– Espera Akira, espera! A-ki-raaaaaa! Esper... – ouviu-se um barulho. A voz sumira.

O pequeno se virou surpreso, ficara curioso para saber o que havia acontecido com Luna, ao virar-se de deparou com uma cena, lá estava sua querida irmã de caída sobre o gramado que havia no caminho, pedaços do pãozinho que ela pegara as pressas antes de sair de casa estavam espalhados pelo chão. Lá fora ele perguntar.

– O que aconte...

– Idiotaaaaaa! Idiota, idiota, idiota, idiota! – ela o interrompera, batendo nele – Eu disse para você me esperar – dizia ela de cara emburrada.

– Como você caiu? – perguntara Akira

– Você sabe muito bem como é difícil correr e comer ao mesmo tempo – ela respondera, com vergonha.

– Hahahahaha - ele começara a rir.

– Idiota, idiota, idiota, idiota! – E lá fora ela bater nele novamente.

Luna é uma menina infantil, que quando irritada sempre começa a bater nas pessoas. Apesar disso, a pequena fica tão adorável quando nervosa que é impossível se irritar com ela.

– Ei... – finalmente ela se acalmara. – O que houve com seu cordão? – dizia ela, surpresa.

– Não acredito, acho que o deixei no banheiro, quando Huey nos chamou já estava na hora e descemos as pressas, esqueci-me de pegá-lo. Falando em hora, estamos atrasados, vamos logo!

O cordão que Luna mencionara era o cordão que estava junto com Akira quando o Sr. Mitsukubane o salvou. O objeto é o ultimo resquício de prova física de que o jovem é, de fato, um Lampeourge. Tem um valor sentimental muito grande para o genin, por mais que não seja raro se sentir mal quando o utiliza.

Os dois enrolados correram o ultimo pedaço de caminho que faltava. Finalmente podiam ver a Academia Ninja. Entraram pela porta principal, passaram por uns dois corredores antes de virarem a direita para chegarem aonde precisavam. Chegaram à sala e deram de cara com um relógio. Estavam bem atrasados.

– E agora, será que podemos entrar? – questionava Luna.

– Não sei, só tem um jeito de descobrirmos. – dizia Akira, girando a maçaneta devagar e abrindo a porta. A sala estava vazia.

Ao colocar seus pés dentro do lugar, o jovem surpreendeu-se com uma kunai que se fincou na parede, ao lado de seu rosto, quem a projetara fora Tokiomi, jounin que ficara responsável por guiar cada time de genins para seu devido sensei.

– Os senseis estão em reunião com os que estavam presentes. Vocês ficaram juntos no time 2. Shunrei será a responsável por vocês. Peço que esperem aqui para eu possam realizar a entrevista tradicional após os outros.

– Tudo bem então – disseram os dois um pouco desanimados.

A ideia de esperar até o fim das entrevistas não os agradava. Muitas vezes elas demoravam e, ter que esperar por algo que você deveria estar fazendo é bem irritante. Além disso, existia mais uma coisa que os perturbavam: a curiosidade. Os pequenos nunca ouviram falar da Shunrei-sensei e ainda não sabiam quem era o outro membro do time 2. A ansiedade os matava.

Chegada a hora, finalmente já podiam ver os recém-formados genins saindo das diversas salas. Todos haviam saído. Os jovens procuravam sua sensei, imaginavam que ela estaria esperando por eles em algum lugar da academia... Até que tomaram um susto.

– Olá, queridos atrasados. – era Shunrei que aparecera atrás deles como um vulto. Os dois ao olharem para a figura da jounin ficaram surpresos, afinal, não havia nenhum sinal de irritação em seu rosto.

– Ér.. Olá, hehe – responderam a saudação, sem graça.

– Por favor, me acompanhem pequenos, já é tarde. Façamos rápido esta entrevista.

E lá foram eles, seguindo a aparentemente gentil e ao mesmo tempo imponente sensei.

Shunrei era uma mulher esplêndida, possuía uma pele bem clara, cabelos negros, longos e trançados até o meio de suas costas, ela usava uma calça preta bem colada ao corpo, seus seios eram enrolados por uma faixa, sobre a mesma havia um longo sobretudo verde escuro. A jounin utilizava luvas com o símbolo de Kumo.

Finalmente chegaram a algum lugar. Uma sala escura com algumas poucas janelas fechadas, espalhadas pelos cantos. A sala era iluminada por velas, o que dava um tom gótico à mesma.

– Aqui estamos nós. – murmurou a sensei – Bem, deixem me dar umas explicações, provavelmente vocês estão se perguntando “Que diabos é esta sala?”. Esta sala foi produzida por mim para extrair os mais profundos sentimentos existentes nos corações dos genins. Tecnicamente falando, sua aparência é combinada com um pouco de chakra meu para produzir um simples genjutsu sonoro capaz de extrair essa essência de vocês. Fim da explicação. É só isso. Agora vamos às perguntas. Gostaria que vocês me dissessem seus nomes, a idade de vocês, o que vocês gostam de fazer e o objetivo de cada um como ninja, somente isso. Pequeno, você pode começar?

– Certo – respondeu ele – meu nome é Akira Lamperouge, tenho 13 anos, gosto de treinar lançamento de kunais em umas árvores perto de casa e meu objetivo como ninja é descobrir a verdade sobre... – o jovem parou.

– Está tudo bem? – pergunta a sensei.

– Sim... É só que eu não tenho exatamente certeza de qual é meu objetivo, sei que sinto um ódio mas... Não sei porquê... Talvez seja pelo assassinato dos meus pais, se é que eles estão realmente mortos... – a sala fizera efeito, tirara a confusão de seu coração – Acho que quero descobrir a verdade sobre o que aconteceu 12 anos atrás. – concluíra o genin.

– Entendo. Talvez um dia você descubra toda a verdade. Agora você pequenina. – prosseguiu a sensei.

– Bem, meu nome é Luna Mitsukubane, também tenho 13 anos, o que eu mais gosto de fazer é cantar e... Não sei qual é o meu objetivo, haha.

Luna tinha um coração puro, somente com bons sentimentos, a sala não fizera a menor diferença para ela.

– És uma boa menina, pequena. – disse Shunrei.

– Muito bem meus queridos, não é justo somente vocês falarem, agora é minha vez. Meu nome é Shunrei Tominaka, não irei dizer minha idade, sinto muito por isso, eu gosto de escrever pergaminhos e meu objetivo atualmente e fazer de vocês grandes ninjas! – termina ela com um grande sorriso no rosto – É isso crianças. Foi um prazer conhecê-las e espero que nós possamos nos dar bem.

– Também esperamos – concordam os recém-graduados, enquanto soltavam uma leve risada.

– Agora, antes que eu me esqueça, amanhã bem cedo eu espero vocês na floresta para um “treino especial”. Vocês não acharam que eu ia deixar passar em branco o atraso de vocês, né? Ou acharam? – falou a sensei com uma expressão doce e ao mesmo tempo bem séria.

– Pra falar a verdade, achamos – murmura Akira – Sensei, já ia me esquecendo, quem é o terceiro membro da nossa equipe?

– Vocês o conheceram no treino de verdade – responde ela – Agora vocês estão dispensados, aproveitem hoje porque amanhã o dia vai ser longo.

Ao terminar a kunoichi se levanta com um leve sorriso no rosto e, em pouco tempo, some da vista dos pequenos, da mesma maneira como chegara.

– Bem, já que ela já foi, vamos também – diz Akira.

– Vamos! Só confesso que ainda estou curiosa sobre o nosso companheiro de equipe.

– Seu companheiro né? – resmunga ele.

– É, é, tanto faz. – responde ela.

E então os dois irmãos vão embora pensando no longo dia que provavelmente terão.