– Olha. Morreu.

- Kami-sama! – Deixou escapar a rapariga em completo estado de choque, levando as mãos à boca.
O Gordo estava efectivamente morto, e pelo estado do corpo, pelo cheiro e pelas moscas que rodeavam o cadáver, já devia estar assim à algumas semanas. Uma pequena aranha rastejou da boca escancarada de Kuwabara, o que fez Touya arrepiar-se e sair do quarto agoniada e de olhos rasos de lágrimas.

Mo acocorou-se junto do corpo sem vida e apodrecido do Gordo, indiferente ao mau cheiro intenso, aproximou-se o mais que pode da enorme cara do colega com alguma curiosidade. Pôde observar pequenas larvas brancas a remexerem-se no interior dos buracos do nariz, e os olhos aquosos revirados para trás, e esticando o indicador preparava-se para mexer no colega de equipa morto.

- MO! – Chamou Touya, regressando ao quarto com os olhos vermelhos de choro. - O que pensas que estás a fazer?
- Nada. – Respondeu inocentemente levantando-se e saindo do quarto. – Vou-me embora.
- Vais deixar-me aqui sozinha? – Perguntou Touya chorosa.
- Tu não estás sozinha. – Respondeu antes de sair de casa do defunto.
- Idiota. – Resmungou antes de regurgitar a sua última refeição.


Os gémeos Wakahisa passeavam por uma rua de Kumo repleta de lojas de roupa, Rippa parecia muito mais entusiasmado do que a irmã na ida às compras, talvez porque a rapariga preferia ter ficado em casa a ler um livro ou a tomar um banho relaxante de sais.

- Que cara mana. – Troçou o rapaz.
- Temos uma missão rank S amanhã, Rippa, e um encontro hoje à noite. Não achas que seria mais proveitoso, estarmos sossegados em casa até ao jantar? – Respondeu a rapariga perdendo um olhar numa montra.

- Devias comprar a saia, gosto bastante quando usas. – Declarou Rippa.
- Mas sabes que não me sinto à vontade. – Respondeu a rapariga retomando a sua marcha. – Vais ficar ai? Eu queria ir para casa.
- Vai andando, toma um banho. – Disse o rapaz, acenando em jeito de despedida, a irmã limitou-se a um encolher de ombros e foi para casa.


Mo saltitava por entre uma rua da Vila do Trovão, aparentemente sem se lembrar que Kuwabara se encontrava a apodrecer no quarto, onde deixara Touya sozinha. Uma lagartixa verde rastejou à frente da criatura e foi-se enfiar num buraco de um muro, como o buraco não era muito pequeno, Mo ajoelhou-se e de cu para o ar enfiou o braço todo no no buraco tentando apanhar a lagartixa.

Um velhote com um casaco grosso, velho e coçado parou atrás de Mo, não se viam os olhos que se encontravam na sombra da aba do chapéu já desgastado, mas percebia-se que observava a pequena criatura.
- Que cheiro… - Resmungou desistindo de apanhar a lagartixa, e levantando-se sacudindo as mãos ainda de costas para o vagabundo.

- És tão…
- AH! – Gritou Mo ao ver o vagabundo, e fugiu como o Diabo foge da cruz, deixando o velho de braço estendido especado no meio da rua.


Ao fim de 10 minutos de corrida desenfreada é que Mo se lembrou de parar e recuperar o fôlego, não sem antes olhar por cima do ombro não fosse o velho vagabundo estar por perto. O pequeno monstrinho sorriu ao ver onde se encontrava: a rua da sua sensei favorita, mais precisamente estava junto à janela do seu quarto.

Com dois dedos empurrou as portadas e os seus olhos vermelhos brilharam marotos, ao ver que a janela estava aberta. Abriu a janela silenciosamente e pulou agilmente para o parapeito, e dai para o quarto que se encontrava vazio.

Avançou pela divisão em pezinhos de lã, sem qualquer ruído e espreitou o corredor para a cozinha.
- Costa livre… - Murmurou avançando pelo corredor a caminho da cozinha, onde Sasame tinha a máquina de lavar roupa onde Mo gostava de dormir a sesta. Foi então que ao passar pela porta encostada da sala ouviu ruidos estranhos, alguém, seguramente mais do que uma pessoa respiravam rápida e ruidosamente.

Mo enfiou a mão na bolsa ninja da qual tirou uma kunai, Sasame podia estar em perigo, com a mão livre empurrou lentamente a porta sem fazer barulho. Viu o sofá a mexer e um braço, que identificou como sendo da sensei, a erguer-se e a agarrar-se à manta do sofá com alguma violência.

- AAHH! – Gritou Mo, impulsionando-se no ar em direcção ao sofá, de kunai em punho, em socorro de Sasame, mas o que viu deixou Mo numa confusão tal que não conseguiu desviar-se de um pontapé na cara, rebolando pelo chão até bater de cabeça na parede.
- O que estás a fazer aqui, caralho?! – Gritou Sasame furiosa levantando-se do sofá e indo em direcção a Mo que sangrava do nariz, que para variar, devia estar partido. Agarrou-lhe a orelha e levantou a criatura até lhe ver a cara. – Posso saber o que estás a fazer em minha casa?! E como é que entraste?

- Estás nua. – Declarou Mo calmamente, Sasame vermelha de vergonha e raiva não foi de meias medidas e atirou a criatura pela janela.
- O que era aquilo? – Perguntou uma voz feminina proveniente do sofá.
- Mo, uma criatura irritante que eu ensino. – Declarou a rapariga de mãos nas ancas, a rapariga que estava no sofá levantou-se. Era a rapariga com a qual Sasame quase andara à pancada por um livro de pornografia yuri. A rapariga negra aproximou-se de Sasame e desviou-lhe os cabelos lilás dos ombros, beijando-lhe sensualmente o pescoço.
- Que rude. – Falou a rapariga de cor escura, de voz rouca do tabaco, Sasame sorriu perversa.
- Acho que devíamos retomar o assunto que deixámos pendente. – Disse Sasame agarrando a negra pelas ancas e empurrando-a em direcção ao sofá enquanto se beijavam.

- Ah! E o Gordo morreu! – Declarou Mo, surgindo à janela com a cara cravada com pedaços de vidro, Sasame nem ouviu. Furiosa, pegou na mesinha do café e atirou-a à cara da criatura, que não se desviando acabou por desmaiar com a violência do impacto.
- Agora sim. – Declarou Sasame centrando novamente as suas atençãos na rapariga negra deitada no sofá, da qual se aproximou e beijou lentamente o pescoço.

- Quem é o Gordo que morreu? – Perguntou a rapariga, o que fez Sasame parar e olhá-la.
- Peço imensa desculpa. – Pediu a Kurohoshi, levantando-se rapidamente e vestindo-se à pressa. – O Gordo é outro aluno meu, é melhor ver o que se passa.
- Sim, eu espero, hoje estou de folga. Aproveito e arranjo-te a janela. – Declarou a rapariga negra, vestindo-se também.
- Não fujas. – Murmurou Sasame enquanto calçava as sandálias, a outra rapariga beijou-lhe carinhosamente o ombro.

- Agora que te encontrei outra vez é a última coisa que faria Sasame. – Disse a negra séria, os olhos de Sasame cintilaram, e as duas raparigas beijaram-se.
- Até logo Ryla. – Despediu-se antes de sair de casa e apanhar Mo, que ainda estava inconsciente no meio da rua.


- Rippa! Isto são horas de chegar? – Ralhou Kin, ao ver o irmão gémeo entrar na casa que partilhavam com vários sacos de compras. – Queres chegar atrasado?
- Trouxe-te uma prenda! – Declarou o rapaz sorrindo travesso, retirando um embrulho dourado de um dos sacos e aproximando-se da irmã, a quem depositou um beijo nos cabelos dourados. – Abre.

- Uma saia?! Sabes que…
- Shhh! Ficas linda de saia Kin, faz-me essa vontade. – Cortou o rapaz, olhando a irmã com carinho.
- Maldito sejas tu e essa cara adorável. – Resmungou a rapariga, revirando os olhos. – E vá, vai-te despachar que está quase na hora de vermos quem tem razão.

- Maninha, tu sabes que se gostares de raparigas eu não te vou julgar. – Brincou Rippa, o que fez Kin atirar-lhe uma almofada.
- O Mo não é uma rapariga! – Protestou a rapariga muito vermelha.
- Veremos. – Respondeu Rippa deitando-lhe a língua de fora, divertido.
- Sabes que se gostares de rapazes que não te vou julgar. – Devolveu a rapariga troçando do irmão, que se limitou a sorrir elegantemente antes de se enfiar no seu quarto, deixando a rapariga a resmungar sozinha.



E para não se queixarem que Mo tem pouco tempo de antena, levam com o bicho em quase todas as cenas.
E porque será que o Gordo morreu? Terá sido a misteriosa Rev, ou terá cortado os pulsos? Será que Touya ultrapassa a perda inesperada da sua “grande” paixão platónica? Será que algum dos gémeos consegue conquistar o coração de Mo? Será que Mo corre risco de ser apanhado pelo Vagabundo? Sasame e Ryla já se conheciam ou terá sido paixão à primeira vista?

Espero que tenham gostado.

Estava a ler teu filler pelo telemóvel enquanto voltava para casa, num onibus lotado... Exceto pela parte de segurar ao máximo o riso na cena do Mo empatar o amasso da Sasame, digo que valeu muito a pena me abstrair aushaushaushaushausha. Será que a Rev fez aquilo mesmo com o gordo? Pessoalmente acho que não, mesmo com as evidencias haha. Então a Sasame REencontrou a negra? Hohoho, ainda quero saber quem ela não conhece Ah, espero que os gemeos deixem Mo inteiro(a) - ou seria vice-versa? Continua gata

Eu também não sei se até hoje se Mo é homem ou mulher. Mas vejo que ele é (como gostamos de falar aqui no Rio de Janeiro) "empata foda", na melhor parte ele aparece para estragar a brincadeira. Bem que a Sasame poderia esquecer o gordo e continuar o assunto com a "nega" . Já que acabou a diversão, agora é saber o que aconteceu para aparecer aquele "presunto" (jeito de Carioca falar de um corpo morto).

Continua a historia Linda

Citação :

- Ah! E o Gordo morreu! – Declarou Mo, surgindo à janela com a cara cravada com pedaços de vidro

Ahahahah, isto fez-me lembrar os happy tree friends


Okey, se calhar o Gordo não está a hibernar e como foi encontrado no quarto... se callhar cortou mesmo os pulsos E acho que a seguir quem vai cortar os pulsos é a Touya, coitada :/
Oh, gostava que eles andassem no tráfico Cá para mim, vão ser os dois a conquistar o coração do Mo e ele vai continuar a ser uma criatura assexuada, just like Roger
Quanto ao vagabundo... só se o apanhar de surpresa, porque o Mo parece correr como se não houvesse amanha
E sim, aposto que a Sasame e a Ryla já se conheciam

Bom filler partner! keep going!

Fui o único que achei que o vagabundo estava a olhar para o rabo do Mo?

Oh well. Obrigado Tixa, estavamos mesmo a precisar de lésbicas, we love you !

Continua, está engraçado e interessante ^^