Filler 5 – Gõu-Sama
Anteriormente... - Spoiler:
Adorei aquela vila, era tudo preto, ou amarelo. Não havia ninguém na passear rua, mas mesmo assim havia uns altos postes que libertavam luz no seu topo, iluminando a rua. “Pequenos Sois?” foi o primeiro pensamento que me veio à cabeça. Levantei-me da pedra bruscamente, mas… “Aí, que dores!” Já me tinha esquecido da punição do dia anterior, assim tive de me conter e sentar-me na pedra. O meu companheiro surgiu à minha beira e disse.
-É bonita não é? Bem-vindo a Amegakure! – Disse ele.
Hashiburi Nima saiu do “carrinho” de pedra e este desfez-se em múltiplas rochas, ele deu meia volta e olhou para mim. Sai lentamente do carrinho, para que a dor nas minhas costas não voltasse, ouvi um “BLOCK!” atrás de mim e quando olhei um monte de pedras era o que restava do meu transporte. Voltando a minha cabeça para a interminável rua na minha frente, vi que o meu companheiro começara a andar dirigindo-se em frente. Segui-o, até entrarmos na rua ladeada pelos altos prédios, e de onde a única iluminação vinha dos “mini-sóis” que estavam presos a uns altos postes de ferro. Continuamos a caminhar sempre em frente, mesmo depois de termos encontrado cruzamentos entre ruas. Agora um medo começava a apoderar-se de mim. Estava a aventurar-me no desconhecido, pelo meio de uma grande cidade, cheia de altos prédios, que agora pareciam começar a inclinar-se para cima de mim, como garras a tentarem apanhar a presa, e de onde a única luz provinha de uns “mini-sóis” que existiam de quinze em quinze metros.
O humano parou na frente de um edifício, e então notei que estavam ali mais duas pessoas, escondidas na penumbra. Nima começou a falar com elas, num tom calmo.
- Sendo assim. Podem entrar. Vou avisar Gõu-Sama, enquanto sobem. – Disse um dos guardas que protegia a entrada principal para a mansão do líder de Amegakure.
- Muito obrigado. – Disse o meu companheiro. Este deu meia volta e abanou a cabeça para mim. Percebi que ele queria que o seguisse novamente. Passamos por uns portões que foram abertos e entramos num grande átrio que tinha uma escadaria ao fundo. Seguimos em frente e entramos na escadaria, subimos degrau a degrau durante minutos. Isso incomodou-me, porque sempre que elevava a perna, as costas doíam-me levemente. Chegamos a um patamar em que em vês de continuarmos a subir a escadaria, que se estendia até sabes lá aonde, abrimos uma porta e entramos num corredor. Este corredor era iluminado por “mini-sóis” que saíam da parede. Percorremos o corredor, até à última porta, aí Nima bateu uma única vez produzindo um som oco.
- Entrem. – Ouvi do outro lado da porta, um voz mal-humorada.
O meu companheiro abriu a porta e entramos. Era uma sala estranha. Havia apenas um mesa, ao fundo da sala, por trás estava sentado um homem. Tinha vestido um traje branco, que lhe cobria todo o corpo. A sua altura era considerável, mesmo sentado, os seus músculos eram definidos. Tinha um cabelo castanho-claro, mas curto. Os seus olhos eram azuis esverdeados, e tinham um ar cansado. A sua boca abriu largamente, deixando escapar um longo bocejo.
- Desculpem, acabei de acordar. – Disse ele, assim que pôs os olhos em mim, senti que já o tinha visto antes, num passado longínquo.
- É ele Gõu-Sama, finalmente encontramo-lo, ao fim de tantos anos! – Disse o meu companheiro delirando com algo que eu não entendia. – Mas antes gostava de lhe informar sobre uns certos assuntos.
- Diz lá então. – Ouvi o outro dizer.
- Hã, ele não domina a nossa língua. – Disse o meu companheiro.
- O quê? Como? Porquê? Mas porquê que eles… - Disse Gõu, levantando-se e agarrando a mesa fortemente.
- Sim, pode comprovar isso. Faça-lhe uma pergunta. – Ouvi a pessoa à minha esquerda dizer, apontando para mim.
- Eu acredito em ti Hashiburi. Ele deve ser imediatamente enviado para um curso intensivo, para aprender a nossa língua o mais rapidamente possível! – Declarou o líder.
- Hã, outro problema, ele foi gravemente chicoteado.
- Não! Porquê, por quem? – Disse começando a elevar a voz.
- Bem, foi chicoteado por uma tribo que vive nas montanhas rochosas, perto de Iwagakure. O porquê de o terem chicoteado não sei. Mais um assunto que devia saber. – Com isto, consegui ver um certo medo apoderar-se da pessoa na minha frente. - Ele não tem conhecimento algum, sobre técnicas ninjas. – Declarou Nima.
- Não pode, não pode! Eu mesmo os encontrarei e os farei pagar! – Comecei a ter receio que o homem na minha frente rebentasse. - Sendo assim, enquanto aprende a nossa língua e os nossos costumes deverá estudar na Academia Ninja, juntamente com as outras crianças.
- Muito obrigado Hashiburi, estou muito agradecido, fico em dívida para contigo. Haverá algo que desejes? – Perguntou o líder de Amegakure.
- Uns 10 mil Ryos chegam. – Disse simplesmente, como se fosse uma ninharia.
Gõu olhou furiosamente para o meu companheiro e disse:
- Leva-o para o hospital, depois volta cá e terás o teu pedido nas mãos dos guardas.
- Hai! – Disse o meu companheiro. Com isto saímos daquela sala, em que apesar de não ter percebido uma única palavra, senti que a minha vida estava prestes a mudar.