Soga e Lago caminhavam pela floresta, para as terras pedrosas de Iwagakure, Lago explicava-lhe os detalhes da sua missão, mas o jovem quase que não ouvia, a sua mente estava noutro lugar, muito longe dali. Pensava nas pessoas que abandonara e nas pessoas que iria voltar a ver, os seus antigos camaradas na luta, alguns que só se apercebera agora que tinha saudades e outros que não lhe interessavam muito.
- Tu vais tentar estabelecer uma relação com a Tsuchikage, de forma a teres os documentos, sem revelares a tua identidade. – Continuava Lago, mas esta frase despertou-lhe atenção.
- Disseste “a”, o Tsuchikage é uma mulher. – Lago disse que sim ao abanar a cabeça – “Interessante” – Pensou o jovem, com um sorriso na cara, a sua atenção virou-se para as montanhas pedregosas e o solo.
- Parece que chegamos. – Disse Lago fazendo um sorriso.
- Tal e qual como eu me lembro – Disse Soga, vira aquela entrada várias vezes ao longo da sua vida, um buraco na montanha, com uma estrutura de madeira à sua frente.
Ao chegarem lá foram confrontados por dois senhores, já na entrada, foram confrontados por dois guardas, Soga mostrou a sua antiga hitaite e deu as suas informações enquanto Lago tinha uma nota assinada que iria servir como construtor. Rapidamente entraram na vila, as casas na entrada já estavam totalmente construídas e se seguiam até terrenos vazio ao fundo, a “torre do Tsuchikage” fora construída dentro uma grande montanha. Soga olhava para as pessoas que passavam ao seu lado, as crianças brincavam, alguns vendiam, os outros gritavam bêbados contentes com tudo e também havia uns que se concentravam mais no trabalho.
- E agora? Onde é que vou dormir? – Perguntou o jovem.
- Acho que há umas tendas para lá destas casas. – Lago aguçava a sua barba despenteada.
- Sabes que mais, vemo-nos daqui a bocado – Soga deu-lhe uma pancada nas suas costas e desapareceu por meio dos prédios.
Lago dirigiu-se para os escritórios onde o Kage comandava, enquanto Soga procurava o sitio onde a sua casa estivera. Acabou por encontrar e para sua surpresa estava intacta, o jovem dirigiu-se à sua porta, mas ao tentar abri-la, sem sucesso passou ao seu próximo passo, entrou pela janela sem nenhum problema. Num piscar de olhos, ignorou tudo e dirigiu-se à sua cama, sem olhar em seu redor e caiu no seu colchão, deu um suspiro de prazer ao ser acolhido pelo conforto que combatia o seu cansaço. De repente o mundo parara e o jovem adormeceu na sua cama. Sonhou o mais belo dos sonhos em que vivia a vida de um camponês que tinha uma quinta e um rio perto da sua casa, passava o dia a pescar enquanto as suas vacas pastavam, uma vida simples, tão simples e aborrecida que Soga fartou-se rapidamente e acordou. Levantou-se e dirigiu-se para a sua casa de banho, ao lavar a cara abriu finalmente os olhos para a nova decoração e a limpeza. Ao olhar para trás viu um jovem com uma katana apontada ao pescoço de Soga.
- Que raio? Quem és tu? – Perguntou Soga
- Eu é que devia estar a perguntar isso. Que fazes na minha casa? – O outro jovem, mais ou menos da mesma altura de Soga, levava a hitaite de Iwagakure a tapar a sua testa, o seu cabelo era louro e tinha olhos azuis, provavelmente atractivo aos olhos das mulheres.
- Tua casa… - Soga riu-se – Bem agradeço que tenhas tomado conta da minha casa ao longo destes anos, mas já não preciso de ti, alem disso não gosto da decoração – Soga dirigiu-se pelos corredores olhando para os lados, o jovem ia atras dele, sempre a segurar a katana.
- Que pensas que vou entregar a minha casa a um estranho?
- Estranho, eu? Não, esta casa já era minha por direito mesmo antes de tu nasceres… - Soga observava os títulos dos livro que estavam na sala - Afinal o meu pai pagou por ela.
- Agora é minha por direito, comprei-a – o jovem estava tenso, no entanto a sua katana estava imóvel e o jovem sempre pronto para atacar.
- Muito bem então – Soga meteu desembainhou a sua katana que estava à sua cintura com a mão direita e passou-a para a esquerda – Duelo aceite!
O jovem correu contra Soga, tentou-lhe apanhar a garganta com um golpe que quase enganou Soga ao pensar que se dirigia à cabeça, Soga desviou-o facilmente e tentou-lhe atacar o braço, o jovem louro bloqueou o ataque, os vários ataques entre os dois repetiram-se, partiram-se alguns vazos que estavam pelo corredor, faziam-se pequenos cortes na madeira, mas nunca se conseguia dar um golpe de jeito. Mesmo a lutar Soga conseguia ver que o seu adversário tinha medo de algo, mas não era dele, conseguia desviar todos os seus golpes e bloqueá-los facilmente.
“Será que ele tem medo de me magoar?” , pensou Soga olhando para os seus lados, os seus golpes eram fracos até que Soga conseguiu atingir-lhe o seu peito, ele ficou imóvel até que desapareceu “Um Bunshin”, de repente olhou para trás, foi atingido por uma panela, caindo no chão imóvel. O jovem louro agarrou-lhe no corpo até se aperceber que agarrava um tronco de madeira.
- Mas que… - o louro olhou para trás.
Soga partiu-lhe um vaso na cabeça, mas este também usou o Kawarimi no Justu. O jovem de cabelos pretos encostou-se à parede olhando para os lados rapidamente, agarrou na panela que estava no chão, o louro estava ao fundo do corredor a agarrar noutro vaso, os seus olhares fitaram-se durante dois segundos e ambos correram um contra o outro.
- Parem com esta loucura! - Uma voz impediu-os – Vocês estão a arruinar a minha casa!
- A tua casa? A casa é minha! – Gritou Soga em fúria, sem nunca tirar os olhos do rapaz louro, mas a voz era lhe muito familiar.
- Também é minha não te lembras – Soga teve de olhar para o lado, para visualizar a rapariga com quem gritava.
- És tu… Lynn- O jovem baixou a panela.