~ . S a g a . N i n j a . d e . M i t s u k u b a n e . K o u . ~
____________________________________________________________________________

L i n c e
________________________________________________

- Se são realmente espertos aceitarão o fato de uma morte eminente – praguejou Prio, saltando ao lado da morena. Ele a tocou rapidamente no ombro, e ela acenou quase imperceptivelmente com a cabeça, mas isso não fugiu aos olhos de Kou. O homem estava a verificar se tudo se encontrava certo.

- Espertos? São toupeiras insignificantes! – riu-se a de cabelos cor de rosa. – Farei a putinha engolir todo o sangue do grandão! Vai ser um lindo!

- Engula isso! – gritou Ayane, já posicionada, executando uma sequência complexa e quase invisível a olho nu de selos, para em seguida, contraindo sua boca, expelir uma imensa onda de chamas, que varreu todo o espaço a frente. Isso deu uma brecha para que os genins pudessem se reagrupar e armar uma posição. As sentinelas esquivaram do ataque com um salto, mas por pouco não foram atingidas. Ouviu-se um gritinho histérico de Kya.

Kou pode ver um sorriso triunfante sair da boca da loirinha antes de se organizarem. Tohru e Ayane se posicionaram na frente, como uma parede, e o moreno ficava atrás, apenas para caso houvesse alguma complicação. Sempre se sucedeu assim. Nunca servira para mais nada que dar algum auxílio. O genin era um irritante peso morto na equipe. Odiava-se por isso.

Foi aí que o menor viu Prio dando um sinal para Lince. Achou que fosse para dar inicio ao ataque, mas mudou de pensamento quando esta desapareceu numa nuvem de corvos que se dispersou. O casal maníaco então se posicionou de forma ofensiva, a mulher empunhando o chicote o qual havia recuperado e o outro vestindo um par de soqueiras de metal sem ponta. Estavam dando apenas cobertura para a líder da matilha.

- Então, quem vai morrer primeiro? – indagou Kya, manhosa, passando a língua nas navalhas em sua boca.

- Será você! – gritou Ayane, arredia. – Meu conselho é que vocês imitem sua amiguinha e fujam.

- Estás louca? – Kou interrogou num cochicho – A experiência de combate deles é imensamente superior a nossa, e isso se sente no ar! Temos que armar um jeito de fugir o quanto antes!

- É a segunda vez eu que nos subestima, e isso já está a me irritar – rugiu Tohru, olhando para o menor com certa chateação no rosto. Kou, porém, estava apenas preocupado. Viu que ambos os seus companheiros possuíam alguns hematomas e vários cortes no rosto. Eram apenas genins, e aparentavam-se exaustos.

- Apenas confie em nós. Ninguém te levará daqui. – murmurou a kunoichi, exibindo um sorriso confiante estampado no rosto cansado.
E como em um movimento treinado, começaram a agir. O grandão deu um passo para frente e, após fazer algo com as mãos, as cravou com força no chão, e urrando – Doton: Doroku Gaeshi! -, ergueu uma parede de terra que bloqueou completamente o contato visual entre os oponentes e o Time Nove.

- Tática Touro-Dragão – gritou Tohru, iniciando uma sequência visível de selos. Kou já havia visto aquilo uma vez, no primeiro treino do time - Doton: Shinju Zanshu no Jutsu – murmurou o usuário de Doton, escondendo-se no solo.

- É melhor subir para alguma árvore, Kou. Isso aqui ficará muito quente – aconselhou a loirinha, no momento em que dois clones seus apareciam de uma nuvem de fumo ao seu lado. Logo, as três sumiram, desfazendo-se em labaredas alaranjadas. O menino, com cautela, posicionou-se a alguns metros atrás da parede, no galho de uma árvore, sem ser visto. Adquiriu uma visão privilegiada dos oponentes, assim como uma posição de vantagem. Naquela tática o moreno era apenas um auxiliar.

Ele ficou a observar Kya e Prio já vasculhando os arredores da muralha erguida, mas se surpreenderam ao notar que não havia mais ninguém ali. O usuário de chakra massivo ordenou que a louca os localizasse através da detecção, e ela iria fazê-lo no centro da clareira, se, num movimento rápido, não tivesse sido enterrada até a cabeça pelas mãos fortes de Tohru, que emergiu um pouco depois. Ele saltou para trás, a fim de evitar a próximo ataque. Ayane surgiu então, juntamente de seus clones, formando um triângulo exato cujo centro era a cabeleira rósea, e, numa sequência estonteante de posições de mãos, ambos executaram com o chakra de seus pulmões uma esfera de chamas – Katon: Endan.

A fumaça tomou conta do local, e quando estas se assentaram, os genins puderam ver que no lugar da louca, uma boneca de mesma cabeleira fora colocada. Surpreendentemente, Ayane, quando se voltava para Tohru, teve seus braços presos junto ao corpo pelo chicote negro de Kya. O grandão tentou correr para auxiliá-la, mas em sua frente Prio caiu de punhos cerrados, deformando o chão por completo com seu chakra bruto, atirando o touro para longe.

Kou, ainda camuflado, atirou duas shurikens seguidas, que cortaram o ar com um som aflitivo e rasgaram o chicote, libertando a kunoichi de Kumo. Ela girou o corpo e, com selos rápidos, cuspiu uma abrangente onde de fogo que varreu parte da floresta, que porém não acertou Kya por esta ter se esquivado com um pulo. Num movimento descendente, a louca partiu para cima de Ayane, derrubando-a no chão e a imobilizando-a. Com aquele olhar psicótico e lambendo os dentes metálicos, a atacante cravou no braço da pequena o que parecia ser um dardo, fazendo-a gritar de dor.

Kou exasperou-se, mas antes que pudesse se movimentar, Tohru, num urro enfurecido, a havia tirado da vantagem arrastando-lhe pelos cabelos com força até atirá-la contra uma árvore. Prio o pegou desprevenido, agarrando-lhe a face e a esmagando no chão destruído. O Kumo-nin fazia de tudo para manter-se erguido, porém simplesmente era arremessado contra pedras e galhos com toda a força de uma sentinela enfurecida. Ayane pulou, totalmente debilitada, nas costas do de cabelos alaranjados, com o rosto já completamente sujo de sangue e agarrou-lhe o pescoço como se sua vida dependesse disso, determinada a ser um empecilho.

Era a hora de o Mitsukubane agir.

O pequeno utilizou o Shunshin no Jutsu para se movimentar até a batalha, e, assim que estava entre Tohru e Prio, canalizou seu chakra num fôlego preciso, expelindo um forte fluxo de água que atingiu as pernas da sentinela em cheio, fazendo-a cair, e logo saiu do caminho, assim como Ayane, dando passagem ao touro, que com os punhos embebidos de uma força maciça, atingiu no peito o impaciente, que fora arremessado contra uma rocha a cerca de trinta metros.

- Se ele for esperto ¬– antes que pudesse termirar, Tohru fora atingido por dois dardos na altura das costas, o que o desestabilizou. A louca estava de volta, ensanguentada e enfurecida.

- O QUE VOCÊS ACHAM QUE SÃO? – ralhou Kya, com sua voz insuportável.

- Argh, para mim isso acaba aqui! – gritou Ayane, estupefata.

A kunoichi executou uma série de posições de mão ainda desconhecidas pelos companheiros e fez surgir um clone seu, de aparência um pouco mais doce, se isso fosse possível. A kumo-nin clone apenas correu em direção à de cabelos róseos e explodiu em várias borboletas multicoloridas. A partir daí, os efeitos Kou conhecia bem. Ilusões, psicodelias, tonturas e vômitos. Era um genjutsu assustador.

- Bem... – começou a loirinha, arfando, exausta, apoiando-se nos joelhos, enquanto assistia sua vítima se contorcer até a inconsciência em sua frente – Temos uma refém.

_________________________________________________________________________________

Filler um tanto quanto exaustivo, não?
Bem, espero tenham gostado!