Acordei após a sesta, um hábito que não tinha perdido. Já tinha almoçado e por isso lavei uma maçã, aproveitando a água que corria para tomar o meu comprimido. Já não tinha muitos e mais tarde ia ter de preparar mais. Mas ficava para outro dia. Pus os pesos que o meu professor me oferecera nas pernas.
Peguei na chave de casa e tranquei a porta. Vivia num pequeno apartamento; chamava-lhe lar. Iwi tinha sido muito generosa em dar-mo e se não fosse ela vivia na rua, sendo que por isso lhe estava em divida.
Dei uma trinca na maça e guardei a chave na mochila, onde já previamente guardara alguma comida, água , uma tenda e uns fósforos caso decidisse ficar a treinar há noite. A vila estava movimentada e decidi ir pelos telhados. Concentrei o chakra no meu peito e usei kinobiri para trepar á casa ao meu lado. Comecei a correra o longo dos telhados, saltando de casa em casa. Não tinha destino, apenas queria um sítio para treinar.
Desci da casa e dirigi-me para a floresta que estava depois de uma ponte. Ouvi ao longe um barulho. Provavelmente outro ninja. Saltei de árvore em árvore e comecei a vê-lo ao longe. Tinha cabelo loiro e encaracolado e olhos cinzentos. Estava a atacar uma arvore e esta já começava a ceder, rangendo a cada golpe que ele dava. A zona era uma floresta que tinha no centro uma clareira
De repente, do nada atirou-me três kunai seguidas; rapidamente agarrei também numa e desviei as restantes.
-Sei que estás ai. Quem és?-Disse ele.
Saltei para baixo da árvore, mas mantive a kunai na mão.
-O meu nome é Gumi. Sou ninja da vila, provavelmente somos de gerações diferentes. E posso perguntar quem és?
-Hum…sim, sou Nagakura Lee.
-Ok disse eu. Vinha para treinar quando te vi aqui e pensei que talvez pudéssemos fazer uma luta para treinar.
-Por mim tudo bem…ali a arvore parece já não estar a aguentar.
-Acaba quando um de nós desistir ou se concordarmos com o empate. Comecemos então.
Dito isto ele saltou na minha direcção, com seis kunais, uma entre cada dedo. Num movimento rápido tento espetar em mim as kunais.
Concentrei o meu chakra no peito e usei kawarimi no jutsu, substituindo o meu corpo por um tronco. Apareci atrás dele. Ele virou-se e rodou, tentando acertar-me com os troncos que estava a segurara através das kunais.
Dei um pontapé ascendente no mesmo projectando-o para o ar e caindo vários metros atrás.
Saltei na direcção dele, planeando dar-lhe um pontapé mas ele chegando-se para o lado agarrou-me a perna e lançou-me contra uma árvore. Embati nela protegendo a cara com os braços. Cai depois no chão.
Quando tornei a olhar vi-o correr na minha direcção e com pouco tempo agi mais por reflexo do que por pensamento. Fiz os selos e usei kinobiri para por os pés na árvore, agachando-me depois e saltando na direcção de nagakura, que se desviou mas ainda consegui agarrar-lhe o pescoço caindo os dois assim para o chão.
Porem ele ficara por cima e começou a socar-me. Acertou-me duas vezes e ia tirar uma kunai. Dobrei os joelhos que pus no peito dele e depois num movimento rápido estiquei as pernas fazendo-o cair de costas ; os pesos provavelmente ajudaram na projecção embora tivesse de fazer mais força do que sem os mesmos.
Pondo as mãos no chão levantei-me dando uma cambalhota para traz e saltei para longe dele.
Tirei da minha bolsa uma serie de kunais que atirei da direcção dele, ás quais ele respondeu com outras tantas. Já ambos arfávamos enquanto os projecteis colidiam no ar. Embora já sentisse que o meu chakra não duraria muito mais usei Mizu Kunai Bunshin no Jutso, usando o meu chakra quase até ao fim. Cerca de 15 kunais seguiram na direcção dele.
“Já o apanhei”- Pensei eu
Foi quando do nada, cinco pequenas bolas de fogo, uma de cada vez foram saindo da boca dele. Ao encontrarem as minhas kunais de água ambas se desfizeram libertando uma pequena nuvem de fumo. Não conhecia o jutso mas decerto que gastara muito chakra. Porém a original atravessara indo na direcção do pescoço dele, embatendo na sua headband e caindo no chão.
-Já chega - dissemos os dois quase simultaneamente. Já ambos estávamos com pouco chakra e decidimos ir jantar.
Eu tinha alguma comida e ele também. Dirigimo-nos á arvore que ele estava a destruir e, um de cada lado começamos a soca-la, uma, duas, três …vinte vezes até que o seu tronco estivesse muito frágil. Em conjunto contamos até três e demos um pontapé á arvore que caiu no chão.Com umas kunais e alguma força cortamos alguma lenha e com os meus fósforos acendemos uma fogueira, para cozinharmos o peixe que ele tinha e provavelmente tinha apanhado de manhã e forneci o pão que tinha na mochila.
Acabamos assim o treino da tarde, a comer e a contar a nossa história um ao outro.
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Fim da parte 1