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Como é possível um dojo inteiro de familiares ladrões? Deve ser invenção. - Ironizava Daisuke naquela noite, tentando entender em como aquilo seria capaz. Contudo, seus informantes não eram de inventar coisas e como estes meliantes estavam agindo nas proximidades de um dos seus protegidos, o Akatsuki de folga resolveu verificar preventivamente a situação. Talvez com uma conversa ameaçadora ele conseguiria dobrar aquela família... Ou talvez com algo mais "violento".
Haha! Adoro isso! - Pensava ao descer um beco estreito até uma pequena praça iluminada por elegantes postes de luz à gás. O dojo ficava exatamente no entorno dessa praça. Era gigante. Próspero. Próspero demais se comparado aos barracos por onde o ninja passou até chegar ali. Porém, Daisuke não estava ali para ser juiz e sim um carrasco. A investigação já fora feita e era suficiente para que ele começasse a distribuir alguns sopapos.
Tum, Tum, Tum. Seu punho bateu no grande portão de madeira adornado com o entalhe de um grande panda sorridente. Era uma figura estranha. Geralmente eram dragões, águias ou qualquer outro tipo de animal imponente. Foi quando o grande portão foi aberto, revelando uma senhora de seus cinquenta anos com cabelos grisalhos e bem rechonchuda.
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Pois não? Em que posso ajudá-lo? - Perguntou a senhora.
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Estou aqui para ver o velho Lee. - Respondeu.
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Ele não pode recebê-lo. - Retrucou rispidamente.
A senhora ainda tentou fechar a porta, mas a mão calejada do ninja a impediu e o embate de forças ocorreu num instante. -
Mas eu vou entrar. - Sussurrou enquanto usava sua força descomunal para empurrar vagarosamente o portão e a senhora junto até que parou a pressão quando sentiu que chegara à parede oposta. A mulher então gritou para dentro do dojo e antes que pudesse entregá-lo ainda mais, Daisuke deu um passo à frente e largou o portão que retornou com força trazendo a senhora para o punho do Akatsuki. Um soco apenas, direto na testa, fio o suficiente para silenciar a matriarca. -
Mãe! - Gritaram os dez que desceram das escadarias do dojo.
Essa mulher tem dez filhos?! ! - Daisuke ficou realmente surpreso. Ele tinha ido naquela hora justamente para evitar que os alunos entrassem na briga, mas ele não contava com essa quantidade de familiares. E não demorou para ser cercado por vários jovens enfurecidos e vestidos com seus quimonos estilizados. Já em resposta, Daisuke efetuou um rápido selo e dividiu seu chakra para invocar mais duas cópias suas. Era hora de lutar seriamente, ou pelo menos para trazer o patriarca até ali.
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É hora do pau! - Gritou empolgado.
Nesse momento as cópias saltaram sobre os cinco enquanto o verdadeiro saltava na direção dos outros cinco. E era sempre assim. O Daisuke original sempre pegava o maior número. E é por aí que começamos. -
Banzai! - Comemorou o original, elevando a perna com toda força num chute lateral que atingiu os rostos os dois primeiros. O estalo ecoou pelo dojo, jogando-os ao chão numa pirueta desengonçada enquanto se agachava com agilidade para esquivar-se do golpe do terceiro que usara muita força e passara por ele sem causar qualquer dano. Foi então que o ninja encarou o quarto ninja e enviou chakra ao cérebro dele em forma de uma ilusão, deixando-o parado tempo suficiente para usá-lo como escudo contra o quinto que cambaleava de um lado a outro tentando atingi-lo. -
Estou aqui! - Provocou ao arrebentar o joelho do hipnotizado com outro fortíssimo chute lateral. O homem gritou e caiu com uma das pernas quebradas sob os olhos do quarto que ficou sem ação. Daisuke sorriu e levou chakra na tatuagem esquerda para invocar um papel pegajoso, colando-o com rapidez nos dois olhos do rapaz. O alvo ficou desesperado e tentou correr de volta ao dojo quando embateu forte numa cadeira de balanço no meio do caminho.
Patético. - Pensou ao jogar o cotovelo para trás com brutalidade.
Outro estalo e o terceiro que havia passado por ele caiu inconsciente no chão, com um grande hematoma na testa. Aqueles meninos eram fracos demais e o desafio não era muito reconfortante. -
Sentarei aqui e esperarei o velho descer... Continuem. - Comandou as cópias que já terminavam de espancar os outros cinco. Aquilo também tinha sido muito rápido. E foi quando a luta começou que o combate se desenrolou com a primeira cópia levando chakra à tatuagem para invocar uma kunai, a qual arremessou no pé direito do primeiro dos cinco e se agachou para dar espaço à outra cópia, que com um rodopio acrobático chicoteou a perna direita no rosto do segundo.
Kapow! - E o segundo caía por cima do outro que gemia alto com o pé perfurado. Agora faltavam três no grupo deles. Fácil demais, pois quando a cópia aterrissou os pés após o chute, encarou dois dos outros rapazes e enviou chakra para manipular suas mentes, pondo-os para dormir no mesmo instante. Foi nesse instante que Daisuke os comunicara que sentaria.
Haha! - Sorriu a última cópia que invoco uma linha shinobi e a enrolou no calcanhar do último que tentara chutá-lo. Um forte puxão fez o último desabar e ser alvo de um soco direto no nariz.
Tum! - O rapaz desmaiou.
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Parem! O que estão fazendo?! Quem são vocês!? - Retrucou o velho, surgindo na sacada do primeiro andar.
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Eu sou Daisuke e vim aqui para avisá-lo a não mais roubar do Ishikaru. - Respondeu. Sorridente.
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Não fiz nada! É uma calúnia! - O velho parecia indignado.
Foi nesse momento que o Akatsuki original invocou e arremessou um shuriken na vida oposta à do velho, usando seu chakra para ativar o selo hiraishin que havia posto no objeto, ele "saltou" instantaneamente para o parapeito, onde encarou o velho com seus olhos vermelhos. Seu chakra invadiu suas defesas mentais e só então o Akatsuki conseguiu saber da verdade: O velho era mafioso mesmo. -
Tentando me engan...? - Dizia quando o patriarca conseguiu se libertar do genjutsu, chutando seu peito de volta ao chão no andar de baixo. O choque fez as costas doerem bastante e serviram para tonteá-lo o suficiente para ver que o velho saltara com o joelho em sua barriga. Aquilo fora muito rápido. Tanto que as cópias não tiveram tempo de reagir.
Tump! - A pancada fez Daisuke cuspir sangue, criando uma pequena cratera sob suas costas. A dor só fez com que o nuke se enfurecesse e quando as cópias finalmente iriam agir, logo após o salto de recuo do dono do dojo, Daisuke gritou: -
Não! Ele é meu! - Disse ao se levantar com dificuldade. Seus olhos brilhavam de ódio e queria matá-lo, mas a ordem era apenas para deixar um "aviso". Foda-se.
O ninja controlou seu chakra e ativou o terceiro portão para não causar muita destruição. O patriarca, ao ver as veias de Daisuke saltarem de sua testa, temeu por sua vida e se ajoelhou para tentar evitar a morte certa. Mas Daisuke queria sangue. Assim, o rapaz arremeteu contra o dojo-man, atingindo-o com um forte lariat que o jogou para o alto num rodopio descoordenado. -
Calma! É só um aviso! - Avisou uma das cópias. E foi esse comentário que salvou o adversário, pois o Akatsuki desistiu dele, virando-se de costas em tempo dele se esborrachar no chão. O velho gritou de dor com ossos quebrados, mas pelo menos estava vivo. -
Está avisado, não é? - Perguntou a besta. O homem gaguejou e concordou entre os gemidos de dor. A missão tinha terminado. Era hora de retornar para buscar o dinheiro do contratante. E talvez fazer alguns curativos para ver se ajudava às suas costelas a cicatrizarem.
FIM