Visto que eu não posto nada há séculos,
ninguém muitos de vocês não se devem lembrar do que aconteceu antes, por isso, para conseguirem perceber as coisas daqui a diante, era melhor lerem para trás (cliquem aqui para a lista de fillers e treinos)
Thanks pela paciência
Now, to the filler \o/
Chegada Sentiu-a trepar pelo seu corpo, descansando no ombro protegido pelo tecido azul-escuro. A paisagem nocturna não se incomodava em esconder o ambiente pesado que sempre se mantinha aliado a guerras despropositadas.
— Não pudemos fazer nada. — sussurrou no seu ouvido, o derrotismo visível no seu tom.
— Desde quando é que nos damos por vencidos tão facilmente?
— Desde que passámos a estar de mãos atadas.
O riso dele foi acompanhado pelo sussurrar das folhas da árvore que os protegiam, o seu olhar nunca deixando as filas de casas dispostas à sua frente.
— Estamos longe de estar condenados. Pelo menos enquanto eles não me puserem as mãos em cima.
— Como se isso fosse possível. — retorquiu o seu companheiro, fazendo-o sorrir divertido.
— Touché.
**********************
Olhou para os dois lados pela quinta vez, fazendo o Atsuko revirar os olhos, irritado. — Quando quiseres!
Aruko lançou-lhe um olhar repreensivo antes de, finalmente, abrir a porta da dispensa. Depois de semanas a bater com a cabeça nas paredes na tentativa frustrada de conseguir resolver o enigma que a sua perseguidora oficial lhe propusera, decidira seguir a pista mais ridícula de todas que, por motivos desconhecidos, lhe parecia cada vez mais plausível.
— Ainda não me disseste porque é que faltaste ao treino.
O moreno arqueou a sobrancelha — Que treino?
— O de- esquece, também não interessa.
Tendo a certeza que os pais não a apanhavam em flagrante, retirou a caixa de metal polido do seu esconderijo improvisado, o seu olhar viajando desde a sua superfície até à pequena fechadura que a adornava.
Com toda a delicadeza que lhe era possível, caminhou com Atsuko até à sala, depositando o faqueiro na superfície da mesa encerada.
Se a minha mãe descobre que eu mexi nisto, estou morta. Ainda por cima tendo em conta a colecção gigante de facas que ela tem… Yup, definitivamente, não devia estar a fazer isto.— Mas aconteceu alguma coisa de interessante?
— Não, foi só… estranho. — ela encolheu os ombros, desprezando o assunto para um recanto da sua mente.
Tirou a pequena chave do bolso e, deitando um olhar ao amigo que se limitou a incentivá-la com um aceno de cabeça, encaixou-a na fechadura. Com um ligeiro clique, o cadeado desistiu de ser uma barreira entre eles e o interior da caixa que protegia há mais de quarenta anos.
*************************
Fitou novamente o seu reflexo no espelho analisando cada detalhe, garantindo que as ligaduras permaneciam invisíveis a olhares alheios. Nenhum deles podia ver as marcas do seu encontro com a Z, muito menos a colega de equipa. Reviu o seu plano, treinando mentalmente todos os hipotéticos tópicos de conversa que pudessem surgir.
A guerra entre os aliados de Kirigakure e os de Konoha já se havia iniciado, tornando ainda mais urgente que recuperasse os documentos. Se chegassem às mãos do Mizukage, seriam exterminados por saberem demais. Se chegassem às do Hokage, o grupo seria desmantelado definitivamente. Engoliu em seco. Acontecesse o que acontecesse, era bem possível que todos eles acabassem numa animada sessão de tortura, em que apenas o sadomasoquismo da louca acharia agradável.
Atou a faixa da vila em redor da cintura, decidida. Nem pensar que ela iria falhar. Desviou os fios loiros dos olhos. Não outra vez.
*************************
— Isto vai correr tão mal! — gritou ela entusiasmada, as suas palmas ecoando na sala despida.
— Controla-te. — sibilou o homem, deitando-lhe um olhar fulminante que lhe passou completamente ao lado.
— A culpa é tua de não teres conseguido fazer isto. — aproximou-se dele a passos largos, pondo-se em bicos de pés para sussurrar ao ouvido do colega — Tu é que obrigaste a que tivéssemos que contratar esta incompetente para obtermos as informações que queremos.
A ruiva não se surpreendeu quando sentiu as suas costas embaterem contra a parede gelada, o pescoço envolvido com a mão direita do homem à sua frente. Um sorriso desenhou-se nos seus lábios, o entusiasmo a assolá-la.
— Tens sorte de nos seres útil, Z. — congratulou ele, antes de lhe virar costas, a pressão exercida no pescoço dela esquecida.
— Ao contrário de ti. — respondeu, a sua voz baixa, sedutora.
O sorriso que recebeu estava livre de humor, fazendo-a sorrir ainda mais. — Não por muito tempo.