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– Para um ninja médico, como você já deve saber, é primordial saber esquivar de ataques. Esse tipo de shinobi pode, muitas das vezes, ser a chave de uma missão bem sucedida. Chamei-te aqui para aprimorarmos essa tua capacidade de esquiva. – explicava Jin. Ele e seu pupilo, Kou, estavam em uma parte de uma sequencia de rochedos bem formados com o desgaste natural. O genin nunca havia treinado naquela parte de Kumogakure. As pedras predominavam no ambiente, algumas até a dispor de limo sobre sua superfície. O céu mantinha-se nublado, mas não era ameaçador. – Toma distancia e posiciona-te, Kou.

– Hai! – concordou o moreno. Utilizando alguns Shunshins no Jutsu, subiu algumas rochas a noroeste, e quando havia tomado uma distância considerável, parou. Girou os calcanhares para prestar atenção no sensei.

– Bem, que comecemos. Há projeteis que são bem simples e comuns, como kunais e shurikens. Para evita-los, você pode rebatê-los ou simplesmente esquivar. – falou o ruivo, enquanto retirava algum armamento de sua bolsa. Kou o observava. Viu seu sensei atirar, com velocidade e precisão consideráveis, duas kunais seguidas. Kou girou o ombro para o lado, evitando a primeira, puxou em seguida três senbous e, com destreza, as atirou na segunda, desarmando-a ainda no ar . Exemplo dado, Jin voltou a explicar.

– Há também aqueles dos quais agir deste modo já não é tão eficaz – falou o maior. Kou novamente pode ver algumas armas se aproximando: deslizou para o lado, saindo da direção de uma shuriken; Viu uma kunai rumando exatamente em sua testa, e a evitou se abaixando. Uma faca vinha querendo seu tornozelo, mas desviou jogando-se para a direita. Uma segunda faca cortou o ar à sombra da primeira, e Kou teria que rebatê-la. Quando atingiu a arma com uma kunai que tinha rapidamente empunhado, teve braço e ombro esquerdo, além do rosto, queimados por uma explosão.

Kou gritou de dor.

Seu membro ardia intensamente. Deixou-se caiu no chão, concentrou uma boa dose de chakra na palma de sua mão esquerda começava a se curar. Voltando as duas mãos ao rosto executou com perfeição o Chiyute no Jutsu.

– Gomenasai, Kou. Quer continuar? – indagou o mais velho, preocupado.

– Claro, claro. Não foi nada. – falou Kou, pondo-se novamente de pé.

– Pois bem. – continuou o Shirogane – Analisar o seu adversário é quase tão importante quanto saber esquivar. Sabe me dizer o por quê?

– Hai – afirmou Kou. Permaneceu um pouco pensativo por um tempo, mas depois falou – É porque cada adversário pode ter um estilo de luta diferente. Através da análise é possível adequar seu modo de esquiva e assim, criar vantagem sobre o oponente, não é?

– Exato. Bem, mas isso você só verá na pratica. Sendo assim... – Jin mexeu por alguns instantes e de lá tirou um pergaminho. Nele havia contido um ideograma traduzido por “Anjo”. – Apresentou-lhe minha fiel marioneta. Tenshi.

A arma era linda. Possuía longos cabelos de um azul vivo e trajava uma roupa cinzenta simples. Nas costas, duas estruturas metálicas que se assemelhavam a enormes asas brancas se encontravam. Tinha aqueles olhos vidrados característicos, detentores de um tímido tom de cinza claro.

– Vou te atacar com tudo. Escolhi a marionete porque esquivar de seus golpes é crucial. Seu mecanismo de ataque é totalmente flexível e suas lâminas estão embebidas em um veneno especial. Fique atento, Kou. Seu objetivo é tirar minha toca sem sofrer nenhum arranhão. Boa sorte.

O genin preparou-se, tirando três senbous da bolsa e armando-se com “garras”. Ouvindo os “clacs” característicos das marionetas se aproximando, pôs-se em guarda. O primeiro golpe foi desferido por uma lâmina saída do pé direito da boneca. Kou girou o corpo e sair da linha do ataque, vendo a arma fincar em uma rocha que estava por trás do menor. Presa, a marioneta utilizou a mão esquerda: esta se abriu em vários compartimentos, e de uma explosão liberadora de fumo, começaram a surgir inúmeros braços extensíveis. O primeiro serviu de alerta e atingir fortemente Kou no ombro, fazendo-o girar com o doloroso golpe. Mas, acostumando-se, o garoto passou a esquivar com vários Shunshins no Jutsu, além de esquivas diretas.
Correu para as colinas, onde, concentrando seu chakra nos pés, escalou as paredes rochosas para tomar distancia, usando o Kinobiri no Jutsu. Observou por um tempo seu atacante.

“Quando o sensei movimenta a mão esquerda, a parte superior da marioneta ataca. Quando movimenta a mão direita, a parte inferior que se move. Se o Jin-sensei é destro, o melhor que tenho que fazer é tomar cuidado com os pés de Tenshi.”, raciocinou o pequeno.

Estava tão desatento procurando falhas nos ataques que nem percebeu quando Tenshi vinha com tudo para cima dele. Armando novamente o pé com um espigão gigante, a boneca infringiu outro ataque que por pouco não pega Kou no rosto. O garoto havia atirado a si mesmo para uma parte superior do rochedo utilizando a concentração de chakra do Kinobiri no jutsu nas mãos. A marioneta girou o corpo, projetando-lhe um chute, mas Kou o bloqueou com os dois braços.

“Preciso ter um Ás na manga, para qualquer eventualidade.”, pensou Kou. O genin tirou da bolsa duas tarjas explosivas e as fixou no ombro e na costela esquerda na boneca. Não as explodiu. Tenshi abriu sua boca, e prevendo o ataque, Kou soltou o pé da marioneta e executou alguns selos. Quando seu corpo foi completamente fuzilado por senbous vindas da abertura, uma pedra apareceu em seu lugar. Kawarimi no Jutsu .

– Excelente, pupilo. Agora vamos complicar um pouco mais as coisas. – falou Jin, sacudindo as mãos. A marioneta partiu numa velocidade incrível contra Kou, que já estava a postos. Kou acelerou para longe, mas de cabelos azuis já estava em seu encalço. Atirou duas ou três kunais, das quais Kou esquivou com um rodopio. Ela continuava a atirar, e o menor mantinha-se ágil: Apoiou seu peso em uma das mãos e, colocando-a no chão, executou um salto mortal, esquivando-se de algumas shurikens. Viu outras kunais aproximarem de seu rosto, então atirou-se ao chão, de costas. Girou para não ser acertado por outras facas e, com outro mortal, jogou-se para trás, fugindo de uma rajada de senbous. Pode ver duas kunais com selos anexos aos seus cabos.

“Não posso rebater, nem mesmo esquivar assim de tão próximo. Terei que amortecer o impacto”, concluiu o moreno. Fez mais uma sequencia simples de selos e, acumulando seu chakra na região bucal e o expelindo com força, executou o Suiton: Mizurappa.

Kou já estava ficando exausto, mas não desistiria assim tão fácil. Afastando a marioneta com seu Jutsu estilo Água, o menino começou a correr em direção ao sensei. Movimentando as mãos, o ruivo trazia Tenshi para sua proteção. Ela se aproximou do genin como um gavião se aproxima de sua presa, e o golpeou fortemente no tornozelo esquerdo, torcendo-o, fazendo o garoto cair e agonizar. Ela parou em pé, frente ao pobre rapaz, e abriu suas asas. Delas, um gás branco e totalmente denso começou a ser expelido. Era veneno.

O garoto, mesmo sentindo muitas dores, foi rápido ao tapar o rosto com seu braço. Não sabia o que fazer. Não conseguia se levantar, e se respirasse, inalaria o gás tóxico. Aquele parecia ser seu fim. Utilizou o Sansokyoukyuu, acumulando chakra nos pulmões para aumentar o fôlego, mas não parecia ser o suficiente.

“Pensa, Kou, pensa! Você não pode escapar desse gás, mas deve haver alguma maneira! Se eu tivesse ao menos mais uma cartada-”, o rapaz cessou seus pensamentos quando se lembrou de sua jogada anterior. As tarjas. Fez um selo único com as mãos e causou uma grande explosão, que o arremessou alguns metros para trás. Mas apesar disso, havia dado certo: além de dividir a marioneta em três partes, o impacto ainda havia dissipado todo o fumo.

Utilizando novamente o Chiyute no Jutsu, amenizou a dor do tornozelo para continuar atacando. Seria sua última investida. Pôs-se de pé com muita dor e dificuldade. Caminhou rapidamente entre as rochas em direção ao seu objetivo. Aumentando sua velocidade, sacou suas duas últimas kunais e iniciou um ataque direto. Próximo ao seu oponente, Kou tinha mais chances. Jin-sensei puxou um pergaminho da bolsa e invocou uma maça gigante. O menor freou antes que fosse atingido em cheio pela pesada arma metálica. Executou um chute visando o rosto do jounin, mas concluiu o ataque com uma rasteira – Konoha Senpuu. Jin, porém, aproveitando a lentidão de Kou devido ao ataque antes sofrido, iniciou um golde descendente com a maça. O genin utilizou um Shunshin no Jutsu para esquivar do ataque, fazendo a arma ir de encontro com o chão rochoso.

Kou viu seu sensei largar a arma e sacudir rapidamente as mãos, mas não pestanejou em executar seu golpe final: Depois de alguns selos, fez que seu chakra Suiton fosse guiado por suas mãos e expelido, executando o Suiro no Jutsu.

O jounin ruivo havia sido capturado peno seu pupilo.

O menor estava cansado, mas tentava-se manter firme sobre suas pernas bambas. Olhou de relance para cima, e ficou perplexo. Uma nuvem de agulhas estava a cair pesadamente em sua direção. Aquilo foi o ultimo movimento do maior antes de ser preso. Kou largou a cúpula de água e tentou se proteger em vão: não havia nenhuma parte de seu corpo que não fora atingido pelas senbous envenenadas. Sentiu seus braços e pernas aos poucos sendo paralisados. Sua visão foi ficando turva, até que a ultima coisa que vira foi o rosto preocupado de seu carinhoso sensei.

– É uma pena, meu menino. Chegou tão perto. – murmurou o ruivo, pegando seu pupilo no colo.

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