Era madrugada e Akira acordara assustado, mais uma das visões que rondavam sua cabeça o assombrara. O medo que reside em sua cabeça o atormentava, mas ao mesmo tempo, dava-lhe a determinação que ele precisava, para ele era bom ter estas visões, elas serviam para lembra-lo de seu objetivo e lhe dava mais força para encarar o seu futuro como um verdadeiro shinobi. O tempo passara e agora já se podiam ouvir alguns dentro de casa, era Huey Mitsukubane, jounin que o salvara da morte 12 anos atrás e que passara a cuidar dele como um filho. Ao ouvir os pequenos barulhos produzidos Akira resolvera finalmente descer.

O jovem remanescente da família Lamperouge que aparentemente fora assassinada – nunca se soube ao certo o que acontecera – estava tonto, as visões que ele tivera – que estavam ficando mais confusas a cada dia que passa – o deixavam meio desconsertado. Ele ia descendo devagar, degrau por degrau a fim de não cair, até que pode ouvir a voz do Sr. Mitsukubane.

– Mais uma daquelas imagens o atormentara novamente essa noite, meu filho? – dizia Huey, nitidamente preocupado.

– Sim... Elas estão cada vez mais confusas...

– Tome um bom banho para relaxar, já preparei suas roupas, hoje é um grande dia!

Huey era um bom homem, mesmo que não soubesse lidar com diversas coisas, dava para sentir sinceridade e amor no pouco em que ele falava. Naquela altura ele já havia construído um amor paternal pelo jovem.

Akira fora tomar seu banho, tirava seu simples pijama listrado enquanto observava seu próprio corpo, marcado por diversas cicatrizes que foram feitas durante crises perturbadoras semelhantes a ilusões de um genjutsu, o Lamperouge se via sendo cortado por algum ninja misterioso quando na verdade cortava a sí mesmo. Estes acontecimentos deram a ele a necessidade de aprender a técnica “Genjutsu Kai” para que pudesse evitar estragos ao seu próprio corpo, o que fazia com que os que presenciavam a cena pensassem que de fato era um genjutsu, porém sem alguém diretamente provoca-lo. Finalmente ele entrara na água, água morna e tranquilizante, sua mente estava sendo revigorada.

– Agora sim! – dizia Akira ao se sentir bem melhor do que mais cedo.

E então saíra do banho e fora colocar suas roupas, uma calça com um tom cinzento e uma camisa cinza com detalhes roxos (que mais parecia um kimono aberto e preso na cintura). Após colocar apenas suas calças uma presença surge na brecha da porta.

– Posso entrar? – Dizia uma vozinha tímida.

– Claro, estavas precisando de uma ajuda. – respondia ele carinhosamente.

A vozinha em questão era Luna, uma adorável jovenzinha de cabelos ruivos e olhos verdes profundos – que quando se olhava dava a impressão de estar penetrando sua vista em uma floresta bem viva – filha de sangue de Huey e que acabara de se tornar uma kunoichi junto com ele.

– Quer que eu enrole suas faixas? – perguntava ela com um olhar triste.

– Tudo bem... – falava ele com pesar.

A verdade é que Akira não gostava de ficar com suas cicatrizes a mostra, principalmente na frente da sua querida Luna. Em muitos dos episódios de genjutsu que aconteceram ela ficara muito assustada e isto marcou a vida dela. As marcas em seu corpo só a fazia lembrar dos acontecimentos passados por isso ele as cubria com faixas, para evitar a dor dos seus queridos. Mas, para ele deixa-la ajudar seria melhor do que ela não poder fazer nada.

E ela começou, era possível sentir duas mãos pequeninas passando em seu corpo, acariciando suas marcas com muito amor, esta sensação o aliviava ainda mais.

– Terminei! – finalmente disse ela, um pouco mais contente.

Após ela terminar foi possível ou vir a voz do Sr. Mitsukubane os chamando.

– Crianças, já é hora! – Falava ele. Na verdade ele falou algo mais porém não se pode ouvir devido a distância a qual eles se encontravam, mas se sabia que era algo relacionado a "comida".

Os dois irmãos de pais diferentes desceram correndo, não queriam chegar atrasados logo no primeiro dia como genin. Ao chegarem lá embaixo se deparam com uma mesa bem recheada, no entanto já estavam atrasados e não teriam tempo de provar de tudo que estava ali.

Akira tomou rapidamente um pouco de chá de pegou 2 ou 3 pães da mesa para comer no caminho. Já Luna tocou um copo bem grande de leite e pegou somente um pãozinho.

– Estamos indo! – gritavam eles enquanto já corriam para a porta de casa.

– Esperem meus filhos, vocês não estão esquecendo de algo? – dizia ele ao mesmo tempo que brincava com os dois.

As crianças olharam um para os outros e ao perceberem o que faltava olharam diretamente para Huey e lá estava ele sorrindo com duas bandanas em sua mão. Os dois correram em disparada até ele para que pudessem coloca-las, chegando lá Huey coloca carinhosamente as bandanas neles. No braço direito de Akira e amarrando o cabelo de Luna.

Os dois irmãos atrasados agradecem ao pai com um rápido abraço e partem finalmente para seu grande dia como um verdadeiro ninja, ou melhor, para o primeiro dia da grande jornada para se tornar um verdadeiro “verdadeiro ninja”.