Melhorando o que já foi aprendido
A tarde estava mais fresca que a manhã. Recheadas por ventos fortes e nuvens que por vezes tampavam o teimoso sol que insistia em mostrar sua presença com o calor. Da corrida da manhã, Lo voltou apenas para o campo de treinos e descansou por ali, fumou alguns cigarros, se satisfez com alguns bolinhos de arroz e descansou. Ele sabia que se voltasse para casa, teria um enorme trabalho em voltar a treinar, a preguiça não o impediria de voltar. Lo gostava de treinar, mas sempre com alguém, não gostava de se sentir só, mas era o que ele tinha pra tarde. Estava lá por uma da tarde quando se levantou e decidiu começar o treino, não tinha certeza do que deveria treinar, mas algo não saia de sua cabeça. Ele não entendia como Utena encontrará o Lo verdadeiro entre os bushins, talvez era isso que precisava ser treinado, controlar o chakra pra fazer uma técnica simples como essa, e ser bem sucedido.
O garoto se posicionou no meio do campo, na parte da terra e de olhos fechados fez um selo simples. Manteve o selo por um tempo, enquanto sentia seu chakra fluir e ser liberado pelos poros.
– Bushin no Jutsu! – Duas cópias do garoto saíam do mesmo, uma de cada lado, na mesma posição que o mesmo.
“Mais uma vez.” Os clones se desfizeram e o garoto voltou a fazer o selo com os olhos fechados, se concentrou mais tentando se desligar do local e pensar apenas na técnica. Era algo simples, mas nada melhor do que o simples pra se aprender. De si novamente saíram dois clones os quais o garoto julgou mais idênticos. Se desfizeram mais rápido do que apareceram e o primeiro sorriso apareceu no feminino rosto de Lo, também pela primeira vez sentia a bandana incomodar seu pescoço, por vezes se esquecia da mesma.
“Tudo valeu a pena afinal. Só preciso me esforçar mais a partir de agora.” Os finos dedos do loiro acariciavam a bandana e por um momento ele voltou a pensar no velho amigo.
“O que te levou a....” Seu pensamento fora interrompido por um fruto que caiu da única grande árvore do local. A árvore de tronco grosso fez o pequeno lembrar de outra técnica da academia que o ajudaria no controle de chakra, o Kinobiri.
Se achegando perto da árvore, o garoto concentrou teu chakra na sola dos pés e começou a escalada. Um passo após o outro, Lo já estava totalmente inclinado e colocava mais velocidade nos passos até que o nível de chakra na sola de seu pé esquerdo aumentou afundando o tronco e o levando ao chão. Ainda não estava muito alto então a queda não fora tão brusca, mas o deixou demasiado sujo.
“Merda.” O gennin tomou uma distância da árvore e de longe veio correndo, concentrando mais uma vez o chakra nos pés e adquirindo mais velocidade. Dessa vez, já estava no meio do tronco e quando exagerou no chakra, mas dessa vez estava preparado pra cair. Com o outro pé chutou a árvore e saltou pegando equilíbrio para cair em pé. “Só mais uma vez.” Não estava cansado ainda, mas já estava bastante suado. O céu estava nublado, mas ainda assim existia mormaço, Iwa era sempre quente. Correu mais uma vez em direção a árvore, dando agora mais atenção ao pé esquerdo, não se importando tanto com a velocidade. Por fim, conseguiu chegar quase ao topo da árvore que era composto por muitos galhos cheios de folhas e frutos que impediam a aproximação do garoto. Lo então desceu metade do caminho usando a técnica e pulou ao solo.
“Merda, cadê a Utena? Não sei mais o que treinar.” Deitou na grama abaixo da árvore bufando o tédio que está por vir. A única coisa que o restava e que iria fazer era flexões, depois dos jantares familiares era a coisa que ele mais odiava.
“Vamos lá então.” Se virou flexionando os braços no sentido do peito e esticando as pernas na ponta dos pés. Começou. Não tinha força alguma, portanto não conseguia acompanhar Utena ou Remu, que faziam lá suas cem repetições enquanto o garoto caia na trigésima, mas agora eles não estavam ali para rir. Já caíam pingos de suor de seus cabelos loiros e escorriam pelo seu rosto avermelhado, sentia as juntas dos braços começarem a tremer, mas insistiu, tentou e fez mais do que o de sempre. Chegará na quadragésima quinta quando se atirou ao chão, ofegante, respirando falhamente. Ficou esticado ali por cerda de cinco minutos, pensando na apresentação de artes que o seu clã fará na manhã seguinte, esquecerá que também iria se apresentar. Voltou ao foco e dessa vez conseguiu fazer cinqüenta flexões, mas depois ficou mais de cinco minutos repousando.