Lá estava ela de novo na floresta. A floresta estava agora coberta de tons vermelhos, castanhos, laranjas e verdes. Devido à sua estação favorita ter chegado.. o Outono!
O belo Outono que trazia temperaturas maravilhosas que nem eram muito frias, nem muito quentes, tornavam-se constantes. A floresta estava repleta, por assim dizer, de folhas molhadas de várias tonalidades, no chão, onde o vento teria sido o responsável deste acto.
Os troncos castanhos e repletos de musgo estavam um pouco molhados, tivera a chover no dia anterior. Aquele ambiente trazia-lhe serenidade, calma, liberdade, felicidade. Sentia que ali era onde sempre pertencera, e por mero acaso amava estar ali, ora aqui estava a resposta para a ida de tantas vezes aquela zona misteriosa.
O Sol trespassava pelas folhas finas, fazia com que aquele ambiente se tornasse mais perfeito que qualquer outra coisa. Emi sentia-se perfeitamente bem ali.
Dirigiu-se ao lago que se rodeava de pequenas flores roxas e amarelas e plantas, a água estava límpida o que parecia estranho, pois a agua dos lagos costumava ser suja, por norma.
Enquanto se dirigia para o lago, observava a paisagem, estava um dia lindo, quando..
- Ahhhhh! – Gritou Emi caindo num buraco sendo este muito fundo, poderia ter-se aleijado.
Não sabia bem o porquê de aquele buraco estar ali, sempre que ela se dirigira aquele lugar, nunca tivera visto um buraco daqueles, ainda por cima (mal) disfarçado com ervas verdes molhadas.
- Merda, como é que saio daqui com um tornozelo aleijado? Olá? Está ai alguém? –Contestou, tentando subir, mas acabando sempre por escorregar.
Agora observava o seu corpo procurando por ferimentos, encontrara dois arranhões na perna esquerda, outros no braço direito e finalmente, o tornozelo aleijado.
- E agora? – disse sentada e olhando para cima, onde só se viam as folhas das arvores musgosas e o céu.
- Parece que precisas de ajuda.. – disse alguém atirando uma corda para dentro do fundo buraco onde Emi tivera aleijado o tornozelo.
- Quem és tu? – perguntou-lhe, agarrando na corda e ao mesmo tempo queixando-se de dores no devido pé.
- Cada coisa a seu tempo – declarou.
Emi encontrava-se cá em cima, com dores, mas nada que não passasse. Quando teve tempo de olhar para a cara daquela pessoa, logo viu que era um rapaz. Esse rapaz era alto, magrinho, forte, tinha cabelos pretos, olhos azuis, grandes e redondos, o seu tom de pele era moreno e a sua roupa era toda preta. Ela tinha ficado enfeitiçada pelos seus olhos grandes azulados, e por isso não deixava de o olhar.
Ela tentou-se levantar, mas sem sucesso.
- Não faças esforços, rapariga! – Criticou o rapaz dos olhos azuis.
-Mas quem és tu, para decidir o que devo ou não fazer? – Perguntou Emi, sendo rude.
-O rapaz que te salvou – disse, sentindo-se o maior – assim tão difícil manteres-te quieta?
- Hey! Salvaste-me e eu agradeço, mas nada de me dares ordens – declarou, Emi.
O rapaz sentou-se à sua frente, e pegou no braço dela, onde estavam dois arranhões, rindo-se, disse:
- Para a próxima vê por onde andas!
- Larga-me – disse-lhe empurrando-o.
Emi pegou na kunai com a mão que estava escondida, sem que o rapaz notasse, perguntou-lhe:
- O que é que tens ai?
- Onde? – Perguntou, o rapaz dos belos olhos.
- Na perna! – Disse Emi espetando a kunai na perna do rapaz, fazendo com que um fio de sangue se jorrasse.
- Estás parva ou quê? Se eu quisesse matava-te já! Mas como não és má de todo, não o faço! – Exclamou o jovem, chegando com a kunai ao pescoço da rapariga.
- Essa admiração passa a todos, rapaz – disse, sendo atrevida.
O rapaz rasgou a sua camisola, rasgando um pedaço que desse para apertar o tornozelo dela e outro para o ferimento causado por ela.
Quando o fez, pegou nela metendo-a “deitada” no seu ombro.
- Larga-me! Onde é que me levas? – Perguntou, Emi esperneando.
- Logo vês – disse, o rapaz, sorrindo.
E assim levou-a até a uma pequena gruta situada a mais ou menos 1 km de distância do sitio onde estavam, meteu-a no chão, o chão estava repleto de folhas, de lama, de ervas, de pedras, e kunais, várias kunais.
- Aqui é para onde eu fujo quando tenho discussões com os meus pais.. – Disse.
- Pois.. Como é que te chamas mesmo? – Perguntou, Emi sendo insensível.
- Toyo… Toyo é o meu nome, e tu?
- Emi! – Exclamou, orgulhosa.
O rapaz sentou-se ao lado de Emi, olhou para ela com uma cara triste, que mostrava infelicidade, talvez seria das discussões do pais com a mãe, meteu o dedo indicador debaixo do queixo da rapariga e puxou-o, tentando beija-la, mas Emi não deixou.
- O que é que te deu? - Gritou, Emi, dando-lhe um estaladão.
- Desculpa! Pensei que fosses mais fácil. – Replicou, Toyo.
Emi, levantou-se, com muita dificuldade tentando ir embora, mas Toyo não a deixou.
Cada vez mais o rapaz insistia para com Emi, e a paciência dela estava a chegar ao limite. Emi pegou numa kunai sem que ele notasse, e tentou espeta-la na barriga nua do rapaz, mas sem efeito. Este tinha sido mais rápido, e desviara-se.
Emi tentou mais e mais vezes, mas o rapaz era rápido de mais, ele safava-se sempre! Ela começava a ficar cada vez mais desiludida com ela própria, se ela matou aquelas três pessoas, porque nem sequer conseguia atingir aquele rapaz?
As árvores abanam do vento forte que estava naquele momento, os cabelos longos e pretos de Emi, bailavam. O sol tinha desaparecido, estaria a anunciar o fim da tarde, em que a lua iria aparecer. Toyo, o rapaz dos belos olhos que hipnotizavam Emi, agarrou-a contra o seu peito, dobrou-a um pouco para baixo, e elevou com a outra mão uma kunai.
- NAAAAAAAAAAAO! – gritou Emi, o seu grito ecoava pela floresta inteira.