Anteriormente...Certo dia a minha vida iria mudar. Foi quando tive a ideia de me juntar a uma vila ninja para que pudesse aprender a controlar melhor a minha Consciência Negra e quem sabe tirar proveito dela. O plano perfeito para o fazer era fingir uma perda de memória absurda, talvez desta forma as vilas me aceitassem.
– Deixa-me sair daqui, vá lá é só por um bocadinho. - dizia uma voz vinda do ar que se encontrava transparente, era a sua consciência negra.
– Porque te consideras preso? Tens a tua própria forma física, devias-te considerar livre. - Vociferei-lhe para ele, percebendo a sua jogada.
– Sabes bem a que me refiro, quero o teu corpo, só assim serei livre! - Gritou apontando-me uma das minhas kunai curvada ao pescoço que para as outras pessoas apenas viriam a kunai a flutuar.
– Se eu morrer, tu morres. - Nunca tive a certeza se isto aconteceria mas parecia-me o mais lógico e a ele também pois sempre se amedrontara com isto, e afastara-se. - Um dia vais ser livre, por enquanto seremos separados e irás ajudar-me.
– Suplica. - Disse o meu eu negro.
– Não preciso...
Ao longe vi um portão de uma aldeia ninja, rodeada por rochedos de terra. Automutilei-me provocando golpes menores e rebolei sobre o são sujo e lamacento, de seguida apanhei um tronco e apoei-me como se de uma bengala se tratasse. Nesse caminho sinuoso para a minha entrada na vila um Anbu passou perto de mim, sabia que era um Anbu porque já tinha oucido a expressão noutra vila, mas de facto não sabia o que era. Muito pouco eu sabia sobre o mundo ninja, ou quase nada mesmo, apenas alguma gama de técnicas e a moldar o meu chakra.
A máscara de pássaro com bico vermelho saltou de um tronco e olhou para mim, não vendo nenhuma hitayate não me teve como inimigo. Retirou-me a bengala improvisada e trocou-a pelo seu ombro.
– Estás bem? - Perguntou.
– Sim, um pouco fraco. - Respondi mentindo.
– O que se passou? - Rapidamente me interrogou para saber como eu tinha ido parar àquele estado. A minha consciência negra, mantia-se calada e invisivel.
– Uh!? - Os meus olhos ficaram esbugalhados e a minha boca aberta de susto, era um bom actor. - Não me lembro de nada, acordei à momentos debaixo de uma árvore. - Fechei os olhos como se fosse a desmaiar, mas fingi ganhar forças no último momento e levantei-me.
Consegui criar-lhe uma sensação de amistosa e ele colocou-me nas costas, por cima do seu manto. Correndo pelas árvores aquele shinobi levou-me até à sua vila. Se as informações que tinha recolhido pelo caminho estavam correctas aquela era Iwagakure, a Vila Oculta da Pedra, uma vila que se tinha reerguido à pouco tempo depois do ataque de uma organização, mas nada disso eu sabia.
Já chegados à vila comecei a observar mais no quotidiano da mesma. Também na arquitectura, detectei logo um edificio enorme, bem maior que os outros. No topo acabava com um telhado em cone e fui descendo com a vista até chegar à base, foi quando reparei que todas as casas e prédios pareciam ter sido esculpidos ali. Quando dei por mim já estavamos dentro do maior edificio que anteriormente tinha observado.
– Tsuchikage-sama. - Disse o Anbu. Pensei que fosse este o nome da mulher que ali estava mas depois lembrei-me que Kage era o maior titulo que normalmente as vilas tinham. - Encontrei este rapaz ferido, quase morto a percorrer a estrada para a vila. O pior é que ele não se lembra de nada, devo prosseguir com o teste?
– Nunca na vida, primeiro tratamos dele porque pelo que vejo está muito mal tratado. Já para o hospital, vou convosco.
A Tsuchikage avançou connosco para o hospital, também uma escultura de pedra ali no meio da vila era grande. O médico fez-me um prognóstico muito rápido e besuntou-me com algumas pomadas. Fiquei lá um dia de repouso, até que chegou o dia derradeiro de me fazerem o teste à memória. Para isso eu tinha um truque na manga. A sala pequena estava cheia de poucas pessoas, mas que a preenchiam. A Tsuchikage, dois guardas e um Anbu desta vez com uma máscara de gato. Esse mesmo colocou-me a mão por cima do escalpe, mas mesmo a tempo transferi toda a minha memória para a minha consciência negra, fiz algum esforço para a segurar lá enquanto um Anbu me vasculhava a cabeça, foi tão complicado que não consegui e desmaiei...
Acordei dois dias depois no sofá do escritório da Tsuchikage, não percebi porquê mas talvez ela me tenha deixado ali para se certificar que estava lá quando eu acordasse.
– Ah já acordaste. - Disse a mulher com uma voz pouco doce, mas ao mesmo tempo meiga. - Tens dores?
– Não, não. Está tudo bem comigo, quer dizer, excepto de não me lembrar de nada.
– Pois nem percebemos como ainda estás vivo, o Anbu não encontrou um pedaço de memória se quer. Alguem te deve ter selado noutro lado.
– Selada? O que é isso? - Desta vez falava mesmo a sério, calculei que selar fosse algo ninja, mas sobre isso eu não sabia nada.
– Vais ter tempo para perceber isso tudo, vou destacar-te um bom sensei.
– Isso significa que vou ficar por cá? - Perguntei com entusiasmo real, queria mesmo ser um grande ninja e perceber esta minha consciência negra. Outra coisa que queria era saber realmente quem era.
– Se quiseres... - Respondeu a Tsuchikage.