♦ ♦♦

♦ ♦ ♦

https://www.youtube.com/watch?v=d1MijkVrf50

Ambos desaparecemos por breves segundos até o outro localizar seu inimigo e partir para uma ofensiva feroz. Em pleno ar, apenas nossos vultos se manifestavam dando pequenas pausas nos tetos das barracas após ataques e defesas. Cada troca de espadas com ele era algo incrível, seus golpes tão firmes e precisos e movimentos tão diferentes que em minha mente, começava a me perguntar se seria capaz de vencê-lo.

O caos já estava implantado no forte, isto era fato, mas nenhum soldado aparecia em socorro ao seu superior ou pelo menos até agora. Um levante de dez soldados apareceram no local, empunhando suas respectivas armas e me analisando, pronto para me abaterem com a perda mínima de atenção, todavia, o velho ergueu a mão em sinal de protesto pedindo para deixar este combate com ele e assim os subordinados se afastaram, na tentativa de observar a luta.

Sumindo em alguns movimentos rápidos atirei oito estrelas ninjas contra meu inimigo, onde apenas duas estavam com fios de aço pronto para capturarem aquele maldito que um dia eu confiei (Shunshin's no Jutsu, Söshuriken no Jutsu & Ayatsuito no Jutsu). Manipulando os dedos e mexendo-os com habilidade, alterava a trajetória das estrelas facilmente obrigando o homem a ter um problema contra a ofensiva simples, e também forçando-o a rebater as armas e avançar contra mim.

Sacando a kusanagi avancei com um passo veloz, levantando a lâmina e girando como se fosse um corte horizontal da direita para a esquerda, porém, não estava mirando logo a frente, mas sim em minha retaguarda. Como previsto, o samurai tentou atacar pelas costas e minha kusanagi foi na altura de sua cabeça rapidamente pegando-o de surpresa e obrigando uma defesa desengonçada que teve consequências leves, se não fosse pela armadura e sua espada, estaria decapitado (Kumo-Ryü Uragiri).

— Por que... você... não... desiste? — perguntou-me pausadamente enquanto alternávamos os golpes de nossas respectivas espadas, produzindo faíscas dançantes que eram logo consumidas pelo interminável chama que habitava a lâmina do homem.

— Já deveria saber... que nesta altura... não tens chance de argumentação comigo. — bradei bloqueando um poderoso golpe de sua espada alterada para a forma de uma lança, com uma raiva que crescia em meu âmago cada vez mais, esta parecia me fortalecer e me destruir ao mesmo tempo. Subitamente, as shurikens que havia jogado na direção do velho esvoaçaram no ar tentando me ceifar a vida, magicamente flutuaram ao comando dele (Sōshūji).

Guardando kusanagi num instante, acumulei doses de chakra e batendo no solo após uma palma ergui uma parede de terra, rochas, areia e tudo que estava no solo; a mesma tinha uma altura de dois metros e largura de três evitando facilmente os projéteis e a onda de chamas que veio logo em seguida (Doton: Doroku Gaeshi / Zofüku Hien).

Katsumoto surgiu rapidamente pela lateral da parede de terra, empunhando sua katana e balançando-a verticalmente de baixo para cima num movimento diagonal, da direita para a esquerda visando um corte que transporia meu dorso (Hadan). Mandando chakra para a peça de meu automail invoquei um pequeno escudo de metal, que rapidamente se desdobrou e se firmou no antebraço metálico (Escudo E-1). A lâmina e o escudo se chocaram violentamente, não demorou até a dividida causar um agravamento terrestre e nos obrigar a nos afastarmos para evitarmos sermos atolados no solo.

" Drogaaa! O que está acontecendo? " — pensei tentando mover o braço mecânico que começava a falhar, o mecanismo entraria em colapso se continuasse naquele ritmo.

" Meu... escute-me ... " — soou em minha mente, causando-me tonturas que seria suficientes para desmaiar alguém destreinado. Minhas têmporas latejavam intensamente e meu coração batia cada vez mais, e ao mesmo tempo um velho sentimento, desconhecido até para mim surgia... Era algo elementar, não sei descrever apropriadamente.

De repente, senti algo impactar contra a proteção de meu corpo e penetrar rapidamente em minha carne causando um corte e cauterização, ambos excruciantes ao mesmo tempo, era o samurai se aproveitando da brecha que aquelas visões provocaram em mim (Hien). Minha visão turvou em multi cores e senti dessa vez uma descarga diferente da ressonância, uma cena relâmpago, de poucos segundos se formou em minha mente. A imagem em questão era de um samurai vestido de preto lutando com diversos ninjas que no fim, o apunhalaram diversas vezes devido ao número que era comparável a de um regimento de vinte ~ trinta homens.

Cuspi sangue o suficiente para realizar uma pequena poça. Impulsionei meu corpo para trás para evitar maiores danos internos e ao mesmo tempo direcionei a palma do automail contra a omoplata direita do samurai, acionando o mecanismo de agulhas que havia se carregado desde o último uso (Lançador de Senbons S-30). As agulhas voaram rapidamente, onde a maioria se cravou no ponto exposto da armadura que era a axila, causando danos consideráveis e até, possívelmente, limitando seus movimentos verticais e horizontais.

— Arrghhhh... Grrrrrrr! M-M-Maldito! Grrrrr.. — proferi num tom completo de agonia com um misto de perplexidade e surpresa. Katsumoto também gritou em dor, como era bom ouvir aquele maldito bastardo traidor gemer em agonia, como era bom saber que não apenas eu estava ferido e sobretudo, como era bom em saber que ele não se controlou o suficiente para reprimir algo.

Algo me intrigava ainda mais, a armadura, era completamente igual a que ganhei e o cenário era o mesmo de outras cenas: gritos, crepitar de fogo, noite e um quase imperceptível  choro de criança.

" Ouça-me... precisa... me... ouvir... " — soou novamente uma voz em minha mente. Tinha um tom misterioso e ecoante, como se suas palavras fossem carregadas ao vento para dentro de um local acústico.

— Preciso... me concentrar! Arggghh grrrr, cof, cof, grrr. — bradei posicionando a mão esquerda na abertura que a katana do velho perfurou. Minha visão turvou de repente, os soldados sacavam suas armas pronto para me matarem e socorrerem seu mestre, eu tinha que fazer algo se não iria morrer ali no local mesmo.

" Nunca usei isto em um combate real, mas é a única opção que tenho. " — pensei retirando dois makimonos considerávelmente grandes na grossura. Ambos eram pretos e selados, aparentemente, nada de importantes.

— Isto... acaba, aqui! — esbravejei para o ancião, saltando no ar com auxílio de chakra, mesmo assim com dificuldade extrema e abrindo dois pergaminhos que se intercruzaram entre si e me rodearam, comigo, ainda em pleno ar. Rapidamente, diversas armas – sendo kunais, adagas, shurikens, shurikens gigantes, agulhas e espadas aerodinâmicas – voaram contra Katsumoto e contra os soldados que se aglomeravam a sua volta para protegê-lo, enquanto, diversas explosões – geralmente advindas dos selos explosivos nas kunais – causavam danos ainda mais graves aos soldados onde rapidamente, os levaria ao óbito e destruiriam o local quase que por completo (Sōshōryū).

— (Respiração ofegante). — após o bombardeio caí no solo, sem condições físicas de continuar aquilo e com mais da metade das reservas de chakra gastas, foi então que percebi...

— Arghhh...s-seu... Usando Sogü, a-achei que era um s-samurai brincando de ninja m-m-mas... arrghhh grrr... És um ninja mesmo, e-e-esta raça de m-merda cof, arrrghh. Mas, n-não importa... A-acabou a diversão. — proferiu o velho, se aproximando em meio a passos arrastados, saindo da nuvem de fuligem, explosão e poeira. Sua armadura amassada e enegrecida em diversos pontos e os soldados, mortos.

Então, este também desabou, tentou se rastejar no solo completamente destruído mas desistiu. Ergui minha mão até a saída do forte, tentando visualizar como seria se eu tivesse escapado e se eu não estivesse morrendo aqui, foi então que, fui para um plano completamente branco e lá, o samurai negro estava a me observar naquele plano, como se eu estivesse verdadeiramente ali.

— Quem é você? — questionei, completamente perplexo.

Continua...