[F.1] A Chegada dos Kuran
Iwagakure era agora um local mais calmo, a Karasuemo havia abandonado os terrenos de Iwa e os populares que se haviam refugiado nas imediações ao saber de tal notícia foram voltando aos poucos. A reconstrução da vila demorou dias, semanas e alguns meses até que finalmente aquela que havia um dia sido uma vila próspera que uma associação criminosa invadiu e demoliu voltou a erguer-se.
O edifício do Kage era alto, todo construído com a rocha típica da região. O edifício encontrava-se no centro da vila, perto de um bairro comercial onde movimento era algo que não faltava. Na entrada do edifício viam-se dois ANBU, o novo Kage decidira que uma das prioridades da vila seria reforçar a segurança de todos e a educação de mais ninjas na sua academia. Os nómadas eram convidados a ficar e faziam-se acordos com as vilas envolventes para que se pudesse proteger o país da pedra de futuras ameaças oferecendo trabalhos na restauração da vila e missões a ninjas dessas aldeias.
Uma das tribos nómadas que foi convidada para ficar em Iwagakure pelo Tsuchikage foi a tribo Kuran, os Kuran são uma tribo ancestral conhecida por terem participado na guerra ninja ao lado de Iwa como mercenários e como professores de kobudo e luta corpo a corpo aos guerreiros da vila. Os Kuran haviam viajado por todo o mundo ensinando as suas artes marciais e lutando contra nukenins podendo dizer-se que são uma espécie de caçadores de recompensas.
Na tribo Kuran existe apenas uma criança, essa criança chama-se Miki e nascera numa das viagens da tribo até ao país do fogo. A mãe de Miki é a filha do líder da tribo Kuran, um homem alto e idoso com barbas castanhas e longas bastante arrogante, que ainda hoje discute com a filha devido à nascença da criança. Quanto ao pai de Miki… Quem sabe quem ele é, é um dos segredos mais bem guardados na tribo e nem a própria Miki sabe. Apenas se sabe que é um estrangeiro que um dia a tribo encontrou à saída de Sunagakure, pelo aspecto físico da jovem rapariga consegue-se perceber que decerto era um homem alto e robusto porém não existe nada que o identifique.
A educação de Miki foi feita pelos idosos da tribo que lhe ensinaram a ancestral arte marcial praticada pelos Kuran e ainda kobudo que a levou a desenvolver-se bastante tecnicamente em taijutsu e kenjutsu. A jovem rapariga possui também uma particularidade muito especial, por mais testes que se façam nunca revelou possuir controle sobre um dos elementos. E para além disso por mais que treine e que se esforce nunca dominou um ninjutsu totalmente, estes dois factos fizeram com que os idosos a educasse com uma disciplina extremamente física e virada para o combate corpo a corpo.
Num dia como tantos outros no caminho para o treino Miki observara que dois chunnins da tribo treinavam com nunchaku desferindo diversos golpes e a uma velocidade extasiante sobre uma árvore, ao ver o seu interesse pelas matracas o seu sensei decidiu que estava na hora da jovem rapariga construir umas para ela. Recolheram de dois troncos de uma árvore os pedaços de madeira que com uma espécie de lixa trataram e lhes deram a forma e o tamanho adequado com as mãos e braços de Miki. Em seguida realizaram três furos em cada pedaço de madeira unindo os dois com corda e finalmente colocaram fita nas pontas ficando assim prontas as nunchaku da jovem.
- Achas-te capaz de lutar com isto? – Perguntou-lhe o mestre.
- Posso não ser capaz agora mas virei a ser com o treino. – Respondeu Miki fitando os olhos do seu mestre que acenou concordando com as palavras desta.
O tempo foi passando e a jovem crescera tornando-se numa bela adolescente de treze anos que brincava e corria junto dos seus colegas de academia pelas ruas de Iwagakure. A sua graduação para Gennin era no dia seguinte porém Miki não sentia qualquer espécie de nervosismo. Teria apenas de fazer o melhor de si mesma, sabia porém que ninjutsu seria a sua grande fraqueza mas que haveria ela de fazer se por mais que treinasse nada saia?
E assim fora, Miki completou todo o exame excepto o domínio de ninjutsu. Os Jounins responsáveis pela academia de Iwa não sabiam bem o que haveriam de fazer, afinal um ninja que não domine bem ninjutsu não é um verdadeiro ninja. Pelo menos era assim que a maioria deles pensava até que um dos Jounins interrompendo os outros e disse “Se bem se lembram da última vez que fomos a Konohagakure existia um Jounin que não utilizava ninjutsu”. “Não estás a querer comparar a Miki Kuran com Maito Gai não?” questionaram-se os outros ao que o jovem Jounin respondeu “Se não tivessem confiado no Gai talvez ele nunca tivesse evoluído, vamos confiar na Miki e deixá-la seguir o seu caminho”.
Miki Kuran foi então chamada para perto dos seus colegas e graduada como Gennin de Iwagakure porém o jovem Jounin que a haveria defendido em frente ao júri foi destacado para ser o Sensei da jovem adolescente.