Certo dia duas pessoas se reuniam num escritório. Um velho de barbichas brancas, parecia ser autoridade mas não era ele quem governava ali, talvez fosse um conselheiro. O outro era um homem já adulto, por volta dos trinta e poucos anos. A sua pele era muito pálida à vista das suas vestes roxas escuras e o seu cabelo era de uma negridão fatal.
-- Aqui estás tu Oba-san. – Dizia o homem de cabelos negros para o seu conselheiro.
-- O que deseja sua majestade? – Perguntava em tom subordinado.
-- Já contactas-te com o esquadrão que explodiu aquela prisão de condenados no País do Fogo? – Questionou com um pingo de dúvida na sua face.
-- Sim contactei. Correu bastante bem, como pode ver estão a ser procurados por vários esquadrões de Konoha e ainda um de Suna. Os cartazes que foram espalhados por todo o mundo não enganam, mas não lhe estão a dar muita importância visto que a Guerra é mais importante.
-- Eles são bons. – O líder voltava-se para a janela com ar pensativo. – Em apenas um ataque conseguiram arranjar
nicknames para ambos, quer dizer foi assim que a guarda lhes chamou.
-- E como foi? – Inquiriu o conselheiro a título de curiosidade.
-- Aoi Seishou
(Blue Spirit), e V. – Anunciava o líder da vila.
-- V? O que significa isso? – Voltou a inquirir o Conselheiro.
-- Oba, estás a enervar-me. Tu é que entras em contacto com eles e nem as alcunhas sabes? Pelo que me chegou em comunicado das forças de Konoha, um é Aoi Seishou porque usa uma máscara que faz lembrar o espírito azul, e o outro V chamam-lhe Vendetta que numa língua arcaica significava vingança. Esse usa uma máscara branca sorridente com um bigode preto e ainda uma cartola preta.
-- Desculpe mestre. Foi sem intenção. – Desculpava-se o conselheiro ajoelhando-se, mas o líder de costas viradas não lhe deu muita atenção.
Os seus olhos estão virados para a janela, mirando a sua vila ali de dentro. Ao ver um pássaro aproximar-se do escritório, reconheceu-o e abriu a vidraça. O pássaro planou mais um pouco sem bater as asas e entrou pelo gabinete adentro. Oba, o conselheiro, já estava de pé e estendeu o braço, nisto a ave acatou as garras no seu ombro e ali ficou.
-- Oba-san, meu fiel conselheiro. – Disse apaparicando o seu desprezível subordinado. – Usa a tua ave para chegar uma mensagem a esses dois. Preciso de um novo serviço, acrescenta que pago bem na carta.
-- Hai! – E então Oba, começou a escrever tudo aquilo que o seu chefe lhe ditava num pergaminho minúsculo. Quando terminou enrolou-o, e colocou numa pequena bolsa que Haden, o falcão mensageiro, tinha na pata destinada a tal serviço.
O falcão Haden podia ser de Oba, mas estava sempre destinado a ir ter com o Aoi Seishou, estivesse ele onde estivesse, em qualquer parte do mundo ninja. Haden tinha alguma espécie de sensor e sempre o seguiria, esse pelo qual chamam espírito azul. Nas missões anteriores tinha sido sempre da mesma maneira, Aoi recebia o plano e invocava uma espécie de monumento com um scroll. De alguma forma Vendetta sentia esta invocação e ia ter com o parceiro ao sentir a localização da invocação.
Sempre resultara dessa maneira. Aoi saiu para a floresta numa noite escura e levou consigo o scroll, também trazia na face a sua máscara azul de expressão medonha e irritada dada por contornos brancos. Numa clareira acesa pela luz da lua cheia, Aoi pegou no seu makimono e desenrolou-o, trincou o polegar deixando escorrer algum sangue e com ele desenhou uma cruz envolta por um circulo, de seguida fez um sequência prolongada de selos e sobrepôs a mão sobre o sangue que por sua vez estava derramado sobre o makimono. Daí ergueu-se uma estrutura, um pelourinho talvez.
Ao fim de uma hora, Aio que dormia uma soneca, persentiu alguém a aproximar-se. Sem ver ninguém apenas soltou umas palavras para o ar.
-- Estavas por perto. – Disse.
-- Eu? Se calhar estavas tu por perto, estou sempre na minha vila, na minha casa. Porque andas a viajar? – Perguntou um mascarado branco, que atravessava os arbustos deixando-se iluminar pela luz natural da noite.
-- Tenho uns assuntos para tratar. – Fez uma pausa deixando a afirmação no ar. – Mas conta lá Vendetta, tudo bem?
-- Sim, está-se muito bem. Mas vá, que missão temos hoje?
-- Não é para hoje, mas sim temos uma missão nova, dada pelos mesmos de sempre.
-- Começo a ficar farto deles, já nos deram mais de uma dezena de missões. Não têm outros ?
-- Ao que parece não, ou então nós somos os melhores.
-- Talvez seja isso…