Numa cidade eternamente assombrada pela chuva um jovem ia caminhando pelas ruas da mesma, completamente envolvido em seus pensamentos acerca de algo que o intrigava, a sua verdadeira família. Horas antes havia acordado e recebido a pior notícia de sempre, as duas pessoas que sempre pensara serem seus pais tinham-no adoptado havia muito anos antes, e não existia qualquer indício dos seus pais biológicos o virem reaver ou visita-lo. Já tinha passado do choque, mas mesmo assim sentia-se um tanto triste. Agora que se lembrava, Hotaru e Kuchina nunca tinham sido bons pais, e havia alturas em que a sua relação não passava de… “conhecidos”? Agora que pensava aqueles dois nunca o tinham ajudado, ele sempre se desenvencilhava dos seus problemas sozinho. Portanto eles também não iriam fazer muita falta na sua vida de agora em diante. Só necessitou deles enquanto era mais novo, agora podia cuidar de si mesmo.
Tomando uma decisão, mudou o rumo da caminhada que tomava. Dirigindo-se ao edifício mais alto da vila, correu pelas ruas até chegar à base do alto e imponente prédio, muito sinistro com canos, antenas parabólicas e cabos de electricidade a saíram das paredes exteriores tal como espigões. Depois de passar pela guarda do Amekage, entrou no edifício passando por um grande portão que se abriu automaticamente assim que estava a um metro de distância. Entrando num amplo átrio, seguiu em frente começando a subir uma escadaria em madeira. Chegando ao patamar desejado, saiu da escadaria e passou por uma porta de madeira antiga, entrando num corredor iluminado por labaredas de tochas pregadas às paredes. Percorreu o corredor sobre um tapete antigo com vários padrões desenhados e chagando a uma porta exactamente a meio do corredor, bateu suavemente duas vezes. Do outro lado ouviu uma voz, que logo reconheceu como sendo de Gõu, o líder de Ame.
- Quem é? – Perguntou calmamente.
- Sou eu, Kiutchy um Gennin de Amegakure. – Respondeu simplesmente, com um certo tom de arrogância.
- Pode entrar. – Ouviu o jovem.
O Gennin rodou a maçaneta da porta e empurrou-a, revelando o habitual gabinete do líder de Ame. Ao centro da divisão havia uma secretária de madeira, por trás desta estava sentado numa cadeira Gõu. Ao lado esquerdo da secretária, estava um Gennin e do outro lado da mesma, estava Belton, seu mestre. Kiutchy já se havia perguntado, porquê que seu mestre e o Gõu estavam sempre juntos.
-Estávamos mesmo a enviar alguém para te chamar, sendo assim melhor. – Disse o Amekage indicando a saída ao Gennin na sala. Este atravessou a sala e olhou irritado para Kiutchy, que logo lhe retribuiu o olhar. Depois do Gennin ter fechado a porta a voz da pessoa sentada na cadeira fez-se ouvir.
- Queríamos felicitar-te pela tua prestação no Exame Chunnin. – Disse batendo com palmas durante uns segundos. - Há alguns anos que ninguém da vila conseguia chegar assim tão longe no exame. Estamos muito agradecidos por lembrares às 5 Grandes Nações que ainda existem outras vilas com poder militar. Agora pergunto-me não virias cá sem motivo algum, o que desejas? – Perguntou passando a mão pela barba espinhosa.
- Queria saber, se sabe algo em relação à minha verdadeira família? – Perguntou olhando para o tapete no chão, um pouco envergonhado.
- Hum, então parece que Hotaru e Kuchina, finalmente te revelaram o que te realmente aconteceu. Tenho muita pena, mas não tenho nenhuma informação sobre a tua família. – Disse Gõu assumindo uma expressão séria. – Ainda hoje não sei como aquele infiltrado conseguiu faze-lo, com tanta segurança espalhada pela vila naquela altura.
- Infiltrado? – Perguntou Kiutchy curioso.
- Sim tenho a certeza de que não era um cidadão da vila, nem o ninja da mesma. – Respondeu o Amekage abanando a cabeça.
- Não sabe mesmo mais nada? – Perguntou o jovem, um pouco desesperado.
- Não, tenho imensa pena. – Respondeu o Amekage. - Desculpa-me, mas o que estas a pensar em fazer daqui adiante?
Kiutchy pensou naquela simples pergunta que parecia muito mais complicada que habitualmente. Enquanto pensava o único som que se fazia ouvir naquela divisão era a constante chuva a bater nas janelas por trás da cadeira do líder de Ame. Chegando a uma decisão respondeu:
- Vou procurar pela minha família, mesmo que já estejam todos mortos deve… não tem de haver provas da sua existência. Se existir algum membro vivo, mesmo que seja um primo afastado ou assim eu quero encontra-lo. E acima de tudo quero saber as razões que levaram os meus pais a fazerem aquilo que fizeram. – Disse Kiutchy ganhando confiança que iria conseguir a cada palavra que dizia, batendo com o punho cerrado no coração, quando acabou de dizer a última palavra.
- Vejo que estás determinado a seguir essa aventura, mas mesmo assim uma boa ajuda nunca é rejeitada. – Disse Belton, falando pela primeira vez.
- Sim gostava muito que me acompanhasse, mestre. – Disse o pupilo ajoelhando-se e baixando a cabeça.
- Levanta-te nobre ninja, para poderes seguir esse objectivo. Mas antes é necessário treinar, muito intensivamente, para se poder enfrentar as forças do desconhecido. – Disse o mestre. – Quero também que venhas viver comigo, na minha casa, assim vais te habituando ao que te espera durante os próximos meses.
- Sim, mestre! – Disse o jovem levantando-se num salto.
-Agora eu queria clarear as ideias com o Amekage Gõu, sobre o nosso futuro. Podes esperar à porta, que eu já lá vou ter. – Disse o mestre.
Muito sorridente Kiutchy atravessou a sala e com uma mão na maçaneta despediu-se:
- Até outro dia Amekage-Sama, pensou que vou ter pouco tempo para vê-lo novamente, durante o treino intensivo que vou executar.
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Mais um filler e a história vai evoluindo, daqui para a frente tenho muitas opções.