- Cale-se, está me irritando... – O jovem sussurrava com um tênue tom de irritação.
- Mas porquê? – Um sorriso lúgubre encheu o ar preenchendo aquela escuridão cruel. – Ora, mas e então, diga-me, o que fará agora? – A voz rústica soava como o vento, o som abafado sussurrava como se falasse a centímetros das orelhas de Datte.
- Eu? Idiota, eu já o disse antes, eu vou matá-lo... – o Gennin gargalhou uma risada seca e levemente histérica.
-Huuuum. Isso mesmo Datte, nós vamos matá-lo! Na verdade, vamos matá-los a todos, todos os que nos fizeram sofrer! – A voz misteriosa novamente sorriu, as letras sendo soadas pelo ar e ecoando na mente de Datte tomavam um tom luxúrico, quase um regozijo malicioso.
- sim sim sim sim! – o garoto respondeu quase que imediatamente alargando um sorriso em sua face e revirando os olhos por toda a superfície daquela sala. A escuridão imperava em sua mais completa forma ao ponto de cobrir os olhos de quem quer que ousasse enxergar com o letal manto negro da impotência. – E então, o que você sugere que façamos com eles? – O ninja perguntou com um tom malicioso.
- Nós podemos abrir suas barrigas, ou arrancar-lhes a cabeça... Sim, veremos o sangue escorrer e espirrar. – A voz falou novamente sussurrando desta vez em um tom mais baixo, calmo.
- Tem razão, o seu sangue... Eu provarei seu sangu... – Suas palavras foram interrompidas por um rápido ranger, uma porta abriu-se, a luz entrou e o silencio perdurou.
Os opacos raios de luz que irradiaram através da porta incidiram sobre o local e revelaram o misterioso ambiente, nada mais que uma simples sala ornamentada com adornos de madeira polida, o chão simples porém brilhoso comportava mais nada que um fino colchão e o ruivo gennin de kiri, além disto, o silêncio e o vazio.
- E ai, garoto, está na hora. – A face na fresta da porta sondou o local com os olhos até localizar o garoto sentado no centro do quarto. – Venha o mais rápido possível para o salão de chás, precisamos conversar. – O homem fechou a porta e saiu do local tão rapidamente quando apareceu.
Datte que ouvia a tudo com os olhos fechados voltou a os abrir, tão silenciosamente quanto escutou as palavras levantou-se e dando alguns passos até a estante de madeiro em uma extremidade do quarto prendeu na perna a bolsa de kunais, suspirou e ainda calado andou até a porta, abriu-a e silenciosamente, olhou para trás, observou o quarto vazio e frente à aparente quietude do local soltou uma quase inaudível risada sarcástica.
Seus passos deslizaram pelo corredor, é verdade que naqueles dois meses de treinamento conseguira obter uma aptidão muito maior sobre as próprias habilidades, mas as vezes surpreendia-se com o quanto seu equilíbrio e sentidos haviam apurado-se. Por exemplo, podia sentir que haviam três pessoas na sala seguinte, a qual shounan o havia chamado, sendo que duas provavelmente eram gennins e o outro era o próprio shounan.
Dirigiu seu corpo em passos leves até a porta que dava acesso ao mencionado salão de chás – o qual era bem próximo do cômodo onde estava anteriormente – pôs a mão sobre aquela porta tradicional e com o mínimo de força necessário a empurrou para o lado.
- Ora, aqui está ele finalmente! – exclamou shounan. – O tão falado Uusaki Datte. - Ele sorriu novamente.
As pessoas na sala estavam sentadas sob almofadas ao redor de uma mesa japonesa comum e ao perceber Datte levantaram o olhar até chegar à sua face face, no total haviam quarto; A garota de roupas negras e cabelos lisos escuros, ela usava maquiagem forte e um batom negro, porém, o que mais chamava atenção eram os seios fartos por baixo das vestes monocromáticas. Outra que estava lá era uma mulher com aparência madura, usava um uniforme típico do kirinin, porém, comparado com a outra mulher esta era bem mais bela, não exatamente bela, mas parecia que sua presença irradiava calor, ela sorria.
Ainda assim, o que mais chamou a atenção de Datte foi o rapaz que sentava próximo a shounan, segundo os cálculos do kirinin haviam apenas três pessoas naquele cômodo, porque não conseguira perceber a presença desde rapaz? ele era obviamente mais novo e mais baixo, tinha cabelos curtos e bagunçados, sua face era fina e envolta por algumas ligaduras, a primeira impressão que Datte teve daquele garoto fora péssima, sentiu vontade de matá-lo, sentiu que aquela criança era um alguém perigoso.
- Sente-se Datte, temos muitas coisas para tratar. – Shounan disse novamente, desta vez com um tom mais calmo, profissional.
O ruivo atento então seguiu as instruções, em momento algum demonstrou sua intimidação, ao contrário, fez o máximo para aparentar indiferença, sentou-se ao lado da garota de preto sob o olhar do seu sensei e tentando mostrar total despreocupação olhou-o novamente.
- Pois bem, vamos ao que interessa. – O jounin retomou a palavra, desta vez mais descontraído. – Como sabe, Datte, seu treinamento comigo está quase completo... Então... Está na hora de por em prática as habilidades ganhas. – Ele soltou um sorriso de malícia que não passou despercebido pelos outros.
- Eu entendo-o perfeitamente... – Datte tomou a palavra, sentia o olhar de todos sobre si, e por um momento até mesmo engasgou, mas ainda assim continuou a falar. – Mas por que todas estas pessoas estão aqui? – Ele então tomando coragem encarou um a um.
A kunoichi de negro soltou um pequeno suspiro de irritação e desviou o olhar como em repulsa aos olhos do ruivo. O menor do grupo sorriu com o comentário e observou o olhar de Datte aparentemente em escárnio. Já a outra garota respondeu ao olhar do kirinin fechando os olhos e sorrindo meigamente, Datte havia simpatizando com ela, mas isto não era motivo para que fosse gentil.
- Ah, eles? – Shounan falou de forma infantil. – Estas pessoas serão sua nova equipe. – sorriu.
- Mas... O que?! Espera ai shounan-sensei! Como assim?! Eu não preciso de mais pessoas para me atrapalhar! Definitivamente, não! – Ele exaltou-se em resposta.
- Acalme-se, rapaz, não precisa de tanta afobação, atenção, você irá precisar deles para o serviço que irei lhes propor, além do mais, eu mesmo treinei cada um anteriormente, eles foram a minha equipe, sei que são competentes, alguns até mais que você. – Ele terminou com um sorriso claramente debochante.
- mas sensei...!
- Ora... – Uma outra voz masculina ressoou. – Por que tanta tensão, Datte-kun, está com medo de mim, por acaso?
O gennin virou a cabeça até seus olhos vidrados encontrarem o outro rapaz que estava naquela mesa, o mais jovem deles. Por um momento toda a raiva do Uusaki foi direcionada, ele sabia que aquele garoto com a face enfaixada estava certo, sabia que tinha certo receio em relação à presença dele, mas não iria admitir nunca, jamais!
No segundo seguinte ao comentário Datte já pulava sobre a mesa com os olhos em fúria, sua mão quase que automaticamente já ia de encontro à correia de scrolls presa em sua calça e sacava a arma mais apropriada para a situação, antes mesmo que qualquer um naquela sala pudesse piscar, a foice de três lâminas já estava prestes a decapitar o ousado ninja o qual o havia difamado.
Porém, suas mãos petrificaram-se e um suor frio escorreu por sua testa, seus olhos passaram de furiosos para incrivelmente surpreendidos tão rapidamente quanto a velocidade humana permitia, o rapaz com as bandagens na face estava já atrás de Datte, em pé sobre a mesa e com uma camada de gelo cobrindo seu braço e dando a forma de uma lâmina à sua mão cujo fio pressionava gentilmente a garganta do ruivo.
As moças nem mesmo mexeram-se, conheciam muito bem o parceiro de equipe, conheciam seu potencial...
Com sutileza e até mesmo com certa educação o rapaz recolheu o gelo da mão e deu um salto para trás saindo da mesa e indo encostar-se na parede.
- Datte, volte a sentar-se, por favor. – O sensei shounan falou calmamente, dando tapinhas onde o gennin estava sentado outrora.
- Hai... – Ele respondeu desconsertado.
O ruivo lentamente guardou a arma no scroll e voltou ao assento obviamente humilhado, então, sem mais delongas calou-se rezando para que Shounan voltasse a falar e a atenção fosse direcionada a ele.
- Bom, então, já que todos estão animados, vamos começar as apresentações, inicialmente, vou apresentar a você, Datte, o capitão da sua nova equipe, Kai Yuki, chuunin experiente. – E então apontou para o garoto o qual o kirinin ruivo havia atacado.
- Mas o que?! Inaceitável! Essa criança catarrenta? Meu capitão?! Nem fudendo! – Datte bateu na mesa com força e elevou a voz indignado.
- Datte... Esta criança catarrenta quase cortou sua cabeça fora. – Shounan disse sério.
- Mas...
- Continuando, temos aqui então a nossa influente kunoichi kariya hamisawa, ela é de uma família muito rica e tem ótimas habilidades de rastreamento. – Ele apontou para a garota de negro, ela fechou os olhos e nem por um momento mudou a expressão de incômodo. – Bom, ela é meio problemática.
Datte a encarou e reparou em sua face angelical, ainda assim não convenceu-se de sua amistosidade, ela o incomodava, na verdade.
- E por ultimo, mas não menos importante, nossa querida kimie Naka, high gennin médico, tem um controle divino sobre seu chakra e consegue curar com uma grande eficiência, será muito útil na equipe, - Ele sorriu para Kimie balançando a cabeça como se a cumprimentasse. – Pessoal, como eu havia dito antes, este é Uusaki Datte, meu pupilo, ele é um dos centros da minha ambição a qual eu vos disse, a de matar aquele homem, então, tenham paciência com ele e tentem acompanhar seu ritmo, por favor.
Datte cruzou os braços e fechou os olhos enraivecido, respirou fundo para não tomar qualquer outra atitude impulsiva novamente e então uma vez mais voltou a falar:
- E então, que tipo de serviço teremos de fazer? – Ele perguntou ainda com os olhos fechados.
- Hum, ele ainda não o disse? – Kariya comentou quase como desprezando a falta de informação de Datte.
- Não, eu ainda não o disse, Kariya-chan. – Shounan retrucou sério. – Datte, prepare seu arsenal ninja, pois vocês Irão matar uma certa pessoa para mim...
----
Espero que tenham gostado
Assunto: (Datte) Filler 15 - Assassino profano - O "serviço" 
Qua 7 Set 2011 - 13:55
muito bom! Gostei da equipa 
