Sora.
--
A sério? Ainda bem … não sou muito de formalismos. – Dizia Maiko em dois tons, corrigindo-se atrapalhadamente. Erguia a cabeça e fixava os seus olhos em Sora. O seu tom de voz forte deixara-o um pouco intimidado inicialmente, mas parecia ser alguem muito sociavel.
Sora ria-se silenciosamente.
-- Bem lamento que nos tenhamos de conhecer assim, meio que á pressa. – Dizia Sora, continuando a falar, ignorando o que Maiko iria dizer a seguir. – Parece que tenho de ir a um outro templo. Ao que parece tem estado a ser atacado e querem que pare.
-- Entendo. Eu irei aguardar e treinar por minha conta então. – disse Maiko ligeiramente decepcionado. Tinha andando tanto para ter de ficar á espera novamente.
-- Não precisas de te preocupar. Vais treinar com Masa. Melhor Monge que encontrei segundo o teu perfil. Vais ver que te vais adaptar muito bem ao treino com Masa.
-- “Masa? É um nome forte… De certeza que é um homem com bastante força. Ino não se enganou quando me mandou para aqui.” – pensava Maiko. – E quando irei conhece-lo? – perguntava Maiko.
-- Conhece-
lo? – ecoava Sora reforçando o “lo”. – Em breve, em breve. Acho que quando
o vires vais ficar bastante surpreso. – disse Sora rindo-se. – Masa tambem vai ficar bastante surprendid
o quando te vir tambem. Os nomes podem ser… engananadores. – disse Sora entre dentres num murmurio.
O burburinho na sala aumentava, e ouviam-se coisas a ser levemente arrastadas.
-- Bem… tenho de ir. Vemo-nos dentro de quatro dias. E boa sorte com Masa! – disse Sora antes de desaparecer num vendaval forte. Maiko tapava os seus olhos para se proteger do pó levantado. A porta da sala abriu-se e de lá saiam vários monges, cada um com o cabelo mas rapado com o outro, apesar de alguns possuirem alguns rabos de cavalo, ou pequenas marcas na testa. Algo era diferente naquela fila de monges que saia da sala calmamante. Uma rapariga de cabelo curto saia da sala, meio atrapalhada, mas num passo calmo. Um monge tentou segurar-lhe pelo braço mas esta recusara, não querendo a sua ajuda.
-- Eu consigo fazer isto sozinha, obrigado. – dizia esta rispidamente. O outro monge fez uma cara um pouco ofendida mas seguiu em frente. – Malditas chanatas… porque temos de usar isto… raios te partam… - dizia entre dentres a rapariga. Maiko não sabia bem por onde ir e continuava a observar os monges a ir embora. Subitamente a chanata da rapariga ficara presa na porta e esta tropeçava na mesma, caindo para a frente. Maiko agarrava-a mas devido á curta distância e á rapariga estar mais elevada que ele, cairam os dois no chão.
-- Saí de baixo de mim! – gritava a rapariga tentando levantar-se. Maiko, inconscientemente, tinha agarrado a rapariga pela cintura e não parecia estar ciente disso. Com alguma força a rapariga saia do abraço de Maiko. Levantou-se, seguido de Maiko. A rapariga sacudia-se toda e depois começou a retirar uma das suas chanatas do pé colocando-o em seguida no chão.
-- Muito melhor! Agora vê lá por onde é que tu andas rapazito…
-- Peço….erg… Desculpa. – disse Maiko tentando controlar-se. – Estou um pouco perdido aqui. Procuro…
-- Uma vida?
-- Procuro…
-- Sentido de orientação? Ou será que ainda está á procura do belo timming para te aproveitares de uma rapariga caida? – dizia esta enquanto tirava a outra chanata.
-- Procuro…
-- A tua taradice? – disse esta rindo-se.
-- O MONGE MASA! – gritou Maiko.
-- A propria…
-- Han? – dizia Maiko confuso.
-- Sou Masa. Ninguem me trata por monge… mas sou eu.
-- Deve haver algum engano… - disse Maiko levando a mão á cabeça. – Eu estou á procura de um monge, um homem, chamado Masa. Sou Susumo Maiko, pode ser que saiba alguma cois…
-- Susumo Maiko? – disse a rapariga espantada. – MAIKO? – ria-se ela. Mas isso é… - Maiko tapava a boca á Monge.
-- Ironia dos nomes… - Disse este novamente agarrando no corpo de Masa.
-- Toque… tarado… novamente. – disse esta colocando um pé no chão fazendo erguer uma parede de terra á sua frente. – Encontra-me no campo de treinos por detrás do sala Este, ás seis da manhã. Não te atrases. – disse ela. – Vou ser “o teu novo sensei” – disse esta fazendo aspas.
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Mais um filler em menos de 3 meses. TRAGAM OS FOGUETES!!!!