~ . S a g a . N i n j a . d e . M i t s u k u b a n e . K o u . ~
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L i n c e
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- Ahrg, podem sentir o cheiro dele? - ralhou a louca. Ela estava ajoelhada ao lado de Kou, com uma faca em riste, cuja lâmina lambia as maçãs do rosto do menor, arrancando-lhe filetes de sangue.

- Cala-te, Kya! – retorquiu o outro, musculoso, colérico – Vamos levá-lo, Mai. Já estava mais do que na hora dele ter vindo.

Kou arquejou por um instante. O de cabelo laranja havia se referido a Lince como Mai. Esse era seu nome. A morena o fitava inexpressiva. Ele correspondia o olhar intenso. Quantas coisas o pequeno queria poder perguntar a ela. Estava indignado.

- Estás certo. Mas antes, Prio, quero que me deixe a sós com ele.

- Sempre dando uma última namorada antes de levar as peças, uh? És uma verdadeira puta. – atiçou Kya.

- Saiam agora! – ordenou Lince, autoritária. De longe se percebia que ela quem dava as ordens por ali. Prio esquivava-se da maluca, que tentava beijá-lo com seus tentes metálicos e pontiagudos anormais. E ambos seguiram para um espaço úmido e que possuía um contato maior com o céu e a luz solar, deixando Kou e Lince no bosque frio e escuro.

- Então é Mai, não? Realmente, um incrível mistério.

- Não seja sarcástico comigo – enrijeceu-se Lince.

- Então me esclareça – Kou não sabia fingir-se inatingível. Mas ao menos ninguém diria que não tentara.

- Não gosto de fazer o que faço, mas preciso fazê-lo – começou a garota, andando em círculos – Não obrigo meus alvos a virem. Eles simplesmente vêm, como você veio. Atrás de mim.

- Foi tudo arquitetado? – Kou mexeu-se inquieto, arrancando um fio de sangue do braço preso.

- Sim.

- Queria me capturar o tempo todo?

- Sim.

- Eu e você não somos nada?

- Não.

- Para quê fez isso?

- Apenas para cumprir ordens. Você era o alvo de meu chefe. Então usei minhas habilidades para trazê-lo, a fim de fazê-lo satisfazer-se com suas intenções pessoais. E acredite, já tive que fazer muito pior que um beijo para trazer um alvo – Mai parou frente a frente com o garoto. Olhou-o nos olhos - Você é um menino ingênuo, Kou.

As bochechas do rapaz adquiriram um tom vivo de rubro. Seu rosto parecia queimar. Aquilo precederia um choro? Não, não choraria na frente dela. Ela não merecia. Retomou o controle e continuou a tentar desemaranhar suas dúvidas.

- Por que então salvaste aquelas pessoas fugidas? Provavelmente você mesmo as capturou.

- Eram descartáveis. Não serviram os propósitos de meu chefe, e nem me apeteciam, então as soltei a própria sorte. Claro que Kya e Prio resolveram brincar com eles no caminho, mas no fim, acabaram por deixar de importuná-los. Já é maldição suficiente estar aqui neste lugar.

Mai ajoelhou-se e colou seu rosto no do garoto.

- Falei para não vires atrás de mim – E sacou sua kunai.

Ela passou rapidamente a ponta desta no canto de uma das sobrancelhas de Kou, e o sangue que saiu do corte entrou em seu olho, fazendo-o se contrair.

– Acho eu gosto mais disso que Kya. Você não?

A morena passou a ponta da língua no sangue que escorria e depois se afastou com uma expressão de prazer no rosto. Gemeu algo sobre o qual doce era o sangue de Kou e em seguida se aproximou novamente. Encostou os lábios no ouvido dele e sussurrou qualquer coisa sem sentido.

- Quem mais? – miou Mai, embebida em satisfação, e sem esperar uma resposta, enfiou um quarto da arma no braço direito do genin, que gritou rouco. Já estava exausto. E confuso. E magoado. Mas sua expressão se sentou e ele apenas passou a ficar calado enquanto a garota pervertida agia a sua frente. Não havia nada que pudesse fazer para evitar.

- Quando meu chefe te dispensar, vou cuidar de você. Vou cortar cada uma de suas veias e – subitamente, foi interrompida por uma mão forte que agarrou seu coro cabeludo e o puxou para trás, atirando-a no chão.

- ELE CORREU ATRÁS, SE APAIXONOU E ATÉ NOS TROCOU POR VOCÊ. ENCOSTA UM DEDO NELE NOVAMENTE E TE ESMAGO COM UMA PEDRA, SUA PUTA! – gritou Tohru, coberto por cólera. Kou olhava aquela cena atônito.

Ayane e Tohru, ensanguentados, estavam ali. Vivos. E determinados a resgatar o genin.

A loira pulou até a pedra que servia de prisão e cortou com um só golpe toda linha que o prendia, fazendo-o cair para frente. Ele não seria um peso morto mais uma vez. Executou alguns selos ainda fragilizado e, com um ninjutsu médico, começou a automedicar-se. Ofereceu à Kumo-nin, mas esta disse que estava bem. Pôs-se de pé, já mais lúcido. Ainda meio surdo, mas melhor. Enquanto isso, a luta se sucedia. Tohru girou o corpo e projetou um chute em direção às costelas de Mai, que esquivou com certa facilidade. Esta, com um selo, fez aparecer duas outras garotas com o mesmo olhar que ela. Elas executaram uma sincronizada sequência de socos incisivos dos quais o grandão era lento demais para desviar. E absorvendo os dois clones novamente, com uma força brutal armazenada no punho, golpeou Tohru no estômago, atirando-o a uma distância onde não se era possível mais vê-lo.

Kou percebeu que seriam os próximos. Sabia que seus companheiros tinha tido sorte por não encontrar os outros dois ninjas ali, mas que, em pouco tempo, eles voltariam. Estavam perdidos. Porém, não fraquejou. O rapaz retirou sua Tanto da bolsa e, vendo que Ayane o cobriria, iniciou um ataque aberto. Chocou sua espada contra a kunai em riste da oponente, que a desviou e, com outra, tentou acertá-lo no rosto, mas fora bloqueada pelos abanadores da companheira de time. A loirinha empurrou a Lince para trás e, fixando um selo de Tigre em sua cara, mandou-lhe uma esfera de fogo. Mai por reflexo esquivou, visando atacar a kunoichi, mas desta vez quem agiu foi o genin, que cuspiu uma rajada torrente de água em seu peito, derrubando-a de joelhos. Quando Kou e Ayane, simultaneamente, cada um de um lado, avançaram para cima da kunoichi, ela girou e, num movimento rápido, formando um selo Rato, gritou:

- Kage Mane no Jutsu!

Sua sombra contorceu-se e rumou ao encontro dos pés dos genins, que inexplicavelmente não eram mais capazes de se movimentar. Era perturbador. A genin de Kumogakure olhava para seu parceiro como de dissesse que não sabia o que estava acontecendo. A morena sorriu triunfante. Logo suas feições se tornaram maníacas novamente.

- A sombra os chocou, imagino – ela voltou-se para a outra menina, e com um olhar curioso, gargalhou – Qual é o problema dos shinobis que formam hoje em dia? – comentou, revirando os olhos. Movimentou os calcanhares um pouco, e ambos os shinobis se limitaram a repetir seus movimentos. Ela olhou para a esquerda, em seguida para a direita. Fechou ambos os olhos e respirou fundo antes de se atirar para trás, bem no momento que o punho pesado e carregado de Tohru lhe errava a face.

- Merda – bufou o touro. Havia sido silencioso o suficiente para pegar seus companheiros – agora livres – desatentos, mas Lince parecia estar um passo à frente.

- Isso não me parece justo – caçoou ela. E logo atrás dela surgiram, como que esperando uma deixa, a psicodélica e o impaciente.

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Well, este é meu primeiro filler com luta.
Estava na hora, não?
Espero realmente que gostem!