(parte 2 do meu treino. Ainda não consegui escrever a parte 3... Amanhã tenho teste ^^")
A ninja retirou as duas espadas das respectivas bainhas e esperou mais instruções. Ryu começou então a falar:
- Não sei exactamente há quanto tempo foram forjadas essas tuas espadas, pois até os próprios elementos se esqueceram. No entanto, havia algo no seu interior, como uma energia, que os intrigou. O seu mau estado fez com que tivesse que as arranjar e assim contactar a energia do seu interior. Apenas a Kaze e a Hinote foi permitida uma ligação. Metade das espadas, a parte branca, é a que contém o poder do vento, e a outra metade, a preta, o poder do fogo. Vários anos mais tarde, as espadas foram-te entregues. Ou melhor, elas mesmo se entregaram a ti e vimos então que elas te pertenciam por direito. Essa é a forma básica delas, Ken. E têm mais duas formas, mas só te ensinarei a forma secundária, a Ken no Hanshoku.
- A multiplicação de lâminas? – inquiriu ela, repetindo o nome.
- Sim. O método é simples. Basta controlares o teu chakra de modo a tocares do interior das espadas e dizeres o controlo. Neste caso, Ken no Hanshoku – explicou ele.
Kristea tentou fazê-lo. Concentrou-se, dirigindo o seu fluxo de chakra para as espadas. Assim que sentiu que tocara a energia no seu interior, exclamou:
- Ken no Hanshoku!
As espadas brilharam, encolheram e, numa fracção de segundos, dividiram-se em várias lâminas. Assim que a luz desapareceu, Kristea viu que a forma secundária das espadas era a de um leque.
- Apresento-te Okibi – disse Ryu, apontando para o leque de lâminas raiadas de vermelho. – Ichijin – ao dirigir-se ao de lâminas de raios prateados.
Kristea observou minuciosamente o tecido branco dos leques. Era estranhamente trabalhado com fios que cintilavam com mil cores.
- Agora quero que me ataques. Descobre o poder deles – pediu o anjo, afastando-se e colocando-se em posição de defesa.
Depois de olhar novamente para os leques de aproximadamente 30 centímetros de altura cada, saltou sobre Ryu, atacando com um dos leques e defendendo com o outro. O choque das lâminas parecia não ter tido nenhum efeito, mas verificou-se o contrário. Por ter tantas lâminas, o leque acabava por acertar eventualmente.
- Muito bem! Outra vez! – incentivou ele.
Kristea rodou sobre si mesma, trocando a posição dos leques. De seguida, fez um backflip e mandou um pontapé a Ryu enquanto girava no ar. Ele parou-lhe o pé e fê-la rodopiar. Aproveitando o impulso, ela colocou as mãos no chão durante um segundo e mandou novamente um pontapé, aplicando chakra aumentar a força do golpe. Ryu defendeu, mas foi arrastado uns metros.
- Vejo que estás a perceber a essência dos leques. Ataque e defesa. Que tal um combate mais a sério para te habituares aos leques? Um defende, o outro ataca e depois trocamos.
- Hai! Quem começa a atacar?
- Podes ser tu. Podes usar toda a tua força sem restrições.
A velocidade de Ryu era tal que os olhos de Kristea jamais conseguiriam acompanhá-lo. Precisava de ser una com o vento para sentir a sua posição. Após alguns segundos, a presença do anjo começou a fazer-se sentir. Seria bem mais fácil atacar assim. Quando se preparava para atacar, alguém colocou uma venda sobre os seus olhos.
- Se utilizas os olhos do vento, não precisarás destes – disse a voz límpida de Kaze.
Como é que era possível fazê-lo? Perderia o sentido de orientação e poderia magoar-se a sério.
- “Vá lá! Tu consegues. Acredita nas tuas capacidades” – a voz tão familiar de Ryu ecoava na sua cabeça. Reparou que conseguia perceber que ele sorria. Afinal seria assim tão complicado?
Utilizando o shumpo (flash step), moveu-se rapidamente na direcção dele e atacou com ambos os leques, movendo-os na vertical, mas com direcções diferentes. Assim que tocou nele, a sua presença moveu-se. Teria que o perseguir utilizando o shumpo. Talvez fosse mais desgastante, mas era a única hipótese que tinha contra ele.
Aquela perseguição a alta velocidade e as tentativas de ataque físico constantes da jovem ninja continuaram por mais de 13 minutos até ela começar a sentir os seus movimentos mais lentos do que era suposto devido ao cansaço. O nervosismo começou a invadi-la assim que percebeu que estava a atacar tanto para nada. Resolveu então concentrar um pouco mais de chakra do que antes e fez um último ataque. Baixou os leques e retirou a venda com uma das mãos.
- Bem… Parece que me apanhaste – disse Ryu, reparando no rasgão na sua camisola bege. Virou-se directamente para a ninja: - Não te vou meter atrás de mim.
- Eu aguento. Descanso depois – respondeu ela.
- Tens a certeza? Estás a ficar ligeiramente pálida.
- Tenho. Se sentir que não aguento, paro. Não te preocupes.
- Desculpa Kris, mas agora vais ter que descansar. O pior ainda está para vi e tu já estás demasiado desgastada para aguentares outra dose destas mais o Gogyou no Mai – declarou ele, obrigando-a a sentar-se. – Vais ficar aí até eu ou a Sakura-sama virmos que estás em condições de continuar.
Kristea, embora contrariada, deixou-se ficar sentada, enquanto observava a bela paisagem da clareira.