Eu me via, na verdade, eu não via a nada.
Era um cego envolto por luz, foi assim que tudo começou. O ambiente ao meu redor era branco, sem casas, céu, nuvens ou vento, apenas um mundo branco, uma sala gigantesca com paredes estofadas.
Eu estava no centro daquele turbilhão silencioso sem roupas, sinceramente não entendia ao que acontecia ao certo, o solo era macio e não havia sombras, parecia que o local era iluminado por todos os lados ofuscando a visão e não projetando sombras.
Eu tinha medo, muito medo, quanto tive coragem para tirar a mãos dos olhos que doíam por culpa da luz, gritei o mais forte possível. Um grito desesperado, um grito de um homem só.
E quando gritei algo inesperado aconteceu, um terremoto? Não sei ao certo, mas lembro-me de tudo tremer, como em um terremoto, as luzes aos poucos se apagaram como se fosse em uma pane elétrica, e eu que antes tinha medo me senti mais só agora, desta vez não existia nem mesmo um mundo vazio ao meu redor, existia apenas o caos.
Eu agora sim já não via a nada, olhava para os lados, tentava tocar meu corpo e chamava baixinho por alguém que me tirasse daquele inferno.
Ouvi uma voz, achei o que procurava, mas ao ouvi-la apenas tive mais medo anda, percebi que ficar só é mais confiável do que ficar só na companhia de alguém que é confiável. A voz vinha de trás, pelo que percebi de alguns metros, era grossa, grave. Ela sorria como se estivesse se satisfazendo, eu reuni o Maximo de coragem que tinha e olhei para trás e o que vi é algo que não vou esquecer.
Meu corpo suou, minhas mãos tremeram e lágrimas caíram de meus olhos em uma mistura de pena e ódio, eu senti ódio de mim.
Ali, a pouco mais de dois metros havia uma luz, sim, uma luz que iluminava apenas um metro quadrado, como se fosse algum show de circo. E no centro desta luz estava eu, não o eu que eu conheço, o outro eu.
Ele era ligeiramente mais alto, tinha alguns chifres pela testa e um corpo um pouco curvado, sua boca era repleta de dentes curtos e pontiagudos e seus olhos não passavam de órbitas negras sem vida. Ele também não usava roupa, mas seu corpo em si era uma crosta maligna de soberba, sua pele comportava-se como se estivesse sido queimada até ficar negra e seus braços eram esqueléticos e longos tal como sua perna, como eu sabia que era eu? Eu sentia.
Ele na hora estava de pé, me olhando e resmungando um sorriso baixinho. Olhando bem, mesmo com seu corpo curvado era um eu bem alto, parecia ser forte, mas o que me fez ter mais ódio de mim não foi o fato dele estar rindo, mas o por que.
Eu dei mais um passo em direção a ele tentando verificar se não era uma ilusão. Mas ao vê-lo se mexer logo parei.
Minha mãe estava ao se lado, nua, ela estava sendo carregada pelo eu-montro pela boca, seu braço erguia-se até o nível da cabeça do monstro passava por sua boca em uma mordida aparentemente dolorosa. Ela parecia morta, pois sua cabeça pendia para baixo e suas pernas mal se moviam.
Do seu braço, onde estavam enfiados os dentes do eu-monstro sangrava continuamente, e mesmo assim eu sentia que elas estava viva. Mesmo sendo carregada pela boca do monstro em uma mordida.
Eu estava me aproximando lentamente sem perceber, e só me dei conta disto quando o sorriso daquele outro eu ficou mais alto até se transformar em uma voz.
- Olhe para mim Datte. – Ele falou sem movimentar a boca, sua voz vinha de todos os lados, era aterrorizante estar próximo dele, minhas mãos suavam apenas de estar próximo aquilo, sua voz fazia meu coração bater mais forte. – Olhe! – Ele sorriu. – A coisa que você mais ama é minha comida!
Ele pôs a mão na barriga dela e a levantou sem esforço, lentamente eu vi a boca daquele monstro fechar-se sobre o braço minha mãe até decepá-lo em uma mordida feroz.
Naquele exato momento eu me senti como aquele outro eu, furioso, maligno, eu queria matá-lo lentamente, eu me senti alguém completamente diferente.
As lágrimas não cessavam e meu coração batia em um ritmo que exigia que eu matasse alguém. Olhando a cena macabra daquele outro-eu devorando o braço de minha mãe um único comandou foi mandando para meu corpo, algo como “MATE-O!”
Eu corri com lágrimas nos olhos, corri o mais rápido possível para chegar até minha mãe, e quando estava próximo ao monstro ele novamente se mexeu, outra vez lentamente, ele pegou minha querida mãe com as duas mãos e posicionou-a a frente como se fosse um boneco, seu corpo caiu em cima de mim e sem resposta para aquilo apenas parei para segura-la, naquele momento sofri ainda mais, sua cabeça se chocou com a minha e eu seus lábios por pouco não tocaram os meus, eu vi seus olhos me olhando com tamanha mágoa como quem vê seu filho querido tornando-se um assassino, o eu-monstro sorriu novamente frente a posição erótica em que a mulher parou, us seus órgão genital ficou alinhado com o daquela criatura maldita que olhou novamente para mim em meus olhos e falou.
- Olhe! Olhe Datte! – Seu sorriso maléfico ecoou na mente do garoto. – Aquilo que você mais ama é meu brinquedo!
- Por favor... Solte-a. – Eu me ajoelhei e implorei ao outro-eu, eu estava segurando-a em meus braços afim de que ele soltasse-a para que eu a pusesse no chão.
O eu-monstro sorriu novamente e soltou-a, meu coração parecia ter sido esmagado com minhas próprias mãos, doía-me a alma, não era algo físico, apenas sentia que havia sido despedaçado por dentro. Chorava com força abraçado ao corpo de minha mãe que nada dizia, ela tinha os olhos abertos, mas vivos, olhava para o vazio...
- Oh, perdão Datte, acabei machucando a mamãe. – Ele sorriu profundamente em uma gargalhada sinistra.
Outra vez me senti um monstro como aquele, pus o corpo da mamãe no chão gentilmente e passei a mão na face para enxugar as lágrimas, antes que mesmo que o monstro parasse de rir eu já estava de pé com minha mão em seu pescoço.
- Não a chame de “mamãe”, você não tem o direito. – Eu estava assassino, eu sentia que estava.
- Oh, eu não posso chamá-la de mamãe, não tenho o direito... Mas e você Datte? Tem o direito de chamar essa mulher de mãe? Ou esqueceu o que fez? Esqueceu que abusou dela? Esqueceu que a envolveu em sua briga com seu pai? Esqueceu ela morreu justamente por ser sua mãe?
Aquelas palavras foram como se minha barriga estivesse sendo fatiada aos poucos, mesmo aquilo tendo me afetado mais que qualquer outra coisa, eu não demonstrei continuei com minha face de pedra.
- Oh, pelo visto você não enten... – Antes que eu pudesse voltar a falar algo eu o lancei, como? Não sei ao certo, só sei que pelo seu pescoço eu o joguei sobre meu ombro com toda a minha força, ele voou altíssimo e caiu no chão rachando-o, agora eram duas luzes, uma sobre mim e outra sobre ele. Como em um show.
Eu fiquei abismado com o que consegui, mas não demonstrei, apenas continuei andando rumo à morte daquele maldito monstro.
Ele se levantou com a mão no pescoço e sorrindo como das outras vezes, me olhava divertido.
- Oh, Datte está irritado. – Ele já de pé disse.
- Quem é aquela? – Eu disse ameaçador enquanto me aproximava. – Ela não pode ser a mesma... O que fizeste com ela?!
Ele me olhou como se eu tivesse falado alguma piada e resmungou algo divertidamente, infelizmente não pude ouvi-lo.
- Datte, calma rapaz, nós apenas nos conhecemos agora... Vamos ter muito que conversar pela frente. – Ele falou abrindo os braços como se estivesse querendo me abraçar.
Eu comecei a correr e novamente com lágrimas nos olhos dei um outro soco com toda a minha força, ele em resposta segurou minha mão fechada e parou meu golpe, ele sorria tão alegremente que me dava nojo.
- Olhe para mim Datte, eu despertei, hoje não será a ultima vez que nos encontraremos, me espere. – Ele olhou-me nos olhos bem de perto, eu sabia o que perguntar, e sabia também a resposta de minha pergunta. Esse era meu medo.
- Quem é você? - Eu perguntei olhando-o face-a-face.
- Eu Datte? Voce sabe muito bem, eu sou você. – Ele sorriu e rapidamente se desfez em milhares de pequenas pétalas negras que voaram rumo à escuridão e desapareceram.
Seu sorriso grave ainda permaneceu no ar mesmo depois de sua partida, o que apenas me deu calafrios.
Eu estava perdido, chorando, e com medo, a única coisa que me restou foi minha mãe, olhando onde o corpo estava logo correndo fui até ela.
Ajoelhei-me ao seu lado e a abracei com todas as minhas forças. Era a única coisa que me restara ali naquele mundo vazio, minha mãe. E em um pequeno tremor, ela também se desfez em pétalas eu estava só...
Foi quando tudo novamente mudou, as luzes acenderam-se e a dor nos olhos novamente se fez, eu limpei as lagrimas da face e olhei ao meu redor, novamente me surpreendi com o que vi...
Milhares de pessoas me olhavam e sorriam como se eu fosse alguma atração de circo...


- Datte! Datte! Acorde! Datte! – Uma voz familiar me chamava, eu abri meus olhos, estava chorando e gemendo, quando dei por mim percebi que estava deitado na cama daquele estranho hotel, olhei para os lados e vi Juugo com uma cara de preocupação, abraçada em mim estava Karin , ela havia me chamado.
- Karin-sama? O-O que está acontecendo? – Eu falei passando a mão pela costa dela.
- O que aconteceu? Você estava gritando, estava chorando e ainda estava gelado! - Ela saiu do perto enrubescida e arrumou os óculos. – Pensamos ate que tinha sido envenenado, mas você estava completamente saudável.
Ela me olhou pasmada. Eu me sentia um monstro, estava sonhando, mas sabia que aquele ser existia, ele havia acordado dentro de mim...


Fuck yea o/

Fuck Yeah, não me apetecia ler por ser grande mas agora não me arrependo .
Gostei bastante do "eu-monstro", acho que o Datte está a ser consumido por si próprio e enquanto não esquecer a mãe nada feito. Ele tem de esquecer a mãe, se não vai continuar com estes ataques pelo monstro.

Mas cá para mim foi tudo fachada, assim que acorda aproveita-se logo para abraças a Karin. Ele a mim não em engana .
Bom filler

[quote]- Karin-sama? O-O que está acontecendo? – Eu falei passando a mão pela costa dela.[/poist]

A parte do passar as mãos pelas costas dela... como o Luffy disse não engana ninguém.



(; continua. Ao primeiro tive dificuldade ao ler, devido ao brasileiro, mas depois ficou tudo okey.

O que tu queres sei eu.. Diz que é o eu-monstro diz, querias era uma desculpa legítima para apalpar a gaja :O

Great filler, great great filler.

Ainda me faz um pouco de impressão trocar o "tu" por "você", mas eu um dia habituo-me ^^

Continua Loan, está brilhante mesmo!

Eu normalmente escrevo com "voce", mas desta vez queria fazer algo mais no estilo "Datte", por isso fiz isto Na próxima faço normalmente pra facilitar a leitura.

Pelo contrário jovem, nós cá raramente usamos "você", é sempre "tu". Usar você para definir alguém ou é muito formal ou pode ser considerado "rude".

Mas eu aceito que cada país tenha a sua forma de escrever e a nossa está, para bem ou para mal a tornar-se cada vez mais similar. Mas é essencial saber comunicar bem, escreve como gostares, é por isso que cá estás

lol, outra coisa que eu esqueci de comentar, esta cena do eu-monstro eu me inspirei no mangá zetman quando o garoto vê um "clone" mal-feito de si mesmo e depois apenas fiz algo para se encaixar no mundo do meu char, então viva ao zetman /o/

O eu-monstro mete-me nojo -.-
Achei este filler, mesmo awesome! E foi como o Luffy, nao tinha vontade de ler por ser tão grande mas depois quando começei a ler, não me arrependi!
Adorei, continua Loan

Loan seu preverso
em quase todos os fillers tem a tua mãe nua credo livra-te dessas fantasias... ou não :B
continua brow

Spoiler:

Awesome, adorei mais que todos os outros fillers!

Realmente aquele monstro era um pouco assustador ( Deves ser tu hohoho*)

Que filler
Está brutal, loan! Eu bem te disse que tu tens muita imaginação e o melhor é que a consegues passar para o 'papel' com as ideias organizadas.

Terei que confessar que adorei esta parte:

Citação :

Ele era ligeiramente mais alto, tinha alguns chifres pela testa e um corpo um pouco curvado, sua boca era repleta de dentes curtos e pontiagudos e seus olhos não passavam de órbitas negras sem vida.

Ahahah, foi um filler intenso e enigmático, mas não consegui deixar de me rir com aquela parte quando imaginei o 'eu-monstro'

Continua com a história e com as óptimas descrições, na minha opinião estás a melhorar bastante ^^

Nice Filler com uma OST LINDA! Adorei ele todo, a luta mais complicada de Datte, lutar contra o seu próprio monstro... Algo me diz que ele irá voltar

Depois deste fiquei com vontade de ler tudo o resto