O Teste Final - Part ¼ - Estranha ligação material...Ou mais do que isso
Levantara-me muito bem, com a mesma vontade de sempre, a vila estava meio deserta, o ambiente era óptimo para um treino rigoroso, passando por quase todas as casas de Kumo, principalmente a dos meus amigos, seu sexto sentido de coscuvilhice entrara em acção, foi quando deu com Maiko a treinar, pensara em cumprimentar o seu amigo mas desistiu da ideia pois não queria incomoda-lo, o mesmo se passou com todos os seus outros amigos e companheiros, ora estavam em casa a descançar ou a treinar intensivamente, de qualquer das formas recomeçara a pensar no que o avizinhava, não diria bem pensar, tentava imaginar de qualquer forma o que me esperava.
Talvez porque a missiva que o meu pai me deixou não explicitou muito, enfim…Lá ia eu a caminho do interminável.
-“Se calhar estou a exagerar”-Pensava
Finalmente encontrei-me com o meu pai num sitio onde nunca tinha estado, era estranho, único e tinha uma pitada de mistério e intrigância em si apesar da sua simplicidade.
-Bem, aqui estamos nós…-Disse o meu pai - Queres saber a razão de estares aqui?
-Sim, por favor! – O meu rosto ficou ainda mais sério
-Segue-me…
Devo dizer que o percurso era difícil de percorrer, acidentado, acabei por partir um dedo da mão quando escorreguei numa rocha, depois ainda tivemos de atravessar um rio inteiro com o Mizu no Kinoribi, escalámos uma pequena enconsta e chegámos finalmente a um terreno plano coberto de mármore.
-Chegámos. – Disse o meu pai
Continuei a segui-lo, sem pestanejar ou dizer alguma coisa seja ela qual fora, entrámos num templo, decorado com bordas de ouro nas paredes assim como certas peças de mobiliário, numa dessas peças estava uma espada notando-se o desgaste na lâmina, mas por alguma razão sentia uma grande atracção por ela a cada passo que me aproximava.
-Pega nela…é tua agora - Disse-me o meu pai com um sorriso ao mesmo tempo com um ar muito sério e responsável
Eu simplesmente acenei a cabeça de uma forma que nunca antes tinha sido feita, para uns uma espada normal, mas por alguma razão continuava a sentir-me inter-ligado com ela espada.
Tentei pegar nela mas deixei-a cair.
-Era o que eu suponha – Disse o meu pai – és muito fraco para essa espada, arrependo-me de a ter-te dado tão cedo – Estava estupefacto com o que o meu pai disse.
Fiquei um bom tempo calado mas depois voltei a dizer maturamente sem fazer perguntas do tipo, o que aconteceu ou bolas o que aconteceu, não em vez disso deu nesta pergunta:
-O que preciso de fazer para merecer esta espada? – Perguntei eu
-Relaxa é so uma espada, à mais por aí! – Continuou o meu pai
Em seguida acrescentei:
-Não…- E repeti a pergunta – O que preciso de fazer para merecer a espada?
O meu pai olhou-me surpreendido, em seguida muito rapidamente o seu rosto voltou a ficar sério.
-Ok…Devo já avisar que não é fácil.
-Qualquer coisa… - Nunca tinha sentido uma ligação tão forte por qualquer objecto, era como se uma força não me deixasse que eu a largasse por nada.
Saimos do templo e voltámos a fazer o mesmo percurso, recordei onde tinha partido o dedo, ele doí-a me cada vez mais, mas eu ignorava a dor.
O meu pai ordenou-me para pôr na mesma posição que ele se mantinha, assim que acertei na posição dos membros ele agarrou numa rocha mais ou menos de meio metro fazendo duas esferas de rocha pura.
- Vai levantando-as sem parar, vamos para casa – Disse o meu pai começando a andar.
Seguindo-o comecei a fazer musculação com as pedras, “aquele seria o exercício?” era demasiado simples, pelo menos era o que eu achava, mas também não sou nenhum mestre.
Continuei até casa sempre com o mesmo movimento, meu pai mandou-me ir comprar o jornal e fazer umas tarefas carregando uma mala pesadíssima às costas.
Cheguei ao fim do dia completamente de rastos, o treino tinha sido mais duro do que o esperado, a espada (transportada pelo meu pai) estava agora no meu quarto em cima da minha cómoda larga.
Não parava de contemplar a espada, e adormeci assim mesmo…A admirar aquele precioso objecto.