TREINO II
Kazuishi olhava Ugaka, seu companheiro de Team. O sensei Taraki estava a alguns metros, encostado contra a face escarpada de uma rocha, olhando para os alunos que ordenara que lutassem. Á sua beira estava Namoshi que olhava para seus colegas com receio que algum deles se magoasse. Vários metros os separavam, mas ainda assim Kazuishi detetou alguma apreensão no rosto do seu companheiro.
- Comecem! – Gritou o Jounnin.
Ugaka sacou uma kunai e correu na sua direção. “Boa sorte. A atacar-me com uma kunai, mesmo sabendo que o meu estilo favorito é o Kenjutsu.” Pensou o moreno enquanto sacava as Aian Nakkuru e assumia uma posição defensiva. Já perto dele, Ugaka atirou uma shuriken usando a mão que tinha livre. Com uma das soqueiras, Kazuishi rapidamente bloqueou o ataque. Enquanto isso o outro percorreu o espaço restante entre eles e desferiu um ataque na horizontal com a kunai. Usando a outra soqueira o moreno levou-a à trajetória da kunai e parou a ameaça antes que esta lhe acertasse na parte lateral da barriga. Os Gennins debateram-se durante segundos, cada um tentando deitar abaixo a arma do outro, mas gradualmente notou-se que Kazuishi iria ganhar. Assim sendo, usando a mão que tinha livre Ugaka tentou socar o adversário no abdómen, mas este esquivara-se no ultimo segundo, saltando para trás. Quando aterrou Kazuishi iniciou uma corrida até ao adversário. Rapidamente percorreu os metros que os distanciavam e no final, depois de concentrar chakra nos pés, saltou o mais alto que conseguia. Enquanto descia, dirigiu parte do seu chakra para as mãos e empunhou ambas as soqueiras de forma a ficarem com parte mais afiada virada para baixo. Quando estava mesmo em cima dele elevou um pouco os braços, para logo os enviar para baixo com uma grande força e velocidade. Ugaka esquivou-se no último segundo saltando para um dos lados. Enquanto isso o moreno, devido a tanta força, foi impulsionado para baixo e enterrou parcialmente as Aian Nakkuru no solo, enquanto caiu de ombros e joelhos no chão magoando-se. Aproveitando esta oportunidade, o adversário correu para Kazuishi que tentava desenterrar as suas armas. Desistindo dessa operação, o moreno largou as soqueiras e no último segundo rebolou agilmente pelo chão, fugindo ao ataque. No final do rolamento deu meia volta e ainda ajoelhado movimentou rapidamente o seu braço. A sua mão acertou, com intensidade, na parte lateral da barriga do adversário, que fora apanhado desprevenido por este ataque. O adversário retraiu-se e cambaleou, tentando afastar-se do seu agressor. Apesar disso, o moreno correu até a Ugaka e socou-o no queixo deixando-o desorientado e abrindo as suas defesas, de seguida iniciou uma série de socos dirigidos à barriga. No último soco que levou, o rapaz soltou algum sangue pela boca. No final da sequência o moreno deu outro murro no queixo do adversário e por último pontapeou-o mesmo no centro da barriga, atirando-o para trás, acabando por aterrar a metros de Kazuishi.
- Ok pessoal. Já chega! – Gritou o sensei.
Segundos depois o moreno viu Ugaka levantar-se, com alguma dificuldade, e a olhar para ele. O rapaz estava a tremer por todo o corpo, as suas vestes estavam manchadas de salpicos vermelhos e nalgumas partes haviam sido rasgadas, também era possível ver-se algum sangue a sair da boca.
- Não!... Ainda não acabei! – Gritou Ugaka. De seguida começou a executar uma serie de selos. Segundos depois apareceram duas figuras idênticas em seu redor. Estas começaram a correr na direção de Kazuishi. “Detesto Bunshins nesta vila” pensou, pois sabia que em Amegakure os Bunshins eram impossíveis de distinguir dos verdadeiros, pois não existem sombras devido às eternas nuvens de chuva sobre a vila. Os clones estavam cada vez mais perto e o moreno ainda não tinha descoberto o verdadeiro. Também não criou clones, porque começava a sentir-se cansado e queria reservar o chakra. Quando o Ugaka que estava na frente se distanciava de Kazuishi por apenas três metros, o moreno sentiu uma presença nas suas costas. Virou-se e bloqueou, cruzando as mãos, instintivamente um pontapé dirigido à sua barriga. Tendo sido empurrado para trás, o moreno agarrou a perna e puxou-a desequilibrando o adversário. Rapidamente atirou a perna do adversário para o lado, fazendo-o virar-se de costas, de seguida deu um passo na sua direção, para depois o socar na cara. Mas em vez disso, a sua mão passou através de Ugaka, como se lá não estivesse, e instantes depois este dissipou-se. “Que raio?” depois sentiu uma forte pancada no cachaço que o fez perder, por instantes, os sentidos. Quando voltou a si estava estendido no enlameado chão.
- Parece que ganhei. – Kazuishi ouviu a voz de Ugaka junto ao ouvido, sobressaltando-se. – Para a próxima tem mais cuidado com o Kawarimi. – Olhou para o lado e viu uma kunai estendida perto do seu pescoço. - Não sei como não notaste que eu troquei com um dos meus Bunshins depois de me teres desequilibrado. Mas acontece… – Disse ele alegremente enquanto se levantava e libertava o moreno. Quando se levantou Kazuishi viu que o seu adversário parecia que iria cair desmaiado no chão a qualquer momento, ainda assim expressava um largo sorriso na cara.
- Grande reviravolta mano! Não estava à espera dessa. Mas é bem! – Exclamou o sensei aparecendo numa nuvem de fumo e saudando o vencedor do combate com um soco leve no seu ombro. – Também gostei da tua atuação! – Disse ele estendendo o braço por cima da cabeça de Kazuishi. - Meu, tava quase lá, mas ele foi melhor. – Murmurou ao ouvido do moreno. – Olhem, vamos descansar um pouco e depois um de vocês vai lutar contra a nossa querida Namoshi, OK? – Falou ele começando a caminhar em direção a Namoshi.
* * * * *
Minutos depois Kazuishi estava de frente para Namoshi, apesar de estarem a vários metros de distância. Agora que a chuva estava mais forte, nem conseguiam ver o sensei. Segundos depois aos ouvidos do moreno chegou a voz de Taraki.
- Comecem!
Empunhou as soqueiras, que fora buscar depois do combate anterior, e esperou que ela atacasse. Vários segundos passaram sem ninguém atacar, então farto de esperar Kazuishi parte numa rápida corrida. Enquanto ele corria, a kunoichi iniciou uma combinação de selos. Vendo isto o rapaz redobrou a sua velocidade. Apenas a um metro de distância ele puxou o braço para trás, para que o ataque ganhasse mais impulsão, quando de repente foi rodeado por uma cortina de flores. Esta cortina engrossou obstruindo-lhe totalmente a visão. Da mesma forma que apareceu, a cortina caiu e quando a visão voltou viu Namoshi. Apesar disso esta estava no chão a gemer e à beira dela uma poça de sangue aumentava cada vez mais. “Como é que isto aconteceu? O que se passou?” pensou ele depois gritou pelo Taraki sensei, mas nada aconteceu. Não simpatizava com a rapariga, mas também não ia deixa-la morrer! Tentando arranjar uma solução para o problema, os seus pensamentos levaram-no até aos ninjas, onde acabou por descobrir que era um Genjutsu. Desta forma, começou por abrandar a circulação do fluxo de chakra até mesmo parar, durante um segundo conteve-a lutando contra o próprio corpo e de seguida libertou-a deixando fluir furiosamente.
- Kai. – Com isto a visão anterior desapareceu. Em vez de isso, apareceu à frente dos seus olhos uma mão que acabou por acertar nele e atirou-o ao chão. O rapaz levantou-se lentamente com as mãos na cabeça, pois esta doía fortemente. Enquanto isso a rapariga havia pegado numa kunai e corria agora para Kazuishi na tentativa de lhe desferir um ataque. Agilmente o rapaz pegou nas soqueiras e desviou-se, movendo-se para a direita. Agora no flanco da Kunoichi usou a Aian Nakkuru da mão direita para desferir um ataque circular na horizontal. No sentido de o acompanhar, Namoshi rodou sobre si e enquanto isso usou a kunai que num movimento circular tentou apanhar o desprotegido flanco esquerdo de Kazuishi. Apesar disso, o ataque foi bloqueado quando o moreno rapidamente levou a soqueira da mão esquerda na trajetória da kunai. Ao mesmo tempo, a outra soqueira desferiu um corte superficial desde a anca direita até à esquerda de Namoshi passando pela barriga. A intenção de Kazuishi não era fazer um golpe tão grande, mas como a kunoichi rodou sobre si no sentido de o apanhar, tal foi inevitável. Largando a kunai a rapariga levou ambas as mãos à barriga, e deu vários saltos para trás afastando-se do seu oponente.
Apesar de estarem afastados e a chuva obstruir a sua visão, conseguiu ver que a Gennin estava agachada sobre a barriga. Esperou, não ia deitar a baixo a sua honra ao atacar alguém indefeso e acima disso uma rapariga. Algum tempo depois a rapariga levantou-se e ali ficou durante mais algum tempo. De repente desapareceu. Assustado o rapaz apertou bem as Aian Nakkuru e assumiu uma posição defensiva enquanto procurava pela rapariga. Não estava em lado nenhum. Deste modo largou as soqueiras e começou a transformar parte da sua energia física em chakra. Concentrando o chakra necessário para a realização da técnica, executou o selo necessário e disse.
- Bunshin. – Ao seu lado surgiram três clones por entre nuvens brancas de fumo, por outro lado o rapaz sentiu uma quebra energia, deixando-o mais cansado. Quando as nuvens se dissiparam um conjunto de quatro figuras exatamente iguais surgiram em fila. Estes moveram-se, formando um losango de ombro a ombro com as costas viradas para dentro. O quarteto pegou nas suas respetivas Aian Nakkurus e assumiu uma posição defensiva. “Onde está ela?” pensou o verdadeiro Kazuishi. Segundos depois por entre a chuva apareceram vários vultos. Apesar de não conseguir ver bem, tinha a sensação que estes se dirigiam na sua direção. Quando os vultos estavam suficientemente perto para os ver claramente, observou que eram varias Namoshis correndo em um fileira. Também conseguiu ver que estavam todas a realizar selos. “Que estão a tramar? Também primeiro terão de descobrir qual o verdadeiro” pensou enquanto se preparava para interromper a circulação do fluxo de chakra assim que sentisse algo de estranho “Não gosto de Genjutsus” Com esperado, uma cortina de flores surgiu rodopiando em sua volta. Assim sendo começou por abrandar o fluxo de chakra até este parar por completo. Lutando contra ele próprio, susteve a circulação do chakra e de seguida libertou-o furiosamente.
- Kai. - Com isto a visão de Taraki sensei às portas da morte desapareceu e voltou a ver as várias Namoshis. Nesse mesmo momento os seus clones desapareceram e agora estava rodeado pelas seis kunoichis. “Venham! Apenas uma de vocês é a verdadeira” pensou o rapaz assumindo uma posição defensiva. De repente as raparigas começaram a atirar kunais, mas apenas uma de cada vez. O rapaz esquivou-se delas e viu que eram verdadeiras pois quando aterravam elas permaneciam lá em vez de desaparecerem. Uma delas teve que bloqueá-la e consequentemente sentiu-a, isso assustou o rapaz “são todas clones reais?”. Assutado deixou escapar uma kunai que lhe raspou na barriga da perna que fê-lo desequilibrar e cair. Levantou-se num instante a tempo de fugir a mais uma kunai. As ninjas pararam de atirar kunais, o que deu tempo para o rapaz descansar um pouco. Mas logo de seguida todas ao mesmo tempo, as kunoichis atiram mais kunais. O rapaz abaixou-se o mais rápido que conseguiu, vendo as kunais a juntarem-se num único ponto acima da sua cabeça. Apesar disso apenas uma kunai era verdadeira, pois quando as armas se intercetaram as outras desapareceram e esta atravessou as outras e continuou o seu caminho. Sabendo onde de onde vinha a verdadeira kunai, correu para a Namoshi que a atirara “Tem que ser ela!”.
Agilmente percorreu o espaço entre eles e socou-a na barriga, mas em vez de isso a sua mão passou por esta e ela desapareceu instantes depois. “Como é possível? Ela estava aqui!” agora o moreno estava mesmo muito assustado. Logo de seguida sentiu uma dor na omoplata. Olhou por cima do ombro e viu uma kunai espetada na sua pele. Tomando uma decisão, o rapaz arrancou a kunai e correu por entre os projeteis até à kunoichi mais próxima socando-a. Esta desapareceu também. O rapaz foi fazendo este processo, mas teve algumas dificuldades, pois enquanto corria uma kunai acertou-lhe numa coxa e outra na parte lateral da barriga. Quando apenas faltavam duas raparigas, este correu por entre varias kunais, mas ele sabia que apenas uma era verdadeira, a qual acabou por escapar. Apenas a um metro ele puxou o braço para trás e enquanto isso foi-lhe desferido um pontapé na barriga. Não fora muito forte, mas ainda assim doeu, contudo ele continuou e socou-a atirando-a ao chão. No chão esta efetuou um selo e disse uma palavra que ele não conseguiu ouvir. O rapaz levou a mão à barriga, onde levara o chute, e começou a andar na direção de Namoshi. Enquanto isso ele sentiu o clone a aproximar-se dele, mas não lhe prestou atenção. Quando estava mesmo em cima da kunoichi que ainda estava de joelhos, ele sentiu uma forte pancada nas costas que o atirou para cima da rapariga. Contudo ele atravessou-a e caiu no chão.
- Devias estar mais atento ao Kawarimi. – Disse uma voz atrás dele. Este levantou-se com alguma dificuldade, pois estava ferido e o cansaço já lhe pesava muito no corpo. – Este tempo todo estive a usar o Kawarimi… para trocar entre mim e os Bunshins. – “Isso explica muita coisa!” Pensou Kazuishi enquanto olhava para Namoshi. Esta também estava estafada, pois as suas vestes estavam manchadas de sangue perto da barriga, tinha as pernas e braços a tremer constantemente e às vezes tinha de parar de falar para poder respirar. - Estava com esperanças de te cansar… dentro daquele círculo, mas conseguiste sair… Apesar de estares ferido e cansado, eu esgotei… todas as minhas energias a trocar entre os Bunshins e também estou… magoada. Já para não falar que em… corpo-a-corpo ganharias… Parabéns, és o vencedor! – Exclamou ela com um ténue sorriso na cara e arfando de seguida.
- Muito bem pessoal! É isso mesmo! – Disse Taraki surgindo atrás de Kazuishi e assustando-o. – Já chega, agora descansem.
Com isto caminharam até ao local onde Taraki antes estivera.
Assunto: Treino II - Kazuishi 
Qua 19 Dez 2012 - 22:09
