Estava um final de manha frio e húmido quando Mytsuga por fim acordou. Os pássaros chilreavam e ouvia-se ao longe o ladrar de cães como que a anunciarem e a comentarem o acontecido da noite passada. O sol brilhava mas dentro da cabeça de Mytsuga corriam tempestades e vendavais de tão confusa e dorida que estava.
"Onde estou?" Mytsuga reparou que estava numa cama quente e aconchegado. "Sera que foi apenas um sonho? Sera que estou a salvo de novo na minha cama em casa?" Perguntava-se quase reconfortando-se. Abriu lentamente os olhos e com um susto reparou que aquela não era a sua casa. Estava num quarto pequeno com uma pequena janela aberta, tinha um grande armário num canto, uma secretaria no outro e uma cadeira ao lado da sua cama, a quem pertenceria aquele quarto? Levantou-se da cama apressadamente sentindo o corpo quase a ceder e reparou que estava semi-nu, doía-lhe tudo, a cabeça latejava e todos os músculos do corpo pareciam não querer responder ao seus comandos.
-Ah, estou a ver que já acordaste. Estão roupas na cadeira para vestires que as que tinhas vestidas estavam uma lastima. Depois vem ter comigo a cozinha para almoçares. - Ouviu Mytsuga do outro lado da porta.
A quem pertenceria aquela voz? Porque o teria acolhido em sua casa? Olhou para a cadeira e dirigiu-se para ela, nela estava uma camisa branca simples e umas calças de algodão pretas, vestiu as roupas com dificuldade pois todo o corpo lhe doía, dirigiu-se para a porta e muito lentamente abriu-a. Do outro lado estava um homem com cerca de 40 anos de barba negra cerrada e com cabelo comprido apanhado.
-Entra e senta-te que já te trago a sopa e um pão. - Disse o homem levantando-se tirando uma tigela enchendo-a.
Mytsuga apreensivamente dirigiu-se para junto da mesa e sentou-se sempre apresentando a cabeça baixa tentando evitar o contacto visual olhando para o chão.
- Não precisas ter medo rapaz. Se te quisesse fazer mal já te o tinha feito - Disse o homem soltando uma gargalhada para quebrar o gelo. - O meu nome e´ Kaku e sou o dono desta humilde casa e tu como te chamas rapaz? - disse com um sorriso amigável nos lábios enquanto lhe servia a sopa.
Mytsuga corou e envergonhadamente respondeu - O meu nome e´ Mytsuga e agradeço desde já a refeição e a roupa - enquanto levava uma colher de sopa a boca.
-Muito prazer, e não tens de agradecer rapaz, temos de ser uns para os outros nos tempos que correm. Ha muita crueldade no mundo e se não houver uma boa acção de vez em quando não sobra nada de bom neste mundo - disse o homem com um sorriso mas notando-se uma expressão de tristeza simultaneamente. - Não te vou perguntar o que te levou a estares desmaiado naquele caminho de terra porque cada homem tem os seus motivos por isso não quero que te sintas obrigado a dizer nada que não queiras.
Mytsuga sorriu e começou a relembrar a noite passada. Estava no seu quarto a ler quando subitamente irrompeu uma balburdia a porta de casa. Levantou-se e espreitou pela janela do quarto, estavam três homens deitados no chão e começava uma multidão a juntar-se a em redor dos corpos. - ASSASSINO!!! ASSASSINO!!! - gritava a multidão la fora. Mytsuga saiu do quarto e dirigiu-se ao hall de entrada onde se encontrava o resto da família. A mãe chorava enquanto por entre soluços dizia - Meu querido filho que foste fazer? Que foste fazer? - Enquanto que o irmão Iruza respondeu - Eles mereceram, disseram que os meus feitos eram todos farsas e que eu era uma farsa. Não posso admitir isso de gente rude e insignificante como aqueles três otarios ali deitados! So tiveram o que mereciam! Escumalha! E´ o que eles são todos! ESCUMALHA!!! - o pai com um ar serio e muito calmo olhava para a situação - Eu sei que tens razão meu filho, tanto eu com a tua mãe sabemos que esta gente rude so tem e´ inveja, mas arranjei o plano perfeito - dizia enquanto olhava para Mytsuga - Vamos por as culpas nesse rapaz desnecessário e dispensável - dizia soltando um gargalhada malvada - dizemos que vimos com os nossos próprios olhos o rapaz a matar os três homens por pura maldade e livramo-nos desta situação toda rapidamente. Vamos vamos, vamos la fora contar o que vimos aquela boa gente.
-Mytsuga! Estas bem? - perguntou Kaku reparando em Mytsuga estático.
-Hm? Sim sim, desculpa, estava distraído com os meus próprios pensamentos - disse Mytsuga levando novamente uma colher de sopa a boca.
( Desculpem alguns erros de acentuação mas o meu teclado tem alguns "bugs" nos acentos não sei porque) (espero que gostem e comentem =) )